terça-feira, julho 04, 2006

Alckmin critica falta de empenho e absolvição de mensaleiros

O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, criticou nesta segunda-feira o que chamou de falta de empenho do governo Lula para a votação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Para ele, o programa "só existe na propaganda" e o governo não tem nenhum empenho político na questão. "O governo tem maioria para absolver o mensaleiro, mas não tem maioria para aprovar o Fundeb. (O projeto) foi apresentado, mas não foi votado até hoje", declarou, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.De acordo com Alckmin, o Fundeb é uma das suas prioridades de governo no campo da educação. "Minha prioridade é a educação básica. Claro que o governo tem obrigações com o ensino superior, mas vou priorizar a escola pública", disse ele. Alckmin destacou que o seu projeto tem foco no professor, frisando a melhoria de salários, a capacitação do professor e o financiamento do ensino básico.

Segundo ele, o governo Lula já poderia ter feito tudo isso, mas perde tempo por falta de apoio no Congresso Nacional. Para Alckmin, o governo não tem iniciativa e está "inerte", sobrevivendo às denúncias de corrupção.

"O presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), em menos de um ano, estava com o Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério) pronto. O governo (Lula) levou quatro anos operativamente para levar o projeto para o Congresso Nacional", disse.

Impeachment
Alckmin disse acreditar que o impeachment do presidente Lula não foi levado adiante pois o presidencialismo é um "regime duro". "Se houvesse parlamentarismo, o governo já tinha caído, o Congresso tinha sido dissolvido há muito tempo", disse ele.

O candidato também comentou o suposto acerto que teria havido para não envolver o senador tucano Eduardo Azeredo nas investigações do mensalão. "Não houve nenhum acerto quanto ao Eduardo Azeredo. No caso dele foi campanha eleitoral. Se foi campanha, se apura. No governo Lula, o que houve era muito mais grave, porque não havia eleição, isso era pagamento de parlamentar com dinheiro público", disse Alckmin, acrescentando que considera o mensalão um assunto do Congresso. "Eu não quero ser presidente para fazer revanchismo", disse ele ao ser questionado se continuaria as investigações.

Alckmin defendeu a reeleição, mas ressaltou que a lei necessita de regras mais claras. Ele também disse ser contra o mandato de cinco anos, que tem sido defendido pelo presidente Lula. "Quatro anos é mais do que suficiente para fazer um bom mandato, se começar a trabalhar no primeiro ano", alfinetou, ressaltando que, o que Lula falou na campanha de 2002, é o oposto do que ele vem fazendo no governo.

Pesquisas
Alckmin mostrou-se contente com as pesquisas eleitorais, apesar de estar ainda atrás do presidente Lula. Segundo ele, as pesquisas feitas com antecedência retratam o nível de conhecimento e de aparição na mídia do candidato. Com o início da campanha, destacou, o quadro vai ser revertido.

Ele ressaltou que as campanhas que fez em São Paulo, para governador, são um exemplo de que, à medida em que começa a campanha, as chances de crescer aumentam. "Temos que ir degrau a degrau, não tem mágica, confio no povo", afirmou.

Segurança pública
Ao comentar a questão da segurança pública, Alckmin voltou a criticar Lula. "Lula não dá um palavra, parece que o Brasil não tem problema de segurança publica", disse. Segundo ele, o seu governo pretende melhorar o setor criando um conselho nacional de segurança, reunindo todos os Estados, fazendo reformas e ampliando a polícia de fronteira.

Ao ser questionado sobre o conflito ocorrido entre ele e o seu sucessor no governo de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), durante a onda de ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC), em maio, Alckmin disse que tentou evitar um duplo comando da questão. "Eu estava na Bahia, liguei por celular, mantive contatos permanentes, mas eu não quero tirar a responsabilidade de quem estava no comando", disse.

Agricultura
Alckmin também comentou os problemas que atingem a agricultura no País. Segundo ele, essa é a maior crise dos últimos anos e que culminou com a saída de Roberto Rodrigues do Ministério da Agricultura. "Uma quebradeira, a agricultura mais competitiva dos trópicos está destruída", disse.

O candidato tucano ressaltou ainda que a crise atual trará problemas maiores ainda no ano que vem. "Vai ter problema no ano que vem, e é impressionante como o governo pensa só na eleição. Vai haver o efeito estilingue, mas aí já passou a eleição", criticou.

Nenhum comentário: