sábado, julho 15, 2006

Vox Populi: vantagem entre Lula e Alckmin também cai no 2º turno


Pesquisa Vox Populi divulgada nesta sexta-feira pela revista Carta Capital mostra que a diferença entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, também caiu nas simulações para o segundo turno das eleições deste ano. Lula, que tinha 51% das intenções de votos na pesquisa anterior, passou para 45%, enquanto o tucano foi de 33% para 40%.
No dia anterior, o Vox Populi já tinha apontado crescimento de Alckmin nas simulações para o primeiro turno. Lula aparece com 42% contra 32% do ex-governador paulista. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais.

O instituto ouviu 2.003 pessoas em 121 municípios de todas as regiões do país entre os dias 8 e 10 deste mês.

No RS, Alckmin lidera com 34,7%

Uma pesquisa divulgada hoje pelo jornal Correio do Povo mostra o candidato Geraldo Alckmin (PSDB) liderando a corrida eleitoral para a presidência da República no Rio Grande do Sul, com 34,7% das intenções de voto estimulada. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que nunca perdeu eleição no Estado, aparece em segundo lugar, com 29%, seguido por Heloísa Helena (PSOL), com 9,9%; Cristovam Buarque (PDT), com 1,1%; Rui Pimenta (PCO), com 0,6%; José Maria Eymael (PSDC), com 0,5%, e Luciano Bivar (PSL), com 0,4%.

Também foram incluídos na pesquisa nomes que ainda não tiveram suas candidaturas homologadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ana Maria Teixeira Rangel (PRP), teve 1,3% das intenções de voto. Ela foi seguida por Carlos Alberto Machado (PSC), com 0,5%, João Eduardo de Resende (PMDB), com 0,4%, e João Bosco Luz Kalil (PT do B), com 0,1%.

Na pesquisa espontânea, o presidente Lula lidera com 23,8% das intenções de voto, seguido por Alckmin (19,4%), Heloísa Helena (4,5%), Ana Maria Teixeira Rangel (1,2%), Cristovam (0,3%), Eymael (0,1%) e Bivar (0,1).

Governo do RS - A mesma pesquisa ouviu a intenção de votos para governador do Rio Grande do Sul. Na estimulada, Germano Rigotto (PMDB), que tenta a reeleição, lidera com 28,1%, seguido por Olívio Dutra (PT), com 20,8%, Yeda Crusius (PSDB), com 14,5%, Alceu Collares (PDT), com 9,6%, Francisco Turra (PP), com 4,2%, e Beto Grill (PSB), com 0,8%. Na espontânea, Rigotto tem 11% e é seguido por Olívio (8%), Collares (3,4%), Yeda (3,2%), Turra (1,2%), Robaiba (0,2%), Gril (0,2%) e Souza (0,1%).

A pesquisa foi feita entre os dias 12 e 14 de julho, com 1.540 eleitores de 55 municípios do Rio Grande do Sul. A margem de erro é de 2,5 pontos porcentuais para mais ou para menos. A sondagem foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral sob o número 047751/2006. A pesquisa para a presidência foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número 10932/2006.

Cristovam Buarque diz que Bolsa Família condena à pobreza

O candidato do PDT à Presidência da República, senador Cristovam Buarque (DF), disse nesta sexta-feira que o programa Bolsa Família condena os que recebem o benefício do governo federal à pobreza e que não leva as pessoas à lugar algum.
Como alternativa, o senador pretende retomar o Bolsa Escola que existia no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso e criar uma espécie de emprego social para famílias carentes que não têm filhos em idade escolar.

"Na Bolsa Escola, a mãe recebe o dinheiro porque 'meu filho está estudando e vamos sair da pobreza'. Agora, o que ela pensa: 'recebo o Bolsa Família porque sou pobre e se perder a condição de pobreza, não recebo mais'. O Bolsa Família condena e o Bolsa Escola liberta, emancipa", afirmou Buarque, que hoje faz campanha em São Paulo.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva transformou o Bolsa Escola em Bolsa Família, que paga R$ 95 para mais de 11 milhões de famílias carentes. O programa que é principal bandeira da campanha à reeleição de Lula.

Cristovam esteve durante toda a manhã no Centro de Solidariedade do Trabalhador. Acompanhado do presidente licenciado da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (PDT), ouviu uma palestra sobre o processo de desindustrialização que gerou o desemprego na região metropolitana de São Paulo.

Após a palestra, Cristovam discursou para cerca de 100 pessoas que o acompanham em São Paulo. Apresentou sua candidatura como uma alternativa para o Brasil sair da "mesmice" que são seus adversários na disputa pelo Palácio do Planalto: Geraldo Alckmin (PSDB) e o presidente Lula.

Cristovam também não se mostrou abalado com o fato de manter 1% das intenções de voto na pesquisa realizada pelo instituto Vox Populi divulgada hoje. "Sou candidato por uma causa", justificou. (Folha)

sexta-feira, julho 14, 2006

Alckmin reduz desvantagem para dez pontos, diz Vox Populi


A vantagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à reeleição, em relação ao tucano Geraldo Alckmin caiu para dez pontos percentuais, segundo pesquisa Vox Populi divulgada parcialmente ontem. É a menor diferença entre os dois presidenciáveis registrada pelo instituto.

De acordo com os números apresentados pelo "Jornal da Band", da TV Bandeirantes, Lula tem 42% das intenções de voto. Em relação à pesquisa anterior, o petista oscilou três pontos percentuais para baixo. Já Alckmin se manteve com 32%, o mesmo percentual do penúltimo levantamento, de junho. Lula tem dois pontos a mais do que a soma dos adversários. Como a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, aumentam as chances de segundo turno.A pesquisa, que será publicada integralmente na edição deste fim de semana da revista "Carta Capital", foi realizada entre os dias 8 e 10 deste mês, antes, portanto, da nova onda de ataques que atingiu São Paulo. Alckmin foi governador do Estado entre 2001 e março deste ano. Na pesquisa anterior, realizada entre os dias 23 e 24 de junho, Lula aparecia com 45% das intenções de voto, contra 32% do tucano, no cenário sem o candidato Enéas Carneiro, do Prona.
Não foram divulgados ontem os números referentes às intenções de voto do segundo turno. Em junho, o petista somou 47% das intenções de voto num eventual segundo turno contra Alckmin, que tinha 39%.

Outros candidatos
A candidata do PSOL Heloísa Helena aparece com 7%, dois pontos a mais do que tinha em junho, ainda no cenário sem Enéas. Cristovam Buarque, do PDT, manteve o 1% de junho. Os demais não pontuaram.
Os votos brancos e nulos somaram 7%, e o percentual dos eleitores que não sabem ou não responderam atingiu 11%. O Vox Populi ouviu 2.003 pessoas em 24 Estados e no Distrito Federal. A pesquisa está registrada no TSE sob o número 10.736/ 2006.

Alckmin lidera na região do ABC.

O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) lidera a corrida presidencial no Grande ABC – terra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lançou quinta-feira sua campanha nacional com jantar para 3 mil convidados em São Bernardo. Pesquisa Toledo&Associados/Diário revela que o tucano tem 40% contra 37,7% do petista. Os dois estão tecnicamente empatados no primeiro turno, dentro da margem de erro de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo. A Toledo ouviu 1.006 pessoas entre 2 e 4 de julho nas sete cidades. A pesquisa está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob número 10.771/2006.

Nota do Blog: Por que será que aqueles que conviveram tanto com o Lula-lá não votam nele?

A consulta aponta o tucano à frente em seis das sete cidades. São Bernardo, maior colégio eleitoral da região e berço político do presidente, com 37,5% a 34,7%. Alckmin também está melhor em Santo André (42,6% ante 37,4%) – administrada pelo PT. Em São Caetano, onde o partido de Lula nunca ganhou, 40,6% a 34,4% para o tucano. Mauá, administrada dois mandatos consecutivos pelo PT, é outro neoreduto alckmista: 46,9% ante 30,8%. O ex-governador também vence, com expressiva vantagem de 72% a 11,1%, em Rio Grande da Serra, e em Ribeirão Pires – cidade que ficou nas mãos do PT de 1887 a 2004 –, com 47,9% a 35,4%). Lula só ganha em Diadema (54,7% a 27%), administrada pelo prefeito José de Filippi Júnior, licenciado do cargo para ser o tesoureiro da campanha à reeleição do presidente.

