segunda-feira, julho 10, 2006

Em Lisboa, Alckmin promete aprofundar relações bilaterais

Lisboa, 10 Jul (Lusa) - O candidato à Presidência Geraldo Alckmin afirmou nesta segunda-feira em Lisboa que, se for eleito, vai manter a política de cooperação com os países lusófonos, aprofundar as relações bilaterais com Portugal e buscar um acordo entre União Européia e Mercosul.

"Grande destaque, grande relevância e grande empenho, não só com Portugal, como com todos os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)", disse Geraldo Alckmin à imprensa após uma audiência com o presidente português, Aníbal Cavaco Silva (foto, à direita).

Alckmin, que está em Portugal para apresentar suas principais propostas políticas, lembrou a visita ao Museu da Língua Portuguesa de São Paulo para demonstrar seu interesse, ainda quando governador paulista, pelo reforço dos laços entre os países lusófonos.

Sobre sua candidatura, a uma altura em que as pesquisas o colocam em segundo lugar, o candidato do PSDB admitiu que "não é uma eleição fácil", mas se disse "absolutamente tranqüilo" quanto a suas possibilidades. "A tendência é o eleitor levar (a eleição) para um segundo turno, para ter mais clareza, tirar dúvidas e saber qual dos candidatos vai ser melhor para o Brasil", disse.

Segundo Alckmin, o "encontro muito proveitoso" com Cavaco Silva, que durou cerca de uma hora, serviu para abordar uma série de aspectos do relacionamento externo do Brasil para o que define com uma de suas prioridades políticas: "Aperfeiçoar a inserção do Brasil no mundo".

Entre esses temas, citou o aprofundamento da relação bilateral com Portugal, "um dos maiores investidores no Brasil", o comércio mundial e a busca de fontes de energia limpa e renovável. Ele destacou "a importância de avançar num entendimento entre a União Européia (UE) e o Mercosul" que permita "diminuir o protecionismo e abrir o mercado" europeu, principal destino dos produtos brasileiros.

Questionado sobre os dividendos políticos que Lula pode retirar de uma projeção internacional vista como positiva, o candidato tucano criticou a política externa do atual presidente, minimizando o impacto dessa projeção no eleitorado. "Não acredito que a política externa possa ser um trunfo eleitoral. Pelo contrário", disse. Ele criticou Lula pela falta de avanços no relacionamento entre a UE e o Mercosul e por acordos bilaterais com outros países da América Latina, como com a Bolívia, nos quais a ação do governo foi "dúbia" e "submissa".

Em uma crítica implícita à aproximação de Lula a outros presidentes latino-americanos de esquerda, como Hugo Chávez (Venezuela) e Evo Morales (Bolívia), Alckmin afirmou: "Colocaremos os interesses da nação à frente dos interesses partidários".

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