sábado, outubro 28, 2006

O dossiegate é o Riocentro do PT, e Lula é o general Marcondes dessa tramóia

Blog do Reinaldo Azevedo
No dia 30 de abril de 1981, duas bombas explodiram no Pavilhão do Riocentro, no Rio. Uma delas matou o sargento do Exército Guilherme Pereira do Rosário e feriu gravemente o capitão Wilson Luiz Chaves, que servia no DOI-CODI do 1º Exército. A outra explodiu na caixa de força do local, sem maiores conseqüências. Acontecia lá um show em homenagem ao Dia do Trabalho, promovido pelo Centro Brasil Democrático (Cebrade), entidade então Ligada ao Partido Comunista Brasileiro. Tratava-se da 74ª ação terrorista desde 1980, incluindo explosões de bancas de jornal e um atentado a bomba na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Vamos fazer um corte nesta cena. Voltaremos a ela.

A 10 de fevereiro de 1980, exatamente um ano, dois meses e 20 dias antes, no Colégio Sion, em São Paulo, cerca de 1.200 pessoas se reuniam, incluindo intelectuais do porte de Sérgio Buarque de Holanda e Antonio Candido, para fundar o Partido dos Trabalhadores. Seu comandante inconteste era o sindicalista muito cedo — cedo demais! — tornado um mito das esquerdas: Luiz Inácio da Silva, o Lula. O apelido seria incorporado depois ao nome. A sigla não deixava dúvidas: patrão não entrava. Os princípios da legenda celebravam um oxímoro: ela lutaria pelo “socialismo democrático”. Margareth Thatcher havia iniciado na Europa, no ano anterior, uma verdadeira revolução ultraliberal. Os intelectuais e a própria imprensa brasileira anteviam, com a decadência da ditadura, o surgimento de um socialismo à moda da casa. Parece que andar na contramão da história é mesmo a nossa especialidade.

Voltemos à cena do primeiro parágrafo. Dois aloprados, a serviço dos porões da ditadura, iriam explodir uma bomba onde se encontravam nada menos de 20 mil pessoas. A idéia era mandar aos ares a abertura política que estava em curso, lenta e gradualíssima. Ninguém tinha dúvida do que tinha acontecido ali. Mas a versão da ditadura, naturalmente, era outra. Tratava-se, e foi a conclusão a que chegou um Inquérito Policial-Militar fajuto, de um atentado das esquerdas para gerar um clima de instabilidade no país.

O então comandante do 1º Exército, general Gentil Marcondes Filho, não precisou de IPM nenhum. Mandou brasa em cima do fato: “Eles foram vítimas de um atentado, é óbvio. O capitão estava no local cumprindo minhas ordens, em missão de informação". Foi a versão que prevaleceu. Estavam ali os dois patriotas para proteger a nação da sabotagem de cantores subversivos, e um terrorista de esquerda jogou no Puma cinza, placa OT 0297, a bomba que feriu gravemente o capitão Wilson e matou, deixando o corpo dilacerado, o sargento Guilherme, que levava o artefato no colo.

Lula é o general Gentil
Vinte e cinco anos depois daquele episódio, o PT que nascia para combater aquela ditadura também tem seus problemas para admitir a verdade. E protege, com igual denodo, seus terroristas. Se o general Gentil fingia a convicção de que as potenciais vítimas eram as responsáveis pela bomba, Luiz Inácio Lula da Silva, agora presidente da República, faz o mesmo em relação ao dossiê fajuto que os seus aloprados tentaram comprar. Disse o candidato do PT à reeleição neste sábado: “Quero saber quem foi o arquiteto desse negócio. Não era eu que precisava de dossiê”. Praticamente com as mesmas palavras, acusou, no debate de ontem com o tucano Geraldo Alckmin — em que foi esmagado —, os tucanos de serem responsáveis pelo dossiê contra José Serra. A bomba, como se sabe, explodiu no colo de Ricardo Berzoini, Jorge Lorenzetti, Osvaldo Bargas, Hamilton Lacerda, Gedimar Passos, Valdebran Padilha, Freud Godoy... Todos eles ligados ao PT, e a larga maioria gente da intimidade de Lula. A exemplo do general Gentil, que segurou a alça do caixão do sargento Guilherme, Lula adula os seus radicais. E se faz de vítima.

