segunda-feira, julho 03, 2006

Cristovam e Alckmin criticam “esmola”

BRASÍLIA – Os candidatos do PDT, Cristovam Buarque, e do PSDB, Geraldo Alckmin, à Presidência da República criticaram as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que seria mais fácil governar para os pobres.Cristovam, ex-ministro da Educação do atual governo, afirmou que Lula apenas busca aumentar a renda dos pobres por meio dos programas sociais, como o Bolsa Família. “Governar para os pobres e para todos é fazer a revolução educacional que ele disse que faria quando eu estava no governo”, afirmou.

“Ele não está governando para os pobres. Está dando um pequeno aumento de renda para os pobres”, acrescentou. “Não quero chamar isso de esmola, mas é uma minúscula transferência de renda”, completou.

O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, não quis comentar a declaração, mas disse que Lula precisa falar menos e trabalhar mais.

“O presidente precisa reclamar menos, se queixar menos e pegar no batente. Menos discurso, menos palanque, menos oratória e mais ação”, disse. Em Contagem, na Grande BH, Lula disse ontem que “governar para pobre é mais fácil e prazeroso”, pois eles “não têm dinheiro para ir a Brasília” para protestar e “só podem ir à igreja rezar”.

Aposentadorias
O PPS acusou ontem o governo de boicotar as votações no plenário da Câmara para que a medida provisória que reajusta as aposentadorias não seja apreciada. A MP tem que ser votada até o dia 15 de agosto, caso contrário perde a validade.

A estratégia do governo, segundo o líder do partido na Câmara, deputado Fernando Coruja (SC), é para evitar uma derrota no plenário. A oposição apresentou um destaque que eleva o reajuste para os aposentados que ganham acima de um salário mínimo para 16%. A MP garante apenas 5%.

Sem o apoio da base aliada para rejeitar um aumento maior em ano eleitoral, o governo vem protelando as votações no plenário para evitar a discussão desta MP. Há 15 dias que o plenário não vota nenhuma matéria.

Coruja ponderou que dificilmente a MP será votada nesta semana, quando os deputados participam de convenções nos Estados. O prazo fica ainda mais apertado porque em julho o Congresso entra em recesso e os deputados e senadores só terão 15 dias de trabalho.

“Se não há quórum agora imagine se vai haver no recesso parlamentar e durante a campanha política?”, questionou o deputado. Segundo Coruja, se a MP dos aposentados perder a eficácia “a culpa será do governo”.

Reservadamente, os governistas admitem que encontram dificuldades para votar o reajuste dos aposentados. O temor é que seja aprovado o destaque da oposição que concede 16% de aumento ao invés dos 5% que defende o Planalto.

Se isso acontecer, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá que vetar a MP, uma medida impopular num ano eleitoral.

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