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segunda-feira, outubro 30, 2006
domingo, outubro 29, 2006
Despedida
Agradecemos àqueles que nos prestigiaram e que deixaram seus comentários.
Agora nos resta ficar de olho no que será feito em Brasília em mais um mandato de Lula. Não vamos deixar que ele consiga seguir os mesmos passos de Fidel Castro, Hugo Cháves e de Evo Morales, seus amigos e companheiros. Cabe a nós lutarmos por nossos direitos alcançados com tanta luta. Com certeza não estamos sozinhos. Visitem os links da coluna à direita e se mantenham informados.
Um grande abraço a todos e BOA SORTE BRASIL!!!
É hoje....
nos próximos quatro anos,
com ou sem transponder!!!
sábado, outubro 28, 2006
O dossiegate é o Riocentro do PT, e Lula é o general Marcondes dessa tramóia
No dia 30 de abril de 1981, duas bombas explodiram no Pavilhão do Riocentro, no Rio. Uma delas matou o sargento do Exército Guilherme Pereira do Rosário e feriu gravemente o capitão Wilson Luiz Chaves, que servia no DOI-CODI do 1º Exército. A outra explodiu na caixa de força do local, sem maiores conseqüências. Acontecia lá um show em homenagem ao Dia do Trabalho, promovido pelo Centro Brasil Democrático (Cebrade), entidade então Ligada ao Partido Comunista Brasileiro. Tratava-se da 74ª ação terrorista desde 1980, incluindo explosões de bancas de jornal e um atentado a bomba na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Vamos fazer um corte nesta cena. Voltaremos a ela.
A 10 de fevereiro de 1980, exatamente um ano, dois meses e 20 dias antes, no Colégio Sion, em São Paulo, cerca de 1.200 pessoas se reuniam, incluindo intelectuais do porte de Sérgio Buarque de Holanda e Antonio Candido, para fundar o Partido dos Trabalhadores. Seu comandante inconteste era o sindicalista muito cedo — cedo demais! — tornado um mito das esquerdas: Luiz Inácio da Silva, o Lula. O apelido seria incorporado depois ao nome. A sigla não deixava dúvidas: patrão não entrava. Os princípios da legenda celebravam um oxímoro: ela lutaria pelo “socialismo democrático”. Margareth Thatcher havia iniciado na Europa, no ano anterior, uma verdadeira revolução ultraliberal. Os intelectuais e a própria imprensa brasileira anteviam, com a decadência da ditadura, o surgimento de um socialismo à moda da casa. Parece que andar na contramão da história é mesmo a nossa especialidade.
Voltemos à cena do primeiro parágrafo. Dois aloprados, a serviço dos porões da ditadura, iriam explodir uma bomba onde se encontravam nada menos de 20 mil pessoas. A idéia era mandar aos ares a abertura política que estava em curso, lenta e gradualíssima. Ninguém tinha dúvida do que tinha acontecido ali. Mas a versão da ditadura, naturalmente, era outra. Tratava-se, e foi a conclusão a que chegou um Inquérito Policial-Militar fajuto, de um atentado das esquerdas para gerar um clima de instabilidade no país.
O então comandante do 1º Exército, general Gentil Marcondes Filho, não precisou de IPM nenhum. Mandou brasa em cima do fato: “Eles foram vítimas de um atentado, é óbvio. O capitão estava no local cumprindo minhas ordens, em missão de informação". Foi a versão que prevaleceu. Estavam ali os dois patriotas para proteger a nação da sabotagem de cantores subversivos, e um terrorista de esquerda jogou no Puma cinza, placa OT 0297, a bomba que feriu gravemente o capitão Wilson e matou, deixando o corpo dilacerado, o sargento Guilherme, que levava o artefato no colo.