Sim, havia comunistas no Riocentro naquela noite. Ditaduras não precisam de motivos, só de pretextos. Para aqueles gorilas, essa evidência tornava verossímil a mentira. Assim como, para Lula, o fato de aparecer um falso laranja, levado à luz por uma pessoa filiada ao PSDB de uma cidade do interior de Minas, basta para que se invista na confusão: tudo não teria passado de uma trama dos adversários.

Na época, Márcio Thomaz Bastos era um advogado que militava nas hostes da oposição. Entre 1983 e 1985, foi presidente da Seccional da OAB São Paulo. Integrou o movimento das Diretas-Já e o Conselho Federal da Ordem entre 1987 e 1989, com atuação destacada durante a Constituinte. Foi um dos redatores do pedido de impeachment do presidente Collor. Hoje ministro da Justiça, atua como um verdadeiro criminalista do governo. É o pai da tese de que o mensalão não passou de mera caixa dois. Foi ele que impediu a divulgação das fotos da dinheirama do dossiê, contrariando portaria da própria Polícia Federal.

Cobrado a dar uma resposta mais rápida ao caso, afirmou: “Existe um tempo para a investigação séria e um tempo eleitoral.". Seu congênere à época do Riocentro, Ibrahim Abi-Ackel, afirmou então: “Reconheço que existe uma ânsia nacional para saber quem pratica atos como este. Por essa mesma razão, não me cabe inventar culpados. O que é procedente é agilizar providências para apurar tudo, e isso já fizemos". Não chegou a lugar nenhum. Ackel é hoje deputado do PP de MG, aliado de Lula.

Desdobramentos
O episódio do Riocentro fragilizou a ditadura, não o contrário. Embora as eleições diretas para a Presidência fossem chegar longos oito anos depois. Ocorre que havia naquilo tudo uma particularidade: vivia-se um regime discricionário. Hoje em dia, felizmente, vivemos em plena democracia. Esconder a verdade, num regime de força, não corrompe a sua natureza; antes, serve para desnudá-la. Já a mentira tornada oficial, na democracia, corrói a sua própria razão de ser.

Lula, aquele santo das massas parido por intelectuais supostamente iluministas no Colégio Sion, naquele 10 de fevereiro de 1980, não tem nenhum receio de se comportar como um generaleco de uma república bananeira. Joga no colo do adversário a bomba montada pelos seus aloprados. Aqueles tinham os seus motivos para ter horror à democracia. Estes também. São motivos diferentes. Até opostos, mas, sem dúvida, combinados. É mais uma razão por que ele não pode ser reeleito. Ainda que seja.
Leia aqui o texto da edição 661 de Veja, de 6 de maio de maio de 1981, sobre as explosões das bombas no Riocentro

O Discurso de Lula em 2003

Folha de São Paulo
Não vale o que está escrito

Do discurso de posse de Luiz Inácio Lula da Silva, dia 1º de janeiro de 2003: "O combate à corrupção e a defesa da ética no trato da coisa pública serão objetivos centrais e permanentes do meu governo. É preciso enfrentar com determinação e derrotar a verdadeira cultura da impunidade que prevalece em certos setores da vida brasileira".
Dos fatos, quatro anos depois: o procurador-geral da República denuncia como "organização criminosa" e "quadrilha" um punhado de pessoas do governo Lula, de seu partido e de sua base de sustentação parlamentar.

Do discurso de posse de Lula, dia 1º de janeiro de 2003: "Crimes hediondos, massacres e linchamentos crisparam o país e fizeram do cotidiano, sobretudo nas grandes cidades, uma experiência próxima da guerra de todos contra todos. Por isso, inicio este mandato com a firme decisão de colocar o governo federal, em parceria com os Estados, a serviço de uma política de segurança pública muito mais vigorosa e eficiente. (...) Se conseguirmos voltar a andar em paz em nossas ruas e praças, daremos um extraordinário impulso ao projeto nacional de construir, neste rincão da América, um bastião mundial da tolerância, do pluralismo democrático e do convívio respeitoso com a diferença".

Dos fatos, quatro anos depois: você anda em paz nas ruas e praças "deste rincão da América"? Do mesmo discurso, ainda: "A grande prioridade da política externa durante o meu governo será a construção de uma América do Sul politicamente estável, próspera e unida".
Dos fatos, quatro anos depois: caíram presidentes em penca, a prosperidade escapa à América do Sul e o conflito pelo gás com a Bolívia não parece ser propriamente demonstração de unidade, para não mencionar outras guerrinhas na vizinhança.

Lula terá de se defender na Justiça sobre cartilhas

O Estado de São Paulo

Há suspeitas de que o presidente tenha cometido irregularidades. Quase um milhão de cartilhas foram impressas pela Presidência e entregues aos diretórios do PT

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi citado nesta quinta pela Justiça a se defender das suspeitas de que cometeu irregularidades no cargo por conta da confecção de cartilhas sobre feitos do seu governo. Quase um milhão dessas cartilhas, cuja impressão custou R$ 11,7 milhões, foram entregues aos diretórios do PT nos Estados para serem distribuídas a eleitores.

A juíza Candice Lavocat Galvão Jobim, da 2ª Vara Federal de Brasília, determinou a citação de Lula e de outros integrantes do governo, como o ex-ministro Luiz Gushiken, para que eles apresentem suas defesas. Também foram citadas empresas supostamente envolvidas na operação, como a Duda Mendonça e Associados Propaganda, do ex-marqueteiro de Lula, Duda Mendonça.

Além dessa ação, Lula é investigado em um procedimento aberto recentemente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para apurar se ele teve envolvimento com o episódio do dossiê contrário aos tucanos. Nesse episódio, dirigentes petistas e do comitê de campanha de Lula foram presos com R$ 1,75 milhões, dinheiro que seria usado para a compra do material.

A produção das cartilhas favoráveis ao governo é investigada também no Tribunal de Contas da União (TCU). Há estimativas de que o material tenha custado quase R$ 12 milhões em decorrência de supostos serviços superfaturados ou não prestados em contratos de publicidade.

Investigações recentes do TCU apontaram a existência de uma confusão entre as ações governamental e partidária, com o objetivo de promover o PT. Na ocasião em que a apuração foi iniciada, o hoje chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos do governo, Luiz Gushiken, defendeu e contestou o fato de a investigação ter sido aberta às vésperas da eleição.

A informação de que o Palácio do Planalto havia confeccionado 2 milhões de folhetos sobre as realizações do governo Lula e entregado as cartilhas para o PT foi divulgada no início de setembro. O TCU já vinha investigando a impressão das cartilhas, porque recebera denúncias de que houvera superfaturamento nos serviços gráficos.

A auditoria do TCU chegou a levantar a suspeita de que não havia comprovantes de que os folhetos tinham sido confeccionados. Por isso, o tribunal cobrou de agências de publicidade envolvidas a devolução de dinheiro gasto sem comprovação e em superfaturamento. Ao ser questionada pelo TCU, a Secretaria de Comunicação (Secom) do governo informou que as cartilhas tinham sido entregues diretamente ao PT.

Como o responsável pela Secom na época em que as cartilhas foram feitas era o ex-ministro Luiz Gushiken, a ação popular que pediu a citação de Lula também o inclui.

Foi um vexame: a "Síndrome Motorista de Táxi" derrubou Lula

Blog do Reinaldo Azevedo

Comecemos pelo fim: este foi o confronto em que o tucano Geraldo Alckmin teve o melhor desempenho, e o petista Luiz Inácio Lula da Silva, o pior. Dos quatro debates havidos neste segundo turno, o pessedebista venceu três (Band, Record e Globo), e Lula, apenas um (SBT). Evidência: Alckmin venceu quando jogou no ataque. No SBT, testou aquela linha tecnocrático-propositiva. Isso, com Lula, que é chegado a uma generalidade a um senso comum, é sempre um perigo. Mas o dia e o formato do embate da Globo foram particularmente perversos para o petista.

Síndrome Motorista de Táxi
O leitor vai entender direitinho o que é isso. A maioria dos motoristas, cansados de conduzir os passageiros pra lá e pra cá o dia inteiro, ficam tendo idéias sobre como solucionar os problemas da humanidade: do buraco de rua à crise em Bagdá, eles sempre têm uma resposta. O Casseta & Planeta até aproveitou esse furor propositivo da categoria num quadro de humor.

Reparem que, na maioria das vezes, as coisas que dizem são irrespondíveis. Não que estejam certas. Ocorre que vêm formuladas de uma maneira, digamos, impenetrável. Olham para você e mandam ver: “Esse governo dá muito mole pra bandido, não dá?”. É claro que concordamos com ele. Mas vai saber o que ele quer dizer com isso... Pena de morte? Linchamento? Regime de Segurança Máxima? Ou então: “Vou falar pro senhor: política é uma merda. Se eu não ficar aqui 15 horas dirigindo, não ponho comida em casa”. De novo, ele tem razão. Mas o que será que ele quer? Ditadura? Revolução? Só reclamar da vida? É por isso que quase sempre nos limitamos a ouvir e a anuir com o que é dito. Entrar em detalhes pareceria difícil ou pernóstico. Ou imaginem: “Sabe o que é? Na democracia, a crise da representação...” Esqueça. Ele não quer saber o que você pensa. Quer dizer o que ele pensa.