O resultado demonstra que o PT continua perdendo espaço no Grande ABC. Nas eleições municipais de 2004, o partido foi derrotado em cinco das sete cidades. Além de não conseguir emplacar candidatos em São Bernardo e São Caetano, tradicionais trincheiras tucanas, ficou fora do governo em Mauá (após uma disputa judicial que suprimiu o segundo turno), Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
Heloisa Helena, do Psol, é terceira colocada na região, com 5,4% dos votos na estimulada, seguida por Cristovam Buarque, do PDT, que tem 1,1% – outro empate técnico. Realizada antes da confirmação do total de candidatos pelo TSE, a pesquisa aborda apenas os primeiros quatro nomes colocados em disputa. A quase 80 dias do 1º turno, o número de indecisos é de 6,6%. Nulos, brancos e dispostos a não votar representam outros 9,4%.

Alckmin insinua motivação política em ataques a SP

O candidato à Presidência da República pela coligação PSDB-PFL, Geraldo Alckmin, insinuou que haja motivação política por trás dos ataques do crime organizado em São Paulo. "Tem muita coisa estranha por trás de tudo isso, mas não vou fazer nenhuma observação de natureza política. Acho que as investigações cabem aos órgãos policiais", disse Alckmin.

"É estranho a forma como a coisa ocorre, a época em que ocorre, a maneira como ocorre e como os fatos são desencadeados", afirmou. Ele se reuniu hoje com o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE) e o coordenador de sua campanha, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), no Senado, em Brasília.

Para o candidato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está iludindo o povo ao dizer que ofereceu ajuda para combater o crime organizado em São Paulo com a Força Nacional de Segurança. "Ele está comparando situações diferentes. Está iludindo a boa fé das pessoas. Duzentos policiais em um estado menor até podem ajudar um pouco. Agora, onde temos 130 mil policiais treinados, mais armados, mais equipados, o que ajudaria? ", afirmou.

Alckmin afirmou que o governo federal não fez sua parte e que poderia ajudar de outra maneira. Ele citou, por exemplo, o fato de a polícia do Estado precisar fazer escolta policial de presos federais porque não há federais suficientes para a função. "Quer ajudar na questão penitenciária, tem entre mil e quinhentos a mil e oitocentos presos federais no nosso sistema. É só tirar os presos que deveriam estar nas cadeias federais. Isso resolveria Araraquara", reclamou.

O candidato tucano disse ainda que o governo federal poderia ter assinado, em dois de janeiro, o recurso constitucional do fundo de segurança e do fundo penitenciário, mas até hoje o convênio continua na mesma. Ele reclamou do fato de o governo federal não combater de forma eficaz o tráfico de armas e o tráfico de drogas onde há crime organizado. "Nós enxugamos gelo nos Estados porque não tem polícia de fronteira eficaz no enfrentamento do crime organizado", afirmou.

Executivo abusa de MPs e paralisa Congresso

Estudo do PSDB mostra que 80% das sessões estavam trancadas por medidas provisórias.

Brasília (13 de julho)- Levantamento feito pela assessoria técnica do PSDB junto à Mesa Diretora da Câmara revela que o excesso de medidas provisórias editadas pelo governo Lula é responsável pelo trancamento de mais de 80% das sessões da Casa. Dados indicam que das 71 sessões deliberativas (quando há votações) realizadas em 2006, 60 foram obstruídas por MPs enviadas pelo Planalto. Em apenas 15,49% das vezes (11 sessões) a pauta de votações esteve livre para a apreciação de projetos.

EXECUTIVO QUE LEGISLA

Na avaliação do deputado Custódio Mattos (MG), a administração Lula criou um impasse institucional pelo uso "absolutamente abusivo" das medidas provisórias. "Aos poucos o presidente Lula vai anulando o papel do Legislativo. É preciso tirar essa impressão de que existe um relaxamento dos deputados no que diz respeito ao cumprimento de suas funções", afirmou.

O parlamentar alertou também que às vezes a sociedade não percebe que a origem do problema está no Planalto. "Com os atrasos na agenda de votação da Câmara, os problemas de imagem que o Congresso teve no ano passado - com o envolvimento de alguns parlamentares em escândalos de corrupção - ganharam nova dimensão com a visível dificuldade dos congressistas em liberar a pauta. Mas a responsabilidade é do Executivo", assegurou.

Segundo Custódio, a constante obstrução dos trabalhos sinaliza duas coisas: a primeira é a clara incapacidade do governo petista de exercer sua liderança no país. "A gestão federal tem a obrigação de conseguir maioria no Parlamento para permitir que as votações ocorram dentro do previsto". O segundo ponto apontado pelo deputado se refere à intenção oculta do Planalto em "desmoralizar publicamente o Legislativo".

Para o vice-líder do PSDB na Câmara Arnaldo Madeira (SP), não resta dúvida de que atualmente quem legisla é o Executivo. "Não há como questionar isso. Desde o início do governo Lula percebemos que as medidas provisórias vem ano a ano paralisando o Congresso. O Executivo se aproveita da regra atual das MPs - que impede o Executivo de reeditar as medidas -para criar um clima de obstrução na Câmara quando é de seu interesse e acabar por determinar o ritmo dos trabalhos", concluiu.

quinta-feira, julho 13, 2006

Serra cobra de Lula a criação de 10 milhões de empregos

A promessa de criação de postos de trabalho foi feita pelo presidente na campanha de 2002.

Chico de Gois

SÃO PAULO - O candidato ao governo do Estado pelo PSDB, José Serra, cobrou nesta quarta-feira do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a criação dos 10 milhões de empregos que o petista prometeu durante a campanha presidencial de 2002. “Cadê os 10 milhões de empregos?”, questionou. “Eu posso cobrar porque tive mais de 33 milhões de votos”, declarou diante de populares reunidos em um salão em Itapevi, na Grande São Paulo.

“Grande parte do que o governo federal apresenta é apenas registro em carteira, porque as pessoas já estavam trabalhando”, discursou. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, nos últimos 12 meses a variação acumulada foi de 4,89%, equivalente à geração de 1.251.557 postos de trabalho. De 2003 a maio de 2006 foram criados pouco mais de 4 milhões de vagas.

Serra afirmou que sua prioridade à frente do governo do Estado, caso seja eleito, será criar condições para atrair emprego. E, como exemplo, citou a obra do Rodoanel, que, segundo ele, pode atrair empresas para Osasco e região. “Emprego exige política pública federal”, observou. “Eles, os petistas, são especialistas em falar uma coisa e fazer outra.”

O candidato tucano ao governo, que além de Itapevi esteve em Osasco, pediu empenho da militância. “Estou na frente nas pesquisas eleitorais, mas pesquisa não ganha eleição”, disse. Serra também afirmou que sua campanha é ligada à de Geraldo Alckmin à Presidência. “Ele tem de percorrer o País e não pode estar em São Paulo, mas nós estamos aqui para isso.”

Virgílio: Lula foi a SC para inaugurar uma simples casa

Valor gasto na viagem supera o custo financiado para construir a residência

Brasília (12 de julho) - No final de junho, Lula foi a Chapecó (SC) apenas para inaugurar uma simples casa construída pelo casal Sílvio e Teresina Sachetti com financiamento de R$ 6,3 mil da Caixa. Essa foi a informação que o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), transmitiu hoje aos parlamentares para assinalar como o presidente torrou dinheiro público na fase em que era candidato mas não assumia essa condição.

GASTO INCALCULÁVEL

"Com o presidente, em dois aviões, foram a Chapecó 52 pessoas da equipe precursora, todas hospedadas no principal hotel da cidade; mais de 100 homens das polícias Militar, Rodoviária e Federal; e mais os ministros Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário; Márcio Fortes, das Cidades, e a presidente da Caixa, Maria Ramos Coelho", enumerou.

"Valor do financiamento da Caixa Econômica, para a construção da residência: R$ 6,3 mil. Valor do gasto com o deslocamento de Lula para a inauguração: incalculável", frisou em discurso. O senador mostrou que tudo isso está publicado no jornal Pioneiro, de Caxias do Sul, que acompanhou a "inauguração". E pediu que a notícia fique inscrita nos Anais do Senado "para que no futuro se veja a que ponto chegou a era vivida pelo país".

Para não esquecermos.




Serra diz que oferta de ajuda do governo Lula é “demagogia”

Candidato ao governo paulista pelo PSDB, José Serra bateu forte no governo federal nesta quarta-feira ao comentar a crise de segurança em São Paulo. O tucano lembrou que a administração petista cortou mais de 40% das verbas dos fundos de segurança e penitenciário que teriam de ser repassadas ao estado.

