sábado, julho 22, 2006

sexta-feira, julho 21, 2006

Me engana que eu gosto.


Lula diz que não teme segundo turno das eleições.

A menos de três meses das eleições presidenciais, de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou o crescimento da candidata e senadora Heloísa Helena, do PSOL, nas pesquisas de opinião e disse que espera que outros concorrentes também subam nos levantamentos de intenção de voto. "O crescimento dela (Heloísa Helena) é importante para a democracia brasileira", declarou.

Lula se irrita com destaque de Chávez, diz 'Clarín'

Nota do Blog: Pois é... nosso amigo Lula-lá alimentou a cobra e agora não sabe o que fazer com ela. Já estou vendo os pequenos países da América Latina se rebelando contra o imperialista Brasil!!O jornal argentino Clarín afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se irritou com o papel de protagonista do líder venezuelano, Hugo Chávez, na reunião do Mercosul na cidade argentina de Córdoba.


De acordo com o jornal, Lula chegou até a evitar o jantar de gala oferecido na quarta-feira pelo presidente argentino, Néstor Kirchner, para não ter se encontrar com o líder venezuelano.Segundo o jornal, Chávez, cujo país aderiu ao Mercosul há duas semanas, "chegou ao Mercosul com um projeto político próprio" e vem procurando se mostrar como "um defensor dos membros pequenos" do bloco aduaneiro - Uruguai e Paraguai. E mais, acrescenta o jornal, o venezuelano "pretende agir como a ponte entre os grandes do Mercosul e os pequenos", algo que teria "desagradado muito o brasileiro Lula".

Acho que é assim que funciona.

Retirado do Blog Fermento Cínico (http://fermentocinico.blogsome.com/)


Só uma reflexão sobre esses atentados. Acho que o fluxograma é bem maior, mas quem quiser que continue. A PF, por exemplo…

Guerra na Internet


Retirado do Blog Soube? (http://www.soube.blogspot.com/).

- Soube?
- Do quê?
- A guerra que o PT pretende deflagrar na Internet vai ser surpreendente.
- Para quem?
- Para eles, ora...
- Como assim?
- O PT e Lula esperam desarticular ações orquestradas pela oposição formal, como se isso fosse real.
- Huummm...
- Mal sabem eles que as ações na internet são originadas em grande parte de reações voluntárias.
- Huummm...
- Ou seja, ao pensarem estar combatendo os oposicionistas, estarão combatendo a própria sociedade.
- Ah!
- Suicídio puro... não se combate espontaneidade com militância de cartilha.
- É!
- O PT não se dá bem com a Internet, pois ela tem uma disposição libertadora e anárquica, o que não é entendido pelos militantes, acostumados apenas à reprodução passiva de textos produzidos pelo partido.
- É!
- O PT não se sente bem em ambientes libertários...

quinta-feira, julho 20, 2006

Vestibular do ABC cobra questões "pró-PT'

Comentário do Blog: Só faltou ter uma questão perguntando em quem o candidato "deve" votar para Presidente do Brasil. Se assinalasse Alckmin a prova seria anulada.

A Universidade Federal do ABC (UFABC) teria apresentado textos, em seu primeiro vestibular, realizado no último domingo, com apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A opinião é de professores consultados pelo jornal Folha de S.Paulo, que analisaram a prova aplicada. A universidade começará a funcionar em setembro, em Santo André, no ABC paulista, berço político de Lula. A criação da escola faz parte do programa de expansão do sistema de instituições federais de ensino superior, promovido pela gestão petista.

"A prova é uma propaganda para o governo Lula", afirmou o professor de história da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Marco Antonio Villa. "No que diz respeito ao País, foram escolhidas apenas notícias positivas". Villa apontou os textos relacionados à auto-suficiência do País em petróleo, à diminuição das queimadas no interior paulista e ao aumento da expectativa de vida dos brasileiros. A prova usou como base notícias publicadas pela imprensa.