O candidato que se diz popular, “do povo”, que conhece a linguagem da ruas, deu-se mal justamente com essas obviedades que se falam na rua. A Cristiane Santana, do Rio, por exemplo, afirmou conhecer um monte de gente desempregada. Um irmão seu está sem trabalho há um ano. Eis aí: um jornalista jamais faria uma pergunta como essa. Mesmo um candidato não a formalaria com tal crueza. De que valem os 7,5 milhões de empregos que Lula diz ter criado? O irmão da Cristiane o desmente. Aí, o Dêivison fala da violência. Muitos amigos já morreram. Os problemas ganham dimensão concreta.

Realidade atrapalha. E sem ficha
A realidade tomada em sua particularidade é sempre pior para um candidato da situação. Por uma razão simples: problemas sempre existirão. Se aqueles que estão ali são indecisos, sinal de que estão, quando menos, em dúvida na avaliação das respostas até agora apresentadas pelo governo. Em tese, Lula nadaria de braçada porque saberia falar aquela linguagem. Mas esqueceu. Ele se tornou uma espécie de idiota da macroeconomia, opondo sempre números gigantescos a questões muito particulares.

Pior: como os candidatos, a exemplo dos debates que acontecem nos EUA, são obrigados a ficar transitando no palco, gesticulando, falando, o petista não pôde consultar as suas fichas. Restou-lhe o recurso de acusar todo mundo por tudo. Chegou, como costuma acontecer, às caravelas de Cabral. Também tentou ser irônico e desqualificar as respostas de Alckmin. Caiu na grosseria pura e simples. Chamou o Programa Bolsa-Cidadão do governo de São Paulo de “cheque sei lá das quantas”.

Ultrapassagem
O tucano, ao contrário, soube lidar melhor com as minudências levadas pelos indecisos porque tem grande facilidade de memorizar números. Ao contrário de Lula, gosta de detalhes. Conseguia transformar os problemas privados em questões de administração pública. E fez pelo menos três grandes ultrapassagens (fosse uma corrida): quando exigiu respeito ao programa Bolsa-Cidadão; quando, aludindo à indagação de Lula sobre “de onde iria tirar o dinheiro” para seus programas, provocou: “Pensei que ele fosse dizer de onde saiu o dinheiro do dossiê”. E quando afirmou que os líderes do PCC estão na cadeia, mas os da quadrilha que operavam no governo estão soltos.

Lula pode ter sido prejudicado também pelo salto alto. Por mais que ele mesmo tenha dito ser preciso evitá-lo, mal conseguia disfarçar a irritação. Ao ir para o debate com 20 ou mais pontos de vantagem nas pesquisas — segundo os institutos ao mneos —, transpirava impaciência. Alckmin também jogou bem melhor sem a bola, quando sabia que, mesmo sendo hora da resposta do outro, estava enquadrado pela câmera: alternava sinais de negativo com a cabeça com um rosto tranqüilo, um sorriso quase sempre amistoso, raramente um tanto cínico. Lula, ao contrário, fechava a cara, olhando por baixo, como quem está sendo desafiado e se prepara para dar um pito.

A eleição é amanhã. Em que esse debate pode alterar o resultado? Talvez leve para Alckmin uns pontos a mais, evitando que Lula fique na casa dos 60% dos válidos. Mas quem vai saber. Eu já disse o que penso sobre a avaliação dos debates. Se você fizer agora uma pesquisa, o resultado óbvio será o seguinte: Lula ganhou. Afinal, ele está na frente. As coisas se confundem. Mas não ganhou. Levou uma sova feia. Estando certos os institutos, no entanto, é claro que não dá pra reverter o resultado.

Mas é fato que quem viu o debate, e isso inclui os eleitores convictos de Lula, não teve como não constatar que o tucano tem mais preparo. Em 2002, o Brasil escolheu quem tonha menos. E, agora, tudo indica, fará o mesmo. Lula, quem diria?, levou o maior tropeção nos debates justamente quando o tal “povo” entrou na conta.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Lula agradece.

A Reforma da minha casa. (Leia, vale a pena)

Faz algum tempo que queria reformar minha casa. Foi-me indicado um profissional que diziam fazer um bom trabalho. Não apoiei, mas toda a minha família ficou satisfeita com a contratação dele. Diziam que, mesmo sem muita experiência, era um cara honesto e coisa e tal. E, devo dizer a verdade, ele quase me convenceu com seus argumentos.

Encheu-me de promessas, falando que faria isso, que resolveria tal problema, que mexeria nos alicerces. Em suma, que tudo ficaria como novo. Mas, de uma hora pra outra, começaram a sumir coisas lá de casa. Uma caneta, alguns DVD's, um rádio. Depois as coisas desaparecidas foram ficando maiores. Quando dei por mim, tinham-me levado até o carro.

Confrontei o homem a quem havia contratado. Ele acusava seus ajudantes, dizendo que não sabia de nada. Segundo ele, estava focado apenas no trabalho. Descobriu, logo depois, que minhas suspeitas eram verdades. Seus funcionários estavam roubando de mim. Trocou de equipe.

Mandou todos embora e trouxe novos ajudantes. A reforma continuava, ainda que a passos curtos e lentos. Nesse momento, eu e minha família estávamos mais do que desconfiados. Mas demos outra chance, desta vez com olhos mais abertos.

No entanto, as coisas continuaram a sumir de casa, mesmo com a nova equipe. O chefe seguia se eximindo da culpa sempre que pegava algum dos seus roubando. "Não sabia de nada, como posso responder por eles?", dizia o homem. Um dia, acabou o prazo para entregar a casa pronta. Faltou muito para chegar ao menos perto do que havia prometido.

O pior é que, ao longo do tempo de trabalho, ele foi mudando tudo o que falara no início. Se tinha dito fazer uma coisa, ia lá e fazia outra. Se assumira compromisso com a minha família em relação a tal assunto, pouco depois parecia que esquecera completamente. Simplesmente parecia outra pessoa.

Mesmo com tudo isso, o safado ainda teve a cara-de-pau de vir me pedir por mais tempo de trabalho. Sim, depois de todos os seus ajudantes terem me roubado, tanto os velhos quanto os novos, depois de ter mentido descaradamente para mim, depois de me prometer coisas que não chegou nem perto de cumprir, depois de se fazer de inocente frente a todas as acusações, ele ainda queria continuar dentro da minha casa.

Claro que eu jamais aceitaria isso. Não sou idiota. Minha família veio dizer que nas outras reformas isso havia acontecido também, coisas haviam sumido. Tudo bem, pode ter acontecido, mas nunca tão descarado quanto agora. Nunca mesmo. E, de qualquer forma, desde quando os erros dos caras do passado justificam o roubo do cara de agora?

Era só o que me faltava: deixar um ladrão, mentiroso e ignorante na minha casa por mais tempo porque "outros também fizeram". Se dependesse só de mim, contrataria outro agora mesmo. E se esse outro roubasse de mim, contrataria outro. Até um deles me respeitar. Até eu achar alguém que faça o trabalho de forma decente e ética.

O problema é que combinei com a minha família que ninguém tomaria uma decisão dessas sozinho. O que a maioria decidir, será feito. A votação ficou pra domingo, dia 29. Só espero que as 180 milhões de pessoas que moram comigo mostrem-se mais inteligentes do que parecem.

quinta-feira, outubro 26, 2006

Os escândalos de Lula

Sem comentários.

Coleta do dinheiro teria envolvido mais petistas

Estado de São Paulo
A Polícia Federal decidiu ampliar as investigações sobre o dossiê Vedoin para fora do eixo São Paulo-Cuiabá (MT). A nova linha de trabalho revela que há a suspeita de núcleo do PT com ramificações nacionais, partindo de Brasília. A PF acredita que a operação para a coleta do R$ 1,75 milhão que seria usado para adquirir o dossiê implica outros nomes do partido.

O delegado Diógenes Curado, que preside o inquérito, deu início a buscas e interrogatórios em ao menos três Estados - Rio, Minas e Santa Catarina. Sua primeira parada foi ontem na Baixada Fluminense, onde está sediada a Vicatur, de onde teria saído parte dos US$ 248,8 mil apreendidos com Valdebran Padilha e Gedimar Passos em 15 de setembro.