“O governo federal deveria cuidar do contrabando de drogas e de armas, que são a base do crime organizado, e não tem feito isso. Tem feito demagogia, é trololó, é falar, mas fazer que é bom, não faz”, disparou Serra. Ele ressaltou que, ao invés de construir mais presídios em São Paulo, o governo Lula fez apenas um, “que nem funcionando está”.

O ex-prefeito se queixou ainda de que o efetivo da Polícia Federal é insuficiente. Citou como exemplo o fato de sequer ter um helicóptero para atuar em São Paulo.

Nota do Blog: É muita coincidência e muita vantagem para o PT o que vem acontecendo e com a informação acima fica claro os interesses do atual governo federal.

quarta-feira, julho 12, 2006

Dirceu não revela o que foi fazer na Bolívia


RUBENS VALENTE da Folha de S.Paulo

Em nota divulgada ontem, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu disse ter desempenhado "atividades profissionais" na viagem que fez entre 23 e 24 de abril último a La Paz, na Bolívia, mas não explicou para quem trabalhava e qual o objetivo da viagem. Dirceu revelou ter feito outras viagens "de caráter profissional" para os Estados Unidos e o México --também sem revelar os clientes.

Nota do Blog: Alguém duvida que ele trabalha com o respaldo do governo?

A Folha revelou ontem que, em La Paz, Dirceu manteve encontros com o presidente Evo Morales e com parlamentares da oposição para discutir a crise dos combustíveis --dias depois, em 1º de maio, Morales decretaria a nacionalização do gás e do petróleo bolivianos.

Dirceu confirmou a viagem, mas negou o encontro com o presidente boliviano. A reportagem fez cinco perguntas por escrito ao ex-ministro, mas não obteve resposta.

Dirceu viajou num jatinho Citation 7 registrado em nome da siderúrgica MMX, de Eike Batista, que teve a construção de uma siderúrgica em Puerto Quijaro, perto da fronteira com o Brasil, barrada por Morales sob a acusação de desrespeito à legislação ambiental. A licença para a operação da siderúrgica foi recusada em março.

A reportagem apurou que Dirceu se reuniu no Rio com Batista há cerca de três meses --informação não confirmada nem negada pela assessoria deste. Após ter dito, anteontem, que o jatinho que transportou Dirceu estava "arrendado", a siderúrgica EBX, controladora da MMX, disse ser a responsável pelo avião. A exemplo de Dirceu, também não explicou se o ex-ministro é ou foi um contratado da siderúrgica.

Pela manhã, a assessoria informou que o avião havia sido "emprestado", mas não especificou a quem. No final da tarde, a EBX disse que não se manifestaria mais sobre o assunto.

O jatinho, de prefixo PT-OVU, chegou a La Paz no dia 23 e retornou a São Paulo em 24 de abril. No dia 25, Eike Batista anunciou que seu grupo deixaria a Bolívia. Ele estimou um prejuízo de US$ 20 milhões.

Ex-marido de Luma de Oliveira, construiu em 2002 uma termoelétrica no Ceará que ficou conhecida como "Termoluma". No governo Lula, a usina foi adquirida pela Petrobras por cerca de US$ 137 milhões.

Desde que deixou o governo, em 16 de junho de 2005, Dirceu atua como "consultor e advogado", por meio de uma empresa chamada "José Dirceu & Associados". A assessoria de Dirceu disse que a natureza de seu trabalho é "assunto privado".

Em São Paulo, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, negou que Dirceu tenha negociado com a Bolívia em nome do governo. "A relação com os bolivianos é feita por meio de canais diplomáticos, do Itamaraty, do Ministério das Minas e Energia e da Petrobras, no que se refere à questão do gás."

Candidato tucano é o destaque do jornal Financial Times desta quarta-feira

Brasília (12 de julho) - O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, é o destaque da edição do prestigioso jornal britânico Financial Times desta quarta-feira. Em entrevista concedida aos jornalistas Richard Lapper e Jonathan Wheatley, em uma confeitaria em Brasília, no último sábado (8), o tucano disse que o "Brasil não pode correr o risco de perder mais quatro anos. Precisamos crescer mais rapidamente". Descrito pela reportagem como elegante e afável, Geraldo aborda suas estratégias para recolocar o país na rota do crescimento sustentável.

EXPERIÊNCIA

O jornal, especializado na cobertura econômica internacional, destaca a experiência do candidato tucano, como vice-governador e, a seguir, governador de São Paulo, "o Estado mais densamente povoado e mais industrializado do Brasil". "Ele (Geraldo) fez parte da equipe que transformou um déficit orçamentário de 25% em um superávit, reformou o setor público, reduziu impostos e estimulou o aumento dos investimentos dos setores público e privado em infra-estrutura e serviços", afirma o texto. "Ele ficou conhecido pelo gerenciamento prático e inovador, e por uma abordagem criativa no sentido de proporcionar serviços públicos", acrescenta.

"A minha obsessão será com o crescimento", afirmou Geraldo. "O crescimento se dá por meio da criação de empregos, e o governo só é capaz de criar empregos de uma forma complementar. Os empregos são criados pelos empresários. Pelo setor privado. Precisamos atrair o investimento produtivo."

REFORMAS

De acordo com o ex-governador de São Paulo, isso exigirá uma reforma do setor público, começando pela política fiscal. A carga tributária do Brasil representa quase 39% do PIB. "Essa é a carga tributária do Reino Unido", observou o candidato. "A nossa carga tributária é de dez a 15 pontos percentuais maior do que a de outros países emergentes, e quase o dobro daquela dos nossos vizinhos latino-americanos", comparou.
Para Gerado, a reforma do setor público envolve ainda a solução da ineficiência nos gastos públicos. "O governo está seguindo uma linha, e nós seguiremos outra", garantiu. "Atualmente esta linha significa aumentar os gastos, elevar os impostos e reduzir os investimentos."

Conforme afirma a publicação, as despesas correntes aumentaram bastante nos últimos anos, algo que se tornou possível com um aumento da arrecadação fiscal. Na entrevista, Geraldo diz ainda que pretende promover economia em áreas como a de aquisições públicas e reduzir o número de cargos comissionados - inflados para cerca de 30 mil no governo Lula - e propor um serviço público estável e profissional.

De volta ao início?


VEJA (12/07/06): Os Correios, onde tudo começou, tornam a ser loteados entre políticos. Para quê?

Diante do escândalo de corrupção que desarticulou seu governo, o presidente Lula sempre se comportou como se não soubesse de nada. Na semana passada, ficou a impressão de que, além de não saber de nada, Lula também não aprendeu nada. Na quinta-feira, o Diário Oficial da União publicou a nomeação de uns apaniguados políticos para o comando dos Correios, estatal que serviu de epicentro para o escândalo. Saiu dos Correios a célebre fita de vídeo em que o funcionário Maurício Marinho embolsava uma propina de 3.000 reais e informava que agia como um arrecadador financeiro do PTB de Roberto Jefferson – que, ao ser desmascarado, resolveu denunciar o mensalão. O caso sangrou o governo Lula. Quando VEJA divulgou as imagens da propina desencadeando o escândalo, a direção dos Correios era dividida entre três partidos – PT, PMDB e PTB. Todos foram demitidos e, desde então, o comando da estatal vinha sendo integrado apenas por funcionários e técnicos de carreira.



Agora, o presidente Lula resolveu demitir os técnicos e entregar tudo de volta às mãos dos indicados do PMDB, desprezando o ensinamento histórico de que boa parte dos políticos só se interessa em ter cargos públicos para usá-los em extorsão e trambicagens diversas. No caso dos Correios, além da experiência recente, os números são apetitosos. A estatal é gigante, tem 110.000 empregados, fatura mais de 8,6 bilhões de reais, investe 500 milhões de reais por ano e ainda dispõe de 90 milhões de reais de verba publicitária. Tudo isso, agora, ficará sob o comando dos peemedebistas. Na semana passada, saiu a nomeação do novo presidente e de três diretores. Nesta semana, deve ser publicada a nomeação de outros três diretores. O presente de Lula ao PMDB é uma retribuição à ala governista do partido, liderada por Renan Calheiros e José Sarney, que evitou o lançamento de um candidato peemedebista à Presidência da República e, assim, facilitou a vida eleitoral de Lula.