Aplicação da prova
O vestibular foi feito pela Vunesp, fundação que também aplica o processo seletivo da Universidade Estadual Paulista (Unesp), vinculada ao governo estadual de São Paulo. O diretor acadêmico da Vunesp, Fernando Prado, nega que a prova apoie a gestão Lula.

O selo da CUT dizia: "Valorize o emprego e a ampliação dos direitos". Segundo o gabarito oficial, a resposta era a que afirmava que "a CUT defende o emprego e a reeleição de Lula à Presidência da República". "A resposta faz uma defesa da CUT e uma ligação subliminar entre a reeleição do presidente e a luta pelo emprego", afirmou o professor de história Ciro de Moura Ramos.

Procurada pelo jornal, a reitoria da universidade respondeu, por e-mail, que "a Vunesp é a instituição responsável pela organização e aplicação do vestibular. A UFABC não interferiu na escolha dos temas e considera adequados o nível e formato do exame". A prova e o gabarito do vestibular podem ser vistos no site www.ufabc.edu.br.

Quando vamos receber a nossa parte?


quarta-feira, julho 19, 2006

Governo Lula protege sem-terra que depredaram a Câmara

Brasília (17 de julho) - O deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP) condenou nesta terça-feira a interferência do governo Lula na decisão judicial que libertou, no último fim de semana, 32 integrantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST), que permaneciam presos na Papuda (DF). A ingerência foi denunciada ontem pelo Ministério Público Federal (MPF). Os manifestantes comandados pelo petista Bruno Maranhão depredaram as dependências da Câmara dos Deputados no último dia 06 de junho. A invasão deixou 36 feridos e um prejuízo de R$ 106,5 mil aos cofres públicos.
TERRORISTAS

"A liberação dos envolvidos em si já é um fato grave e a intervenção direta do Planalto é absurda", avaliou Pannunzio, para quem os sem-terra deveriam aguardar o julgamento na cadeia. "Eles foram presos em flagrante. A premeditação do ato e violência com que a ocupação foi feita são suficientes para sabermos que essas pessoas oferecem sim um risco para sociedade", acrescentou.

De acordo com informações divulgadas em nota pelo Ministério Público Federal, a intervenção do governo Lula teria ocorrido por meio da Ouvidoria Agrária Nacional que enviou documentos ao juiz do processo em um procedimento alheio ao previsto pelo Código Penal. Com base na análise dos dados da Ouvidoria aos quais o Ministério Público não teve acesso, a Justiça autorizou a libertação dos sem-terra no último sábado (15).

Segundo o jornal Correio Braziliense, investigações realizadas em conjunto com a Polícia Federal levaram o MP a denunciar 116 pessoas, sendo que 80 chegaram a ser enquadradas na Lei de Segurança Nacional (LSN) por ameaçar o funcionamento do Congresso. Das 582 pessoas que invadiram a Câmara, apenas 32 ficaram presas até sábado.

Pannunzio acredita que as circunstâncias que envolveram a libertação dos manifestantes revelam, além da completa falta de "bom senso", mais um abuso cometido pela gestão petista que erra ao não respeitar os demais poderes. "O governo Lula impede o bom funcionamento do Legislativo ao sufocar os parlamentares com dezenas de medidas provisórias. E desrespeita o Judiciário ao obrigá-lo a devolver ao convívio social um grupo de terroristas", disse.

DESPREZO ÀS LEIS

O tucano espera que a medida autoritária tenha influências positivas na percepção do eleitor que irá definir a disputa eleitoral deste ano. "Se população ainda tinha dúvidas sobre a verdadeira identidade do presidente Lula e sua identificação com os movimentos fora-da-lei, agora não as tem mais", destacou.

Da tribuna, o senador Antero Paes de Barros (MT) afirmou que não cabe ao Executivo interferir no funcionamento do Judiciário. "A presença de Lula no Executivo é uma ameaça ao funcionamento normal da democracia neste país. Com esta intervenção, o petista avalizou a anarquia praticada contra o Poder Legislativo", protestou.