A principal meta dos federais é identificar o arrecadador do dinheiro. Eles desconfiam que um único agente ficou encarregado da coleta e deixou pistas ao se movimentar pelo submundo do mercado paralelo do dólar. 'Não existe crime perfeito, os caras sempre deixam marcas', disse um policial. 'Tudo funciona às mil maravilhas quando o grupo tem o controle da operação, mas o que fazem os ratos quando o barco começa a afundar?'

Com 40 dias de apuração, a PF se convenceu de que Jorge Lorenzetti, araponga do PT e churrasqueiro preferido de Lula, não tinha autonomia para cuidar da ação toda. Também acham que Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha de Aloizio Mercadante (PT), não ocupava o topo da organização. Segundo suspeita a polícia, Lacerda entregou o R$ 1,75 milhão a Valdebran e Gedimar, o que ele nega.

Os investigadores admitem que encontram dificuldades para rastrear a parte em reais do total apreendido - R$ 1,16 milhão, que pode ter saído da contravenção. De acordo com a PF, petistas não foram às ruas açodadamente para amealhar o dinheiro, que já estaria estocado em algum caixa do PT. 'Quem sabe da origem desse dinheiro é o PT', opinou um policial.

terça-feira, outubro 24, 2006

Cooperativa ligada a Lorenzetti quebra no Pará

O Estado de São Paulo
Nova Amafrutas, que recebeu financiamento público e teve presença de Lua na abertura, deve R$ 20 milhões

A cooperativa Nova Amafrutas, ligada a Jorge Lorenzetti, 'articulador' da compra do dossiê Vedoin e churrasqueiro do presidente Lula, está com dívidas de R$ 20 milhões, produção paralisada,portas fechadas e à beira da falência. A empresa havia conseguido financiamento público para superar dificuldades anteriores graças a Lorenzetti e, na reabertura, em agosto de 2003, contou com a presença do presidente.

Na ocasião, Lula a apresentou como exemplo de que, graças a seu governo, 'nunca, neste país, foi tão fácil criar uma cooperativa'.
(e jogar o dinheiro público no lixo) Além de Lula, a solenidade contou com três governadores e quatro ministros. Para o Planalto, tratava-se do lançamento do Pólo de Fruticultura da Amazônia.

O interesse político do governo federal e a influência de Lorenzetti e de Avelino Ganzer, ex-dirigente da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), permitiram que a Nova Amafrutas obtivesse empréstimos de R$ 15 milhões junto ao Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf). Lorenzetti, que é de Santa Catarina, na época foi escalado pelo PT para ser dirigente da cooperativa em Benevides, município na região metropolitana de Belém (PA).

Diante da desconfiança dos paraenses com a presença do catarinense, Lula fez um discurso em Benevides dizendo que deveriam confiar no 'companheiro' que chegara do 'estrangeiro'. Referindo-se a seu churrasqueiro, disse que o fato de ser desconhecido era irrelevante, o importante era estar ali 'para ajudar'.

Até o ano 2000, a Amafrutas era uma fábrica de processamento de maracujá, controlada por um empresário. Segundo Lorenzeti, a Nova Amafrutas nascia para ser um 'exemplo do bom cooperativismo'. Quatro anos depois, a cooperativa está à beira de uma intervenção do Banco da Amazônia (Basa), seu maior credor. O Basa deve concluir até o final do mês levantamento das dívidas e avalia a possibilidade de passar sua gestão a administradores profissionais.

Os atuais diretores não aparecem na fábrica há mais de uma semana. Ganzer, um dos dirigentes, não foi localizado. Outro diretor, Max Pontes, também evitou contato com a imprensa.

A política do apagão

Estado de São Paulo
O Brasil só poderá evitar um apagão, nos próximos anos, se continuar a crescer muito menos que as outras economias emergentes ou se realizar, com urgência, grandes e bem planejados investimentos em geração e distribuição de energia elétrica. Segundo recente estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre o problema energético no Brasil, o País poderá crescer 43,7% até 2015 e chegar a um Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de R$ 2,8 trilhões. Mas isso só acontecerá se não houver alteração no preço da eletricidade, diz o estudo, citado em reportagem publicada no Estado de sexta-feira. No pior cenário, por enquanto o mais realista, o crescimento acumulado até 2015 não passará de 32,7% e o PIB será R$ 214 bilhões menor do que seria na primeira hipótese, numa estimativa com preços de 2005.

