Ercílio Bezerra lamenta uso de estatais como barganha política
O presidente em exercício do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ercílio Bezerra, lamentou a costura do governo do que chamou de “barganha política”, com a oferta a dirigentes partidários do comando de estatais de peso, como os Correios, em troca de apoio político para as próximas eleições presidenciais. “É lamentável que isso ocorra principalmente neste momento tão importante, em que o país começa a se reerguer depois de uma grave crise, só para garantir a dianteira no processo eleitoral”, afirmou Ercílio.
A afirmação foi feita hoje ao tomar conhecimento de que o governo teria tomado parte em um acordo com o PMDB e “devolvido” ao partido cargos diretivos dos Correios, estatal que, desde o escândalo do mensalão, com a exoneração do peemededebista João Henrique, vinha sendo administrada por um quadro diretivo eminentemente técnico. Em troca do apoio majoritário do PMDB à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo teria negociado com o partido a oferta de direções de ministérios e de postos estratégicos em estatais como a Eletrobrás e Correios.
Ercílio criticou, ainda, as negociações e “troca-troca” de diretores e presidentes de estatais de grande importância para o país, como é o caso dos Correios. Para ele, esses são cargos que deveriam ser assumidos por funcionários de carreira experientes ou técnicos e não funcionar como alternativa de barganha ou moeda para políticos e seus protegidos.
“É lamentável que estatais que são tão eficientes, como os Correios, e agências públicas como a Anatel sejam sempre tratadas como um prêmio em troca de apoio político ou como moeda, principalmente por serem empresas que necessitam de uma administração eminentemente técnica, sem qualquer necessidade de políticos, muito pelo contrário”.
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