Para o vereador José Aníbal (SP), a libertação dos sem-terra que invadiram a Câmara serve de estímulo para àqueles que são capazes de praticar atos como esses. "Deixaram claro para a sociedade que as leis, a Constituição Federal e as instituições podem ser desprezadas em nome dos interesses de um único grupo ou dos partidos que o apóiam. Essa interferência só ajuda aos que querem permanecer no poder", concluiu.

Candidato do PSDB também bate petista em Santa Catarina

Brasília (18 de julho) - O candidato da coligação PSDB-PFL à Presidência da República, Geraldo Alckmin, venceria o presidente-candidato Lula, em Santa Catarina, caso as eleições fossem hoje. De acordo com pesquisa Ibope, realizada com 1.008 eleitores catarinenses para a RBS TV Florianópolis SA, o tucano teria 34% de intenções de voto, contra 32% do petista. Geraldo ainda tem a vantagem de possuir a menor rejeição no Estado (12%), enquanto Lula é rechaçado por 41% dos consultados.

O levantamento, realizado entre os dias 10 e 12 de julho em 54 municípios, aponta ainda uma vitória de Geraldo sobre Lula em um eventual 2º turno no Estado. O tucano bateria o petista por 47% a 36%.

Governo Lula já gastou R$ 2,6 bi em publicidade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o governo gastou R$ 2,6 bilhões em publicidade institucional desde a posse dele, em janeiro de 2003. Só neste ano a despesa foi de R$ 476 77 milhões. O Ministério do Desenvolvimento Social, gerenciador do programa Fome Zero, foi o único que apresentou aumento sucessivo de gastos nos últimos três anos. A pasta investiu em seis meses R$ 700 mil a mais que o total registrado nos 12 meses do ano passado.

As explicações de Lula sobre gastos com publicidade foram exigidas pelo plenário do TSE, que por unanimidade acatou, no dia 29 de junho, pedido do PFL e do PSDB que questionaram o "excesso" de gastos em ano de eleição. O Palácio do Planalto foi notificado, no último dia 3, da decisão do plenário do tribunal.

Dados enviados na tarde de hoje pela AGU ao TSE mostram que no primeiro ano de governo as despesas com publicidade atingiram R$ 540,19 milhões, subindo para R$ 797,99 em 2004. No ano passado, os gastos tiveram pequena queda em relação ao período anterior, totalizando R$ 771,36 milhões. Os ministros do TSE acompanharam voto do ministro relator, Carlos Ayres Britto.

No voto, o relator ressaltou que o pedido de informações do PFL e do PSDB é de "interesse público". "As informações quanto aos gastos da administração com publicidade institucional não só podem como devem ser disponibilizadas ao público, segundo princípio constitucional da publicidade e da impessoalidade", destacou Britto no relatório. O ministro salientou que o Estado é um "informante por excelência".

"Tudo a se traduzir na compreensão de que o nosso modelo constitucional de Democracia faz do Estado um informante por excelência, e que, por isso mesmo, tem que primar pela excelência da informação", argumentou Britto.

Fome Zero -

Os ministérios que mais gastaram este ano com publicidade foram Saúde (R$ 73 milhões), Turismo (R$ 19 milhões) Educação (R$ 8,6 milhões), Desenvolvimento Social e Combate à Fome (R$ 8,3 milhões), Desenvolvimento Agrário (R$ 6 milhões), Agricultura (R$ 5,6 milhões), Cidades (R$ 4,5 milhões), Transportes (R$ 4,3 milhões), Ciência e Tecnologia (R$ 2,1 milhões) e Meio Ambiente (R$ 536 mil). O governo argumenta que Saúde e Combate à Fome, por exemplo, dependem de publicidade para explicar projetos e ações à sociedade, daí as campanhas terem um caráter "institucional".

O governo não economizou nos gastos com o programa Fome Zero, carro chefe da campanha eleitoral de Lula neste ano. O aumento no número de famílias beneficiadas de 2004 para 2006 - de 6 milhões para 11 milhões - foi acompanhado pelo crescimento das despesas em publicidade.

Os gastos nos seis primeiros meses deste ano já superam toda a despesa registrada em 2004 e em 2005. No ano passado, o Ministério do Desenvolvimento Social gastou R$ 8,2 milhões e no ano anterior, R$ 4 milhões.

Os bancos públicos também estão na lista dos maiores gastadores da administração federal. De janeiro para cá, o Banco do Brasil gastou R$ 55 milhões em publicidade. A Caixa Econômica Federal já gastou R$ 16,75 milhões e o Banco do Nordeste, R$ 3,8 milhões.

Até mesmo o Banco Central, órgão mais discreto por ser uma entidade de controle e supervisão dos demais bancos, teve despesas no setor. O BC gastou neste ano R$ 480 mil em campanhas publicitárias.

(Fonte: Agência Estado)

terça-feira, julho 18, 2006

PT teme expor Lula e propõe '10 mandamentos'

Para evitar que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva cometa erros que possam levar a disputa para o segundo turno, o comando do PT fez recomendações que deverão ser seguidas por Lula, pelos coordenadores da campanha e, em alguns casos, integrantes do governo. Nas cartilhas, chamadas de "os dez mandamentos da reeleição" no Palácio do Planalto, o PT recomenda que Lula se recolha para esfriar a campanha e evitar maiores riscos.

No Planalto, na semana passada comentava-se sobre o risco do "efeito Zidane" na campanha do favorito Lula. Nas conversas sobre as estratégias da campanha da reeleição, vários petistas citaram ao jornal O Globo o exemplo do jogador francês Zidane, eleito o melhor da Copa de 2006 na Alemanha, que estava praticamente consagrado mas cometeu, a dez minutos de encerrar a carreira, o erro de dar uma cabeçada no adversário.

De acordo com o jornal, para evitar erros, o "mandamentos" do PT são os seguintes: 1) Não expor o candidato a situações de risco. 2) Evitar viagens para Estados com divergências entre aliados. 3) Evitar entrevistas e coletivas. 4) Só falar com a imprensa quando tiver um tema específico e definido pela campanha. 5) Não comentar assunto negativo para o governo, deixando essa função, de preferência, para os ministros. 6) Falar sempre de temas positivos. 7) Não participar de debates. 8) Explorar mais a postura de presidente do que de candidato. 9) Evitar a presença física no comitê de campanha. 10) Esfriar a campanha, participando de poucos atos públicos, pois uma disputa acirrada e dinâmica só interessa aos adversários.

A tentativa do PT e do Planalto é de manter Lula fora de polêmicas e fazer atividades de rua só quando for essencial, principalmente nos meses de julho e agosto. Neste mês, por exemplo, Lula terá apenas um grande evento de campanha em Pernambuco, dia 23.

Alckmin vence Lula na pesquisa em MS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apontado como grande favorito na corrida presidencial em nível nacional, perde em Mato Grosso do Sul para o seu principal rival, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB). Na pesquisa da Tendência realizada para o Correio do Estado/TV Campo Grande, Alckmin sai na dianteira com 37,3% das intenções de voto, deixando Lula para trás, com 28,8%. A diferença entre os dois é de 8,5 pontos percentuais para uma margem de erro estimada em 2,8 pontos percentuais para mais ou para menos numa amostra de 1.200 entrevistas.
A terceira colocada na preferência do eleitor sul-mato-grossense é a senadora Heloísa Helena (PSOL), com 8,7% das intenções de voto. A candidata Ana Maria Rangel (PRP) aparece com 1,3% na preferência do eleitorado, fica embolada com o senador Cristóvam Buarque (PDT), com 0,9%, Rui Costa Pimenta (PCO), com 0,5%, José Maria Eymael (PSDC), com 0,4% e Luciano Bivar (PSL), com 0,2%.