Os economistas da FGV desenharam o pior cenário não por mau humor, mas com base na preocupante experiência dos últimos tempos. Nos últimos seis anos o custo da energia elétrica para as empresas mais que dobrou e tudo indica que vai continuar em alta, se os investimentos continuarem abaixo das necessidades.

Mesmo na projeção mais favorável - a de preços constantes -, o crescimento da economia será modesto: 3,69% ao ano até 2010 e 3,70% nos cinco anos seguintes. Nessas duas etapas, o PIB chinês deverá aumentar, de acordo com a tabela da FGV, 5,15% ao ano e depois 4,04% - estimativas obviamente muito conservadoras, se for levado em conta o desempenho da China nos últimos dez anos. Para a Coréia, um dos industrializados mais dinâmicos, as projeções são de 4,24% ao ano até 2010 e 4,20% até 2015.

Para manter aquela expansão econômica pífia, o Brasil precisará atender a um crescimento anual da demanda de energia elétrica de 4,61% na primeira etapa e de 4,19% na seguinte. Em todo o período até 2015 as importações aumentarão com o dobro da velocidade das exportações, estreitando a segurança do setor externo.

Na hipótese intermediária, com menor encarecimento da eletricidade, o PIB em 2015 será R$ 143 bilhões menor do que na primeira hipótese. Será uma evolução menos desastrosa, mas ainda assim muito ruim, tanto para a criação de empregos quanto para a redução da pobreza no País. E, de toda forma, estaremos muito atrasados em relação aos competidores.

O Brasil já paga um preço muito alto pelos erros da política energética nos últimos anos. Em 2003, segundo a reportagem publicada pelo Estado, 8 siderúrgicas brasileiras do Grupo Gerdau, que tem 37 usinas espalhadas pelo mundo, estavam entre as 10 com menor custo de eletricidade. Em 2006, a relação é inversa. Estão no Brasil 6 das unidades com maiores custos e apenas 2 daquelas com energia elétrica mais barata.

Esses dados permitem uma visão mais completa e mais preocupante do problema: as falhas da política brasileira estão convertendo uma velha vantagem competitiva, a energia barata, em grande desvantagem. Com essa mudança, amplia-se a lista, já muito longa, de fatores que afugentam os investidores estrangeiros e estimulam os empresários brasileiros a buscar outros países para trabalhar.

Os governos brasileiros foram capazes, durante décadas, de planejar a oferta de eletricidade com grande antecedência. A partir da crise externa dos anos 80 os investimentos diminuíram e, pior que isso, os velhos padrões de planejamento foram perdidos. Foi essa a causa principal do apagão em 2001. A seca apenas castigou a imprevidência diante de um perigo que era evidente.

A lição poderia ter sido suficiente para uma retomada do planejamento energético, mas não foi. O novo governo decidiu que seus preconceitos ideológicos eram mais importantes que a segurança econômica. A maior parte dos capitais teria de vir de grupos privados, mas não se ofereceram, na regulamentação do setor, condições suficientes para estimular os investimentos necessários.

Além disso, os organismos de controle ambiental decidiram sujeitar o Brasil a seus critérios de tempo. Investidores passaram a esperar longamente para saber se os projetos seriam ou não aprovados. Também isso retardou decisões que são urgentes e aumentou o risco de um novo apagão.

Dosiê era para favorecer o Lula.

Folha Online

Dossiê era para lesar campanha nacional do PSDB, diz Lacerda

Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha de Aloizio Mercadante, disse à Polícia Federal que o intuito de Jorge Lorenzetti e Expedito Veloso com a compra do dossiê era prejudicar o PSDB na eleição para presidente e também nos Estados onde houvesse candidatos tucanos.

"O declarante informa que, provavelmente na última semana de agosto, foi contatado por Jorge Lorenzetti e Expedito Veloso, afirmando que existiam documentos em Cuiabá relacionados à "máfia dos sanguessugas" e que poderiam ser utilizados na campanha em desfavor dos candidatos do PSDB, caso fossem verdadeiros; que o material existente teria um reflexo negativo na campanha nacional e estaduais onde concorresse o PSDB", disse Lacerda, no dia 19 do mês passado, na PF de São Paulo.

Lacerda foi identificado pela PF como o responsável por ter levado a Gedimar Passos o dinheiro para comprar o dossiê.

Segundo o advogado de Lacerda, a ação visava minar apenas a campanha de José Serra em São Paulo.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Ah, Marco Aurélio... Então é assim?