Um dos líderes da barganha, o senador Romero Jucá, do PMDB de Roraima, acha que não há risco de repetir o passado. Isso porque, diz ele, agora os Correios terão "uniformidade de ação partidária". Traduzindo: só o PMDB fará nomeações para os Correios e não haverá, portanto, a divisão partidária de antes. O argumento é apenas uma enganação, pois parte do princípio – equivocado – de que a roubalheira nos Correios era um problema político-partidário, quando era um problema de corrupção. E ainda pretende convencer a platéia de que o pessoal do PMDB, este, sim, não se mete em maracutaias. Só para lembrar: as indicações da semana passada foram feitas pelos peemedebistas Romero Jucá (acusado de usar fazendas-fantasmas como garantia de empréstimo em banco público), Ney Suassuna (agora suspeito de envolvimento com a máfia dos sanguessugas) e Luiz Otavio (que pegou empréstimos do BNDES para construir balsas que não saíram do papel – e nunca devolveu o dinheiro). Só gente de primeira.

Bolsa Família é eleitoreiro, diz Cristovam Buarque

O senador Cristovam Buarque, candidato do PDT à Presidência da República, disse que o programa Bolsa Família, do governo federal, é eleitoreiro.

Buarque criticou o que considera modificações no que era originalmente chamado de Bolsa Escola, criado por ele quando governador do Distrito Federal.

Foi um erro, na avaliação dele, transformar o programa que era um programa de estímulo à educação dos filhos num programa assistencialista.

“Virou um programa eleitoreiro, e em vez de permitir que a criança estude, agora só permite que a família sobreviva”, afirmou Buarque numa entrevista a jornalistas estrangeiros, nesta terça-feira, em Brasília.

Buarque disse que, se for eleito, vai garantir que as famílias tenham que porovar que os filhos estão freqüentando a escola para receber o benefício.

O senador considera que, por causa da amplitude do atual Bolsa-Família, essa exigência deixou na prática de ser cumprida, o que estaria prejudicando o objetivo inicial do projeto.

Com isso, ele estima que os beneficiários diminuiriam dos atuais 11 milhões de família para cerca de 8 milhões, num programa administrado pelo Ministério da Educação.

“Os outros 3 milhões seriam atendidos por um programa social”, afirma. “A escola é que emancipa a criança. O Bolsa Família não.”

Embora o programa ainda exija oficialmente a comprovação da frequência à escola, Buarque diz que na prática esta obrigação foi abolida depois que o Bolsa Família unificou todos os programas de complementação de renda do governo federal.

"Concertação política"

Seu primeiro ato na Presidência, se eleito, tentaria fazer o que chamou de uma "grande concertação política" para cuidar dos temas da educação e da “guerra civil”.

“Se eu fosse eleito, no primeiro dia de governo, com minoria no Congresso, eu reuniria as lideranças para propor uma grande concertação para um grande para educação e para atacar a guerra civil.”

O candidato do PDT considera a situação atual da violência no país “uma guerra civil entre bandidos e policiais, com a população sofrendo no meio”.

Ele acha que é possível mobilizar os congressistas, mesmo os de oposição, para que se unam em torno desses dois assuntos. “Nos outros, a oposição continua, mas se conseguirmos uma união nesses temas podemos fazer uma revolução”, afirma.

Buarque se diz satisfeito por ter conseguido, segundo ele, colocar a educação no centro da campanha presidencial. “Já me sinto vitorioso por ter pautado o debate”, afirmou.

Mas ele diz que os dois principais adversários – o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin – não estão qualificados para discutir o assunto e na avaliação dele não convencem quando prometem prioridade para a educação.

“Um (o PSDB) ficou lá oito anos e o Brasil ficou pra trás”, afirma. O PT, diz ele, “comemora a mediocridade” de resultados que melhoraram o país, mas não o suficiente.

Risco para o PDT

Com apenas 1% de intenção de voto, de acordo com as pesquisas, e apenas dois minutos e meio de tempo na TV, o PDT corre até o risco de ficar de fora da representação no Congresso, se não conseguir 5% dos votos no país, como prevê a cláusula de barreira.

Na eleição passada, o partido obteve 5,5% dos votos, mas Buarque diz que o fato de ter lançado candidato próprio deve aumentar a votaçao.

Buarque - que já foi reitor da Universidade de Brasília antes de ser governador do Distrito Federal – defende a federalização da educação básica na formação do professor e nos métodos de ensino, com gerenciamento descentralizado nos Estados e municípios.

Ele também diz que é preciso ampliar o orçamento atual do governo federal para o setor, hoje em torno de R$ 6 bilhões, para R$ 13 bilhões.

“Precisamos fazer uma revolução na educação, para que o Brasil saia da economia da indústria mecânica para a indústria do conhecimento.”

Apesar das críticas à educação, Buarque defende a política externa do governo atual e diz que, se fosse eleito, não faria mudanças profundas na economia. “O eixo não é a economia, é o orçamento”, afirma. “Os pilares de uma economia aberta, responsabilidade fiscal, vão ficar aí por muito tempo ainda.”

Na política externa, ele defende a ênfase à relação Sul-Sul, mas aponta erros de diplomacia, como a prioridade à campanha por um vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU em detrimento de uma melhor relação com a Argentina.

O candidato do PDT também disse que o governo fez bem em resistir à Alca, mas considera a integração inevitável.

As denúncias de corrupção no governo atual, segundo ele, não serão tema de sua campanha. “Isso é a podridão da superfície, eu vou cuidar das estruturas."

Eta bancão bão, sô!


VEJA (12/07/06): O TCU confirma que o governo fez uma negociata para ajudar o BMG, o caixa do mensalão.

Quando o banco BMG foi pilhado financiando o mensalão, há um ano, uma dúvida passou a assombrar o país: qual a razão de tamanha generosidade? Controlado pela família do banqueiro mineiro Ricardo Guimarães, o BMG despachou 41 milhões de reais para o valerioduto por meio de quatro "empréstimos", nunca cobrou a dívida e só fez algum movimento nessa direção quando o escândalo veio a público. Três dias depois do primeiro repasse, em fevereiro de 2003, Guimarães teve uma audiência com o então ministro da Casa Civil, José Dirceu. O motivo da visita seria um convite ao ministro para participar da inauguração de uma fábrica de enlatados. Sete meses depois do encontro, contudo, o governo editou uma medida provisória que permitiu aos bancos públicos ingressar num filão milionário – o empréstimo a aposentados e pensionistas do INSS com desconto em folha de pagamento, o chamado crédito consignado. Depois, abriu caminho exclusivo para o BMG explorar esse mercado. Quem apostou que por trás da generosidade do BMG com o PT havia um escandaloso favorecimento do governo, sabe-se agora, acertou na mosca.

Na semana passada, o Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu uma auditoria sobre os meandros da negociata secreta. A investigação encontrou nove "robustos indícios de favorecimento" ao banco mineiro. O BMG foi o primeiro banco privado a firmar convênio com o INSS para explorar o crédito consignado, um negócio que, até o ano passado, movimentou 8 bilhões de reais em empréstimos. O sucesso da operação, concluiu o TCU, foi movido a privilégio. O convênio com o INSS foi assinado apenas oito dias após o pedido formal para explorar o serviço. Nenhum outro banco conseguiu proeza parecida. O banco BMC, que fez o mesmo pedido ao INSS, levou três meses para assinar o convênio. O HSBC levou ainda mais tempo: sete meses. O BMG, repetindo, levou apenas oito dias. Graças aos três meses de vantagem que ganhou sobre a concorrência, período em que ficou explorando o mercado do crédito consignado sem rivais privados, o BMG tornou-se dono da maior carteira, embora fosse uma instituição nanica – tinha apenas dez agências no país e só 79 funcionários operacionais. O novo filão transformou o BMG num bancão. Seu lucro líquido aumentou 223% em dois anos, chegando a quase 300 milhões de reais em 2004.

Ao contrário dos demais processos, o do BMG saltou todos os obstáculos burocráticos e foi direto para o então presidente do INSS, o peemedebista Carlos Bezerra. Por que será? Ana Adail de Mesquita, coordenadora-geral de benefícios do INSS, relatou aos auditores do TCU que foi ameaçada de demissão caso se recusasse a atropelar os trâmites normais. A chefe da Divisão de Administração e Convênios e Acordos Internacionais do INSS, Maria da Conceição Coelho Aleixo, disse que todas as ações envolvendo o BMG eram feitas sob muita pressão da presidência do órgão. "Não há como negar, portanto, que a tramitação do convênio celebrado com o BMG, além da notável celeridade, foi atípica, queimando etapas e excluindo a participação de departamentos que deveriam estar envolvidos no processo", diz o relatório do TCU. As punições foram pífias. Carlos Bezerra foi responsabilizado pelo favorecimento e multado em 15.000 reais. José Dirceu nem sequer foi citado. Antes da decisão do governo que transformou o BMG num bancão, é sempre bom lembrar, a ex-mulher de Dirceu, Maria Ângela Saragoça, foi contratada por Ricardo Guimarães – aquele que se encontrou com o ex-ministro apenas para convidá-lo para a inauguração da fábrica de enlatados. Eta bancão bão, sô!