Não votariam em nenhum candidato apresentado 7,8% dos eleitores entrevistados em Mato Grosso do Sul. Os indecisos somam 14,1%.

A surpresa foi Ana Maria Rangel, que é de um partido nanico e desconhecido, estar na frente de Cristóvam Buarque que tem um partido, o PDT, estruturado em quase todos os municípios de Mato Grosso do Sul, com a maior bancada na Assembléia Legislativa (sete deputados), com maior número de prefeitos (17) e forte candidatos a deputado estadual e federal.

A diferença dos números dos dois está, porém, dentro da margem de erro estimada em 2,8% para mais ou para menos. Com esta margem, Ana Maria e Cristóvam Buarque estão tecnicamente empatados na preferência do eleitor do Estado para a sucessão presidencial.

Além disso, a candidatura de Ana Maria está sub judice porque no seu partido há grupos lutando internamente para expulsá-la e consequentemente tirá-la da disputa presidencial.

Metodologia

A pesquisa realizada pela Tendência foi contratada pelo Correio do Estado/TV Campo Grande. O levantamento sobre o desempenho dos candidatos a presidente da República ao Senado foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 1.948/06 e no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sob o número 011/06.

A Tendência ouviu 1.200 eleitores no Estado entre os dias 9 a 12 deste mês. A margem de erro estimada para esse estudo é de 2,8 pontos percentuais para mais ou para menos, considerando-se nível de confiança de 95%.

A amostra obtida está de acordo com o universo da população por região e tamanho da cidade, sem necessitar, portanto, de qualquer ponderação. Os domicílios dentro dos quarteirões foram sorteados de forma sistemática com intervalo de três casas e início aleatório.

segunda-feira, julho 17, 2006

TCU questiona governo federal sobre investimentos

O Tribunal de Contas da União (TCU) vai cobrar explicações do governo federal sobre os critérios adotados pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) para contabilizar os investimentos da União. O relatório preliminar do TCU sobre as contas de 2005 aponta falhas e incoerências nos balanços orçamentários e financeiros do governo e, no caso de "investimentos inflados", poderá resultar numa auditoria especial, dependendo dos esclarecimentos do Ministério da Fazenda.
Entre 2000 e 2005, de acordo com levantamento realizado pelo Estado, 52% dos investimentos classificados pelo governo como "liquidados" ao final do ano não haviam sido efetivamente realizados até aquele momento, o que contraria a legislação. Na prática, parte dos investimentos foi realizada nos anos posteriores, outros cancelados e há os que estão à espera de realização ou pagamento.

Pela natureza desse ciclo orçamentário, a legislação estabelece conceitos diferentes para cada uma das fases da despesa: o empenho é a autorização inicial para que se contrate um serviço, a liquidação refere-se à verificação de que o serviço foi realizado e o pagamento é o último passo. Na contabilidade do Tesouro, entretanto, não há diferença entre valores empenhados e liquidados.

Dos R$ 17,3 bilhões de investimentos contabilizados como liquidados em 2005, R$ 10,7 bilhões referem-se a serviços que não se efetivaram e, por isso, foram inscritos como "restos a pagar não processados".

Após usar o número cheio para tentar provar que os investimentos realizados no governo Lula em 2005 superaram a melhor marca da gestão anterior, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu que havia distorções nas estatísticas, mas negou a ilegalidade dos procedimentos. Disse que as distorções são um reflexo de uma lei de 1964 que trata das normas orçamentárias e que não pode fazer nada enquanto a lei não mudar.

Os técnicos do TCU consultados pelo Estado discordam. Eles não querem fazer um prejulgamento sem antes ouvir o Ministério da Fazenda, mas são categóricos: a lei não permite que o governo liquide uma despesa referente a um serviço que não tenha sido executado. O artigo 63 da lei 4.320, citada por Mantega, é claro ao dizer que "a liquidação da despesa terá por base os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço".