Blog do Reinaldo Azevedo
Acho até engraçado quando os língua de trapo do petismo me acusam de ser tucano. Ah, se fosse... Marco Aurélio Sargento Garcia, presidente do PT e co-fundador do Foro de São Paulo (aquele que conta com as Farc), diz que é legítimo dizer que Alckmin pode privatizar a Petrobras porque a história do partido autoriza a ilação, já que FHC privatizou estatais — infelizmente, menos do que podia. Ah é? Marco Aurélio e boa parte dos petistas eram militantes comunistas. Os comunistas mataram quase 200 milhões de pessoas para impor o seu modelo. Alckmin privatizaria a Petrobrás tanto quanto Marco Aurélio sairá por aí fuzilando as pessoas. E com uma ligeira diferença. O tucano não fica marcando reunião secreta com ladrões de estatais. Mas o PT se reúne com ladrões da institucionalidade, além de narcotraficantes. Afinal, as Farc estão no Foro de São Paulo, e o PT também. Como se vê, não tenho, como direi?, paciência para ser tucano. Já teria chamado essa gente pelo nome. E não perguntaria ao meu marqueteiro se isso seria bom ou mau. O meu partido é dar porrada em quem merece. E, claro, também elogiar quem merece.

PT usa estratégia nazista, ataca FHC

Estadão.com.br
SÃO PAULO - O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) acusou nesta segunda-feira o PT e o presidente e candidato à reeleição pelo partido, Luiz Inácio Lula da Silva, de utilizarem estratégia nazista nesta campanha eleitoral.

"Eles não se cansam de dizer mentiras. É a velha técnica nazista, de dizer uma mentira repetida até ela se transformar em verdade. Eles fazem o mesmo estilo de Goebbels (Joseph Goebbels, ministro da Propaganda nazista), que elegeu (Adolf) Hitler", destacou ele, em inflamado discurso realizado nesta segunda no ato em prol da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB).

Além de comparar a propaganda de Lula ao nazismo, FHC chamou o presidente da República de "Fanfarrão Minésio", apelido literário dado ao criticado governador mineiro Luís da Cunha e Menezes no poema satírico Cartas Chilenas, de autoria atribuída a Tomas Antônio Gonzaga.

O mau governo de Menezes é apontado como um dos fatores que levaram ao surgimento da Inconfidência Mineira. "Em 1994, eu saí (para o pleito) com 8% das intenções (de voto) e o fanfarrão tinha 40% (dessas intenções) e eu ganhei as eleições com votos dos ricos e dos pobres", ironizou FHC.

Ele lembrou que também já perdeu uma eleição, mesmo com projeções favoráveis dos institutos, que foi a disputa para a Prefeitura de São Paulo na década de 80. "A opinião pública é volátil e é fácil ganhar antes da hora", emendou.

No discurso, FHC conclamou os presentes, mais de mil pessoas, a trabalharem nesta reta final para que Alckmin possa chegar ao Palácio do Planalto.

"Temos de continuar lutando até o fim, pois queremos um Brasil decente. Ainda temos tempo para virar as eleições, pois há um sentimento no País de que, do jeito que está, não dá mais para continuar. O Brasil cansou", finalizou.

Amin vende alma pro diabo barbudo em SC.

Terra Notícias
PP e PT selam acordo em Santa Catarina
Pela primeira vez em 30 anos de vida pública, Esperidião Amin (PP) colou no peito um adesivo do PT. A cena, ocorrida sábado, marcou a aliança do PP com o PT na disputa pelo governo de Santa Catarina contra Luiz Henrique da Silva (PMDB). A informação é do Diário Catarinense.

"O meu voto para presidente é o mesmo do Hugo Biehl. É em Lula", disse Amin, se referindo ao voto do seu candidato a vice. Amin repetiu o gesto da mulher, a deputada federal eleita Ângela Amin, que já tinha confirmado o apoio do PT.

"Este acordo que aproximou PP e PT foi selado em legítima defesa de Santa Catarina. É um acordo sem distribuição de cargos, construído a partir das bases e sem troca espúria", afirmou Amin em Concórdia, durante campanha no final de semana.

Que vergonha Amin, que vergonha!!!

domingo, outubro 22, 2006

Blogger voltou a Funcionar

Fiquei uma semana sem postar porque o Blogger estava com problemas. Peço desculpas a todos. Logo logo novas notícias contra o Sapo Barbudo. Segue uma imagem que reflete os desejos de poder da Mulla.