Alckmin diz que eleição vai para o 2º turno

Em viagem à Europa, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, recebeu com entusiasmo o resultado da pesquisa. “Crescer sete pontos antes de começar a campanha é um crescimento grande. Sem ter publicidade, sem gastar dinheiro, sem ter máquina governamental”, disse o tucano em Bruxelas, na Bélgica. “Eu diria que isso mostra que a população está recebendo bem a nossa mensagem, as nossas propostas.”

Apesar de a pesquisa mostrar que o presidente Lula venceria no primeiro turno, caso as eleições fossem hoje, Alckmin avalia que o eleitorado tende a levar a disputa ao segundo turno, para ter mais clareza das propostas e mais segurança na escolha. Ele aposta em um avanço maior depois de 15 de agosto, quando começa o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV. Mas ressalvou: “A gente precisa ter os pés no chão. Uma coisa é pesquisa, outra é eleição.”

Alckmin minimizou o apoio de alguns caciques do PMDB à reeleição de Lula e destacou que as lideranças regionais do partido apóiam a sua candidatura. “No Nordeste, Jarbas Vasconcelos (PE) está conosco. No Centro-Oeste, Joaquim Roriz (DF) está conosco. No Sul do País, o atual governador Luiz Henrique (SC) está conosco e, em São Paulo, acredito que Michel Temer estará conosco”, disse o ex-governador paulista, ainda antes de o presidente nacional do PMDB anunciar, em Brasília, apoio formal à candidatura tucana.

O presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati, que acompanha o candidato na viagem, listou as lideranças peemedebistas que apóiam Lula: Renan Calheiros, José Sarney, Ney Suassuna e Jader Barbalho. “Liderança de voto importante com o PMDB não tem nenhuma (com Lula). Germano Rigotto está neutro, Roberto Requião está neutro. Jarbas, Luiz Henrique e Itamar Franco têm feito elogios à candidatura do Alckmin.”
Alckmin criticou Lula por ter acomodado nos Correios quatro apadrinhados do PMDB. “Os Correios foram dados ao PMDB. Isso demonstra que o governo não aprendeu com a crise. É uma visão equivocada de que os fins justificam os meios. Não é a maneira adequada de fazer política”, afirmou. “O que o governo tem feito é algo totalmente atrasado. É loteamento de cargo público, sem critério adequado, reincidente no caso dos Correios.”

terça-feira, julho 11, 2006

Jornal argentino destaca Lula, como candidato mais rico do Brasil


BUENOS AIRES - O jornal argentino La Nación publicou hoje reportagem sobre a situação financeira do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sob o título: "Lula, o presidente operário, é o candidato mais rico do Brasil", dentre os quatro principais candidatos.
A reportagem diz que "desde a sua chegada à São Paulo, vindo do interior paupérrimo, na parte traseira de um caminhão, junto com sua mãe e seus irmãos, sua vida mudou muito".
O jornal destaca que o presidente Lula possui um patrimônio de R$ 839 mil ou quase 1,2 milhão de pesos argentinos, menos que os R$ 692 mil reais (988 mil pesos) declarados por seu opositor Geraldo Alckmin, que ironizou: "o candidato dos pobres é bastante ricaço, não?"

O jornal destaca que o presidente Lula possui um patrimônio de R$ 839 mil ou quase 1,2 milhão de pesos argentinos, menos que os R$ 692 mil reais (988 mil pesos) declarados por seu opositor Geraldo Alckmin, que ironizou: "o candidato dos pobres é bastante ricaço, não?"

O jornal também afirma que "durante os quase quatro anos de seu mandato , o patrimônio de Lula praticamente se duplicou", mas mesmo "depois de ter suportado mais de um ano de acusações de corrupção contra alguns de seus assessores a informação sobre o progresso econômico de Lula não despertou denúncias nem polêmicas".

Principalmente, continua o texto, "no Brasil não é comum o preconceito ideológico para o progresso material"

Lula diz que partidos serão responsáveis por ministérios


Quatro dias depois de devolver ao PMDB o comando dos Correios, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu ontem as críticas de que aderiu de vez ao fisiologismo com um argumento singelo: não responderá por escândalos e deslizes cometidos em áreas de seu governo controladas por outros partidos. Poucas horas antes de jantar na Granja do Torto com representantes de pelo menos 19 dos 27 diretórios do PMDB que lançaram o Movimento Pró-Lula, em apoio à sua reeleição, o presidente deixou claro que o partido terá de assumir integralmente a responsabilidade pelo que vier a ocorrer em sua órbita de atuação no governo."É mais que justo que o partido que tenha um ministro no governo seja o responsável por todo o ministério", disse Lula, ao ser abordado por jornalistas após almoço oferecido ao presidente de Gana, John Agyekum Kufuor, no Itamaraty. Ao mencionar sua proposta de "governo de coalizão", tendo o PMDB como parceiro preferencial, Lula citou o ministro das Comunicações, Hélio Costa, como exemplo do que almeja para um eventual segundo mandato.

Nota do Blog: Então fica assim. O Lula dorme com o PMBD, mas não se responsabiliza pelo filho que eles gerarem. Quando mesmo que o Lula se responsabilizou por alguma coisa que ocorreu embaixo da sua barba?

"Ele é do PMDB. Se tiver qualquer problema, o ministro será o responsável. O mesmo vale para a Saúde", insistiu. No caso da Saúde, o PMDB pressiona o Palácio do Planalto para assentar na cadeira de ministro o atual presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Paulo Lustosa, que ocuparia o lugar do atual titular, José Agenor da Silva. Até agora, o PT conseguiu barrar a indicação de Lustosa.

Antes do jantar, o líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), informou que Lula, além de receber o "apoio integral" de 19 diretórios do partido, terá a ajuda de dissidentes de seções da legenda em Estados como Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Suassuna não soube dizer, no entanto, quem será o representante do PMDB na coordenação da campanha de Lula. "Nós somos os noivos e ainda não recebemos o convite. Se formos convidados, conversaremos sobre o assunto."

Penca de Estatais - Lula reagiu às estocadas de adversários do PSDB e do PFL, para quem o governo quer transformar a política de "porteira fechada" em foco de corrupção. Sem mencionar a crise do mensalão, que atingiu em cheio o Planalto e o PT, o presidente disse achar "estranho" que, no passado, partidos ocupantes de cargos não tenham sido responsabilizados por seus erros. Lembrou, ainda, que o PMDB integra a sua base de sustentação e que fatia relevante da sigla apóia o Planalto bem antes das indicações nos Correios.

Na quinta-feira, Lula nomeou na cota do PMDB o presidente e três diretores dos Correios, além de prometer à legenda, caso seja reeleito, mais ministérios e o comando de uma penca de empresas estatais. No jargão político, "porteira fechada" significa domínio partidário sobre todos os cargos de determinada estrutura.

Ao destacar que o PMDB é uma força política nacional, o presidente fez questão de negar que esteja se distanciando do PT para entregar a condução da campanha a peemedebistas. "Quem vai fazer (a campanha)? O vizinho?", ironizou. "Tem de ser o partido."

O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou que o PMDB deverá participar de um eventual segundo mandato de Lula. "O País não pode ser governado por uma força pura, seja de direita ou de esquerda", disse. "As instabilidades que ocorrem no Brasil têm muita relação com a falta de estabilidade dos partidos."

O programa de governo de Lula, segundo Tarso, conterá as "diretrizes mínimas" para a coalizão. "Os partidos deverão assumir a responsabilidade pelo que vierem a fazer no governo e perante a sua base parlamentar, para que ela não se fracione, como vem ocorrendo desde 1988", ponderou.

Diferença entre Lula e Alckmin cai, diz CNT/Sensus

Pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta terça-feira (11/7) revela que caiu de 22,4 para 16,9 pontos percentuais a vantagem do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Geraldo Alckmin (PSDB).

Lula aparece agora com 44,1% das intenções de voto; Alckmin tem 27,2%. O petista oscilou positivamente apenas 1,4 ponto percentual, em relação à consulta anterior, de maio. O tucano subiu 6,9 pontos percentuais.