É justamente por isso que o TCU deverá convocar o Ministério da Fazenda para explicar por que vem promovendo a chamada "liquidação forçada". O procedimento polêmico já é adotado pelo Tesouro desde 1995, mas nunca havia chamado tanto a atenção quanto agora.

Crise leva produtor rural a fazer campanha contra Lula

Além de perder espaço junto ao eleitor de classe média, a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta agora o crescimento da resistência em outro importante setor: o da produção rural. Dois pacotes de apoio ao setor agrícola só neste ano e a promessa de liberar R$ 60 bilhões para a safra que começa a ser cultivada nos próximos meses não foram suficientes para agradar aos agricultores e os levar a apoiar a reeleição. Lideranças do setor têm desaconselhado o voto no candidato petista.
Prejudicado pela perda de R$ 30 bilhões em renda nos últimos dois anos, o setor agrícola - que nunca foi fã de carteirinha do PT devido às ligações do partido com o Movimento dos Sem-Terra (MST) e outras organizações sociais - está muito descontente com a situação do agronegócio e, por extensão, com o governo.

Alegando questões éticas, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que congrega as federações estaduais, não orienta os produtores a votar ou não em determinado candidato. Mas outras lideranças rurais não sentem o mesmo impedimento de se pronunciar publicamente. "O setor rural vai virar as costas para o governo Lula", disse, por exemplo, João Roberto Pulitti, da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais. "Se um governo foi bom para o setor, ele terá apoio. Caso contrário, é melhor mudar", afirmou. Na opinião dele, o campo vai cobrar a conta do governo na eleição. "O setor rural não está satisfeito. Ninguém está satisfeito."

A deputada Kátia Abreu (PFL-TO), que é candidata ao Senado e tem ligações com o setor rural, acredita que os produtores já escolheram seu candidato. "Os grandes produtores vão votar contra Lula", afirmou. "E eles ainda vão trabalhar para que produtores de outros portes não votem nele. O governo não fez nada pelo setor agrícola. Muita coisa foi anunciada, mas pouca coisa foi feita", disse a deputada, cujo partido integra a chapa do tucano Geraldo Alckmin.

Coincidência ou não, a intenção de votar em Lula é menor na região Sul, um dos principais centros de produção agrícola do País. Na última pesquisa Datafolha, realizada em 28 e 29 de junho, Alckmin aparecia à frente nessa região, com 37% contra 30% de Lula, no primeiro turno. No segundo turno também há vantagem para o tucano - 52% a 34%.

Para lideranças rurais, o governo ignorou a crise que atingiu em cheio a produção agrícola, apesar dos apelos do ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues. João Roberto Pulitti acredita que agora é a hora de dar uma "resposta".

Um dos indicadores da crise é que, pela primeira vez em sete anos, a balança comercial do agronegócio cairá em 2006 na comparação com o ano anterior. A CNA estimou que o superávit será de US$ 37 bilhões neste ano - queda de 3,7% na comparação com os US$ 38,4 bilhões do ano ano passado.

"O governo precisa do produtor, mas não se sensibiliza com a nossa situação", disse Pulitti.

De olho na insatisfação do campo, Geraldo Alckmin tenta se aproximar do setor agropecuário. Um dos interlocutores de Alckmin junto a lideranças rurais é o deputado Leonardo Vilela (PSDB-GO), ligado à bancada ruralista da Câmara. Ajuda a ampliar o diálogo João Carlos Meirelles, ex-secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo e um dos coordenadores da campanha tucana.

Mas, em matéria de gestão, não existe nada parecido com um fosso conceitual entre Lula e Alckmin. Tanto que os dois já estiveram envolvidos em uma disputa para ter Roberto Rodrigues como auxiliar. Após ser eleito governador em 2002, o tucano convidou Rodrigues para ser seu secretário, mas ele não aceitou o convite porque já havia se comprometido a ser ministro de Lula.