Realizada na primeira semana de julho, a pesquisa captou os resultados da exposição de Alckmin na propaganda do PSDB veiculada em junho, no rádio e na TV, em várias inserções. Junho foi também o mês das convenções partidárias que confirmaram os nomes dos presidenciáveis.

Os demais presidenciáveis pontuaram, na lista estimulada: Heloísa Helena (PSOL) 5,4%; Cristovam Buarque (PDT), 1,4%; Ana Maria Rangel, 1,2%, Rui Costa Pimenta (PCO), 0,3%, José Maria Eymael (PSDC), 0,3%; Luciano Bivar (PSL), 0,3%. Indecisos, brancos e nulos somam 20,0%.

No levantamento anterior, realizado entre 18 e 21 de maio, Lula tinha 42,7% das intenções de voto, contra 20,3% de Alckmin. A diferença então entre os principais adversários da corrida presidencial era de 22,4 pontos percentuais. Na época, Heloísa contava com 8%, Eymael com 0,7% e Cristovam, com 0,5% das intenções de voto. Votos brancos e nulos somavam 23,9% em maio.

Uma diferença importante entre os dois últimos levantamentos da CNT/Sensus é a exclusão, agora, dos nomes de Roberto Freire (PPS) e Enéas (Prona). Ambos desistiram de concorrer à Presidência.

A pesquisa foi realizada por solicitação da Confederação Nacional do Transporte (CNT). Foram ouvidas 2.000 pessoas em 195 municípios, de 4 a 6 de julho. A pesquisa está registrada no TSE sob o número 10.382/2006.

A consulta também apurou o Índice de Satisfação do Cidadão (ISC) com o país, com governadores e prefeitos, a avaliação do governo Lula e o desempenho pessoal do presidente.

Os entrevistados responderam a perguntas sobre a influência dos programas sociais e dos programas de bolsa de estudo para o ensino superior do governo federal na escolha do candidato a presidente da República. Perguntas foram realizadas ainda sobre a confiança dos cidadãos nas instituições, sobre reforma agrária e atuação do governo federal em relação ao MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra).

Lula faz BNDES oferecer crédito à Bolívia. Ministro quer negociar só após as eleições

Apesar da grave crise envolvendo a Petrobras e das ameaças e provocações contra os brasileiros, o presidente da Bolívia, Evo Morales, segue recebendo auxílio do colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de manifestar apoio ao boliviano na campanha eleitoral e depois da posse, Lula ordenou o oferecimento de uma nova linha de crédito ao país vizinho pelo governo.

Nota do Blog: Então tá, o Evo Morales passa a perna no Brasil e como resposta damos um tapinha nas costas.

De acordo com reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo, o Planalto mandou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) enviar uma missão à Bolívia para oferecer o crédito. Os financiamentos concedidos aos bolivianos seriam usados para importação de produtos brasileiros, conforme a oferta feita em uma reunião na sexta-feira.

O encontro dos diretores do BNDES com representantes do governo de Morales foi acertado numa conversa entre o boliviano e seu colega brasileiro há uma semana, em Caracas. Lula não quis negociar o preço do gás diretamente com ele, mas tentou emplacar a "agenda positiva" entre os países para amenizar o conflito. O crédito permitiria compra de tratores e construção de estradas.

Nota do Blog: Construir estradas na Bolívia? Ah claro, o Lula já resolveu os problemas das estradas brasileiras com a Operação Tapa Buracos. Já me sinto dirigindo nas Autobahns alemãs.

Votos - Na terça-feira, um ministro do governo Morales afirmou acreditar que o presidente Lula só endurecerá o diálogo sobre o preço do gás boliviano enquanto estiver em campanha à reeleição. Para Andrés Soliz Rada, ministro dos Hidrocarbonetos, Lula "é candidato e não quer perder votos por causa desta negociação, e nem que a direita o acuse de ter atuado de forma branda".

Por causa disso, o ministro mostrou-se disposto a estender o prazo para negociação dos preços de olho nas eleições no Brasil. O prazo terminaria no meio de agosto. Ele diz esperar "uma maior compreensão" dos brasileiros após o pleito - ou seja, Soliz espera obter maiores vantagens na negociação sem que o governo do Brasil esteja preocupado com o impacto eleitoral do acerto.

Eleições atrasam negociação sobre preço do gás boliviano

Ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Andrés Soliz Rada declarou a jornalistas, nesta terça-feira, que o Brasil vem resistindo em aceitar o aumento do preço do gás pelo fato de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "não quer perder votos".

- Ele não vai querer perder votos com a negociação e nem que a direita o acuse de ter atuado de forma branda - declarou Soliz Rada.

Nota do Blog: Lula está esperando as eleições passarem para passar a mão na cabeça do Evo Morales e deixar os interesses nacionais de lado.

O presidente da Bolívia Evo Morales também acredita que o encerramento da negociação será interrompido por Lula já estar "mergulhado em sua campanha para a reeleição". O governo boliviano pretende promover um aumento que varia entre 70% a 100% no preço do gás que é vendido ao Brasil. Atualmente, o país paga US$ 3,8 pelo milhão de BTU (unidade térmica britânica). Valor inferior àquele acordado com a Argentina (US$ 5,00) e praticado pelo mercado internacional (US$ 7,5).

Segundo o ministro Rada, o Brasil deve aceitar o aumento proposto pela Bolívia, uma vez que utiliza o gás para fins industriais, diferentemente da Argentina, que o destina ao consumo doméstico. Estima-se que as negociações entre o Brasil e a Bolívia prolonguem-se até o final das eleições presidenciais de 2006. Se os dois países não chegarem a um acordo em até 45 dias, a decisão ficará a cargo da arbitragem internacional.

PT não esclarece origem de R$ 223,5 mil em campanha 2002

Fernanda Odilla
Do Correio Braziliense

11/07/2006
07h53-As contas da última campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda têm pontos que o PT não consegue explicar. Permanece desconhecida a origem de R$ 223,5 mil que foram parar nas contas de Lula e de outros sete petistas que concorreram a cargos majoritários nas eleições de 2002. O dinheiro abasteceu as campanhas derrotadas de Geraldo Magela (DF), José Genoino (SP) e Padre Roque Zimermann (PR) e ajudou a eleger, além do presidente, o senador Aloizio Mercadante (SP), o governador do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, e a governadora do Amapá, Dalva Figueiredo. Parte do dinheiro também foi usado pelo comitê financeiro único do PT.

No banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Justiça do Trabalho, registrada com o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) do candidato Lula, figura como fornecedora de R$ 565,3 mil às campanhas de todos esses petistas. Documentos apresentados pelo PT ao TSE revelam que parte desse dinheiro não foi doado pela Justiça do Trabalho — o que é proibido por lei. Refere-se a uma ação trabalhista que, em outubro de 2002, bloqueou R$ 341,7 mil de uma conta do partido e de outra aberta para a campanha de Lula. Mas o restante — R$ 223,5 mil — ninguém, nem mesmo o PT, sabe explicar de onde saiu.

As prestações de contas das campanhas dos petistas beneficiados com a receita não esclarecem o mistério. Apenas Lula identificou a receita que caiu na conta de sua campanha como dinheiro bloqueado e depois liberado pela Justiça do Trabalho. Os outros candidatos registraram os recursos como repasse do diretório nacional, mais precisamente como “eleições 2002 – candidato Lula”. No relatório de exame de prestação de contas da campanha de Lula, o partido esclareceu que a receita se refere ao bloqueio determinado durante uma ação trabalhista em 22 de outubro de 2002 e posteriormente restituído ao candidato no valor corrigido de R$ 144,6 mil — valor sacado da conta de campanha e que financiou apenas a candidatura de Lula.

Mas a falha não se restringe a uma eventual identificação equivocada do fornecedor, uma vez que a Justiça do Trabalho não pode fazer doações de campanha. É um problema matemático, que passou despercebido pelo TSE. Não fecha a conta do dinheiro penhorado pela Justiça do Trabalho — R$ 341,7 mil — e do total identificado como dinheiro doado aos candidatos — R$ 565,3 mil.

A assessoria de imprensa do PT em São Paulo diz que a diferença de
R$ 223,5 mil se deu porque a Justiça teria bloqueado todo o dinheiro que havia nas duas contas, e não apenas o valor autorizado pelo auto de penhora. A explicação não bate com as informações do processo. O bloqueio feito nas contas do PT foi menor do que o determinado pela Justiça. O autor da ação, o petista Paulo Soldano, pedia R$ 707 mil referentes a benefícios trabalhistas à Editora Brasil Agora, que teve como sócios o Lula e o PT. Seus advogados conseguiram bloquear apenas R$ 341,7 mil — todo o dinheiro que em outubro de 2002 estava nas contas em nome do PT e da “eleição 2002 Lula” — e transferir o montante para a conta judicial número 4200124071584, na agência 4204-8 do Banco do Brasil, em São Paulo.

Justificativa
A justificativa do PT, apresentada pela assessoria de imprensa da sede do partido em São Paulo, é insuficiente para responder a outras perguntas. Se o dinheiro da campanha nacional doado aos candidatos foi o liberado pela Justiça em novembro, por que Mercadante e Genoino, por exemplo, declararam tê-lo recebido nos meses de agosto, setembro e outubro? Mercadante ganhou R$ 57,5 mil e Genoino, que disputou o governo de São Paulo, foi o maior beneficiado. O TSE informa que a Justiça do Trabalho forneceu R$ 173,7 mil à campanha do ex-presidente do PT. Ele declarou ter recebido esse mesmo valor dividido em quatro diferentes repasses, registrados como “Eleição 2002 – Cand. Luiz Inácio Lula da Silva”.

O candidato petista ao Governo do Distrito Federal em 2002, Geraldo Magela, por sua vez, informou na prestação de contas R$ 30,4 mil divididos em 12 repasses do Diretório Nacional petista em três diferentes datas: 21 e 22 de outubro e 13 de novembro. Se o dinheiro foi bloqueado em 22 de outubro da conta do PT, como parte dele foi transferido para o campanha do candidato na mesma data e um dia antes?

Magela diz que, na campanha, não havia motivo para os candidatos petistas questionarem a origem dos repasses nacionais. “Esse dinheiro foi contabilizado como sendo da (campanha) nacional. Isso basta para a prestação de contas”, argumenta, dizendo desconhecer a ação trabalhista movida por um militante do partido bem como o auto de penhora decretado pela Justiça do Trabalho.

segunda-feira, julho 10, 2006

Caindo a popularidade.



Contas de faz-de-conta - Editorial do Estadão

O Estado de S. Paulo (9 de julho) - Não é apenas por seu notório objetivo eleitoral que o anúncio do governo de que está aumentando os investimentos deve ser analisado com grande desconfiança. Os números apresentados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para tentar convencer a população de que os investimentos de hoje são mais do que suficientes para garantir o rápido crescimento nos próximos anos, estão inflados. Para conquistar votos, o governo faz contas de faz-de-conta.

O momento escolhido pelo ministro para apresentar os números dos investimentos realizados nos últimos anos não deixa dúvidas quanto ao caráter eleitoral da divulgação. O anúncio foi feito a três meses das eleições e uma semana depois da oficialização da candidatura do presidente Lula à reeleição. Outra indicação dos objetivos meramente eleitorais do anúncio foi a comparação de números do governo atual com os do governo FHC. Obsessão do presidente-candidato, essa comparação será um dos pontos fortes de sua propaganda eleitoral.

Seria bom para todos se a realidade comprovasse que este governo é melhor que o anterior e que os resultados dos próximos governantes superassem os de seus antecessores. Com tabelas e gráficos, o ministro da Fazenda bem que tentou mostrar que isso já está ocorrendo. Os investimentos no governo Lula, segundo ele, estão aumentando desde 2004 e, mantida essa trajetória, a economia poderá crescer 4,75% em 2007 e 5% em 2008. "Se o investimento está aumentando, significa que o Brasil pode crescer a taxas cada vez mais elevadas."

É no mínimo discutível que os investimentos estejam crescendo. Segundo o ministro, os investimentos com recursos do Orçamento da União passaram de 0,41% do PIB em 2003 para 0,88% em 2005. Neste ano, de acordo com o ministro, pode chegar a 0,9%. Na média do governo Lula, porém, corresponderá a 0,7%, inferior à registrada no segundo mandato de FHC, de 0,9% do PIB.

A comparação, desfavorável para o governo Lula, não é o único ponto negativo dos números do ministro. Pior é a confiabilidade desses números. Como mostrou reportagem de Sérgio Gobetti publicada pelo Estado na quarta-feira, eles são mentirosos. Cerca de 25% dos investimentos que o governo Lula diz ter executado não saíram do papel.

Não é um problema novo, nem típico deste governo. Já no anterior havia discrepâncias entre o investimento anunciado e o efetivamente realizado. Mas, neste, as diferenças têm sido muito maiores. Dos investimentos anunciados de R$ 35,3 bilhões desde 2003, apenas R$ 26,8 bilhões foram de fato pagos até o fim de junho.

A origem da discrepância está na decisão do Tesouro Nacional de classificar automaticamente como "liquidado" todo valor empenhado no fim do ano. O empenho corresponde à autorização para a contratação de obra ou serviço. A liquidação só ocorre depois que o órgão responsável pela contratação atesta que a obra ou o serviço foram concluídos ou o equipamento comprado foi de fato entregue. Só então se faz o pagamento. Por causa dessa confusão, obras mal começadas são registradas como concluídas. No projeto de transposição do Rio São Francisco, por exemplo, uma obra embargada pela Justiça, de acordo com o governo já teriam sido investidos R$ 408,9 milhões, quando, de fato, foram justos R$ 116 milhões, que correspondem ao custo dos projetos iniciais de planejamento e de engenharia.

Em 2005, registra o governo, foram empenhados e "liquidados" investimentos de R$ 17,3 bilhões. Mas o valor pago foi de apenas R$ 5,9 bilhões; em 2006, foram pagos outros R$ 4,6 bilhões, totalizando R$ 10,5 bilhões, bem menos do que o valor anunciado.

Pior é o quadro dos investimentos programados para 2006. Segundo o ministro da Fazenda, o governo deve empenhar R$ 19 bilhões para investimentos. Mas, no primeiro semestre, foram autorizados apenas R$ 7,9 bilhões, o realizado não passou de R$ 668 milhões e o pago, de R$ 527 milhões. No que se refere a investimentos de governo o papel aceita qualquer coisa. Mas, para sair do papel, qualquer investimento precisa mais do que pedra inaugural.

Em Lisboa, Alckmin promete redução de impostos

LISBOA - O candidato a presidente pelo PSDB, Geraldo Alkmin, prometeu nesta segunda-feira, em Lisboa, reduzir a carga fiscal em pelo menos 10 pontos percentuais do PIB. Segundo ele, essa seria a forma de garantir mais empregos no Brasil, para que brasileiros não precisem buscar empregos no exterior.

"O Brasil está com uma carga fiscal de 38,9% do PIB. Eu entendo que ela está no mínimo dez pontos a mais do que deveria. Se você for pegar os países emergentes, Argentina, Chile, Venezuela, México, todos têm menos de 30 pontos. Alguns têm 20% de carga tributária E o pior é que ela está aumentando de ano a ano. No ano passado aumentou 1,5% do PIB", disse Alckmin.

Segundo o candidato, a conseqüência da política fiscal é o estrangulamento do crescimento da economia. "Não sobra dinheiro para investir. O investimento no ano passado foi de 0,4% do PIB. Então a fórmula do governo tem sido aumentar os gastos correntes, aumentar impostos e cortar investimentos", afirmou.

"Nós vamos fazer o contrário: cortar gastos correntes, cortar impostos e aumentar o investimento. Esse parece ser o caminho para ter um crescimento mais forte."

Dois dias na Europa

Alckmin chegou a Portugal na primeira escala de sua viagem de dois dias ao exterior. Na terça-feira, ele segue para a Bélgica, onde se encontra com o presidente da Comissão Européia, o português José Manuel Durão Barroso.

O candidato do PSDB afirmou que viajou a Portugal para discutir relações comerciais com os portugueses. "Nós estamos dando grande destaque â maior inserção internacional do Brasil. Queremos a busca de mercado internacional, acordos comerciais importantes", disse o candidato tucano.

"Começamos com esta visita a Portugal, ao presidente Cavaco Silva e ao primeiro ministro José Sócrates, pela relação histórica que temos. (Brasil e Portugal) São países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, e há importantes investimentos portugueses nos Brasil."

Apesar de haver mais de 100 mil imigrantes brasileiros em Portugal, não está previsto nenhum encontro do candidato à Presidência com a comunidade.

"São só dois dias. Hoje em Portugal e amanhã na União Européia", justificou Alckmin. "Eu entendo que o eleitorado no exterior é muito importante. Nós temos populações muito grandes fora do País. Acho que é importante levar uma mensagem, e todo o nosso programa de governo, nosso projeto, é de desenvolvimento sustentável. É a obsessão pela agenda do crescimento. O Brasil não pode crescer 2% a 3% ao ano."

Alckmin critica política de Lula com Governos de esquerda

O candidato à Presidência Geraldo Alckmin criticou hoje a política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de fortalecer relações com Governos de esquerda, como os da Venezuela e da Bolívia.

Alckmin está em visita a Lisboa e foi recebido hoje pelo presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, do Partido Social Democrata (PSD, de centro-direita).

Alckmin disse que "colocará os interesses da nação acima dos partidários" se for eleito.

Ele também criticou os acordos "duvidosos" de Lula com o presidente boliviano, Evo Morales.

"Não me parece que Lula possa apresentar sua política externa como uma carta de triunfo eleitoral, mas pelo contrário", disse o candidato do PSDB.

Alckmin acrescentou que Lula não prestou atenção às relações do Mercosul com a União Européia e optou por acordos bilaterais com outros países da América Latina, como a Venezuela e a Bolívia.

O candidato assegurou que "a tendência reinante no Brasil é levar o processo eleitoral a um segundo turno, para que os eleitores possam perceber com maior clareza qual dos dois candidatos deseja o melhor para o país".

Alckmin reuniu-se com Cavaco Silva por cerca de uma hora e disse que o encontro foi "muito proveitoso", já que Portugal é "um dos maiores investidores no Brasil".

Neste contexto, disse que seu propósito é atrair maiores investimentos portugueses e favorecer alianças entre as empresas de Portugal e do Brasil para "a entrada em mercados de terceiros países".

O candidato presidencial do PSDB assinalou que dará prioridade ao reforço de relações com todos os países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Em Lisboa, Alckmin promete aprofundar relações bilaterais

Lisboa, 10 Jul (Lusa) - O candidato à Presidência Geraldo Alckmin afirmou nesta segunda-feira em Lisboa que, se for eleito, vai manter a política de cooperação com os países lusófonos, aprofundar as relações bilaterais com Portugal e buscar um acordo entre União Européia e Mercosul.

"Grande destaque, grande relevância e grande empenho, não só com Portugal, como com todos os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)", disse Geraldo Alckmin à imprensa após uma audiência com o presidente português, Aníbal Cavaco Silva (foto, à direita).

Alckmin, que está em Portugal para apresentar suas principais propostas políticas, lembrou a visita ao Museu da Língua Portuguesa de São Paulo para demonstrar seu interesse, ainda quando governador paulista, pelo reforço dos laços entre os países lusófonos.

Sobre sua candidatura, a uma altura em que as pesquisas o colocam em segundo lugar, o candidato do PSDB admitiu que "não é uma eleição fácil", mas se disse "absolutamente tranqüilo" quanto a suas possibilidades. "A tendência é o eleitor levar (a eleição) para um segundo turno, para ter mais clareza, tirar dúvidas e saber qual dos candidatos vai ser melhor para o Brasil", disse.

Segundo Alckmin, o "encontro muito proveitoso" com Cavaco Silva, que durou cerca de uma hora, serviu para abordar uma série de aspectos do relacionamento externo do Brasil para o que define com uma de suas prioridades políticas: "Aperfeiçoar a inserção do Brasil no mundo".

Entre esses temas, citou o aprofundamento da relação bilateral com Portugal, "um dos maiores investidores no Brasil", o comércio mundial e a busca de fontes de energia limpa e renovável. Ele destacou "a importância de avançar num entendimento entre a União Européia (UE) e o Mercosul" que permita "diminuir o protecionismo e abrir o mercado" europeu, principal destino dos produtos brasileiros.

Questionado sobre os dividendos políticos que Lula pode retirar de uma projeção internacional vista como positiva, o candidato tucano criticou a política externa do atual presidente, minimizando o impacto dessa projeção no eleitorado. "Não acredito que a política externa possa ser um trunfo eleitoral. Pelo contrário", disse. Ele criticou Lula pela falta de avanços no relacionamento entre a UE e o Mercosul e por acordos bilaterais com outros países da América Latina, como com a Bolívia, nos quais a ação do governo foi "dúbia" e "submissa".

Em uma crítica implícita à aproximação de Lula a outros presidentes latino-americanos de esquerda, como Hugo Chávez (Venezuela) e Evo Morales (Bolívia), Alckmin afirmou: "Colocaremos os interesses da nação à frente dos interesses partidários".

domingo, julho 09, 2006

Perda de votos da classe média volta a preocupar PT

Apontado como um dos fatores decisivos para a derrota do PT em capitais importantes, como São Paulo e Porto Alegre, nas eleições municipais de 2004, o fantasma da perda do voto da classe média volta a assombrar a campanha petista. Auxiliares diretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e integrantes do comando do PT admitem que a campanha vem perdendo densidade junto a essa camada. O governo começa a apresentar medidas que ajudem a reverter o quadro.

Dados referentes à última pesquisa do Datafolha mostram que o tucano Geraldo Alckmin já leva vantagem sobre Lula entre os eleitores com renda familiar entre 5 e 10 salários mínimos e na faixa superior a 10 mínimos. Na primeira faixa, que vai de R$ 1,75 mil a R$ 3,5 mil, Alckmin bate Lula por 40% a 37%, segundo pesquisa dos dias 28 e 29 de junho divulgada no dia 30. Na outra faixa, que inclui eleitores com renda familiar acima de R$ 3,5 mil, a vantagem é maior ainda: Alckmin ganha por 40% a 34%.

A rejeição ao nome de Lula na classe média também é maior que a de Alckmin. Nesse cenário, a situação do petista é mais grave ainda, já que sua rejeição chega a 46% entre quem ganha mais de R$ 3,5 mil, contra 27% de Alckmin, e a 41% na faixa salarial imediatamente abaixo. O índice do tucano é de 18% nessa camada. A rejeição assusta os petistas. No caso de quem ganha acima de R$ 3,5 mil, os números do Datafolha indicam que Lula é rechaçado praticamente na proporção de um em cada dois entrevistados.

Dirigentes petistas já detectaram alguns pontos que têm feito a candidatura de Lula perder espaço na classe média. Segurança, tributação e tarifas elevadas, crise no setor aéreo no período próximo às férias escolares e a chamada MP dos Domésticos (que obriga patrões a recolher Fundo de Garantia do Tempo de Serviço para empregados domésticos e pagar multa de 40% na demissão sem justa causa) são alguns dos problemas na mesa de discussões dos estrategistas.

Alguns movimentos têm sido feitos para aliviar a insatisfação da classe média. Na quarta-feira, o governo anunciou a decisão de reduzir tarifas das contas telefônicas, numa diminuição média do custo de ligações em telefonia fixa em torno de 0,50%. É a primeira redução nas tarifas desde a privatização do setor, há oito anos, e contraria as operadoras, que tinham pedido autorização à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para aumentar as tarifas em 4,5% para ligações locais. A Anatel recusou.

Outra providência foi a conversa entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, com os diretores dos bancos oficiais (Banco do Brasil, Caixa, BNDES, Banco da Amazônia e Banco do Nordeste), quinta-feira, recomendando que aumentem os empréstimos às pessoas físicas e jurídicas, além de reduzir os custos dos financiamentos.

E o governo já revê o formato da MP dos Domésticos. O presidente deve vetar o pagamento da multa de 40% em caso de demissão sem justa causa. O governo também autorizou em abril o reajuste de 8% nas faixas salariais englobadas pela tabela do Imposto de Renda para Pessoa Física. Com a tabela defasada, cada vez mais pessoas deixavam de ser isentas ou mudavam para alíquotas de pagamento mais elevadas por conta das reposições salariais.

A oposição avalia também que a queda de Lula junto à classe média se deve ao maior acesso dessa camada aos meios de comunicação e percepção maior do envolvimento de integrantes do PT em escândalos de corrupção.

"Isso está mais do que estudado em situações como a do escândalo do mensalão. Há até um estudo feito para o caso do Canadá, ano passado, que mostra que numa situação de envolvimento com corrupção reage mais quem está mais informado. Estes são os leitores de jornais, ou mais ou menos 20% da população. Sempre, claro, na classe média", avalia o prefeito do Rio, César Maia (PFL). Maia prevê a possibilidade de Lula perder espaço junto aos eleitores de camadas sociais mais baixas, onde lidera com folga, conforme seja divulgado o envolvimento do PT com escândalos.