Lula é o general Gentil
Vinte e cinco anos depois daquele episódio, o PT que nascia para combater aquela ditadura também tem seus problemas para admitir a verdade. E protege, com igual denodo, seus terroristas. Se o general Gentil fingia a convicção de que as potenciais vítimas eram as responsáveis pela bomba, Luiz Inácio Lula da Silva, agora presidente da República, faz o mesmo em relação ao dossiê fajuto que os seus aloprados tentaram comprar. Disse o candidato do PT à reeleição neste sábado: “Quero saber quem foi o arquiteto desse negócio. Não era eu que precisava de dossiê”. Praticamente com as mesmas palavras, acusou, no debate de ontem com o tucano Geraldo Alckmin — em que foi esmagado —, os tucanos de serem responsáveis pelo dossiê contra José Serra. A bomba, como se sabe, explodiu no colo de Ricardo Berzoini, Jorge Lorenzetti, Osvaldo Bargas, Hamilton Lacerda, Gedimar Passos, Valdebran Padilha, Freud Godoy... Todos eles ligados ao PT, e a larga maioria gente da intimidade de Lula. A exemplo do general Gentil, que segurou a alça do caixão do sargento Guilherme, Lula adula os seus radicais. E se faz de vítima.
Sim, havia comunistas no Riocentro naquela noite. Ditaduras não precisam de motivos, só de pretextos. Para aqueles gorilas, essa evidência tornava verossímil a mentira. Assim como, para Lula, o fato de aparecer um falso laranja, levado à luz por uma pessoa filiada ao PSDB de uma cidade do interior de Minas, basta para que se invista na confusão: tudo não teria passado de uma trama dos adversários.
Na época, Márcio Thomaz Bastos era um advogado que militava nas hostes da oposição. Entre 1983 e 1985, foi presidente da Seccional da OAB São Paulo. Integrou o movimento das Diretas-Já e o Conselho Federal da Ordem entre 1987 e 1989, com atuação destacada durante a Constituinte. Foi um dos redatores do pedido de impeachment do presidente Collor. Hoje ministro da Justiça, atua como um verdadeiro criminalista do governo. É o pai da tese de que o mensalão não passou de mera caixa dois. Foi ele que impediu a divulgação das fotos da dinheirama do dossiê, contrariando portaria da própria Polícia Federal.
Cobrado a dar uma resposta mais rápida ao caso, afirmou: “Existe um tempo para a investigação séria e um tempo eleitoral.". Seu congênere à época do Riocentro, Ibrahim Abi-Ackel, afirmou então: “Reconheço que existe uma ânsia nacional para saber quem pratica atos como este. Por essa mesma razão, não me cabe inventar culpados. O que é procedente é agilizar providências para apurar tudo, e isso já fizemos". Não chegou a lugar nenhum. Ackel é hoje deputado do PP de MG, aliado de Lula.
Desdobramentos
O episódio do Riocentro fragilizou a ditadura, não o contrário. Embora as eleições diretas para a Presidência fossem chegar longos oito anos depois. Ocorre que havia naquilo tudo uma particularidade: vivia-se um regime discricionário. Hoje em dia, felizmente, vivemos em plena democracia. Esconder a verdade, num regime de força, não corrompe a sua natureza; antes, serve para desnudá-la. Já a mentira tornada oficial, na democracia, corrói a sua própria razão de ser.
Lula, aquele santo das massas parido por intelectuais supostamente iluministas no Colégio Sion, naquele 10 de fevereiro de 1980, não tem nenhum receio de se comportar como um generaleco de uma república bananeira. Joga no colo do adversário a bomba montada pelos seus aloprados. Aqueles tinham os seus motivos para ter horror à democracia. Estes também. São motivos diferentes. Até opostos, mas, sem dúvida, combinados. É mais uma razão por que ele não pode ser reeleito. Ainda que seja.
Leia aqui o texto da edição 661 de Veja, de 6 de maio de maio de 1981, sobre as explosões das bombas no Riocentro
O Discurso de Lula em 2003
Não vale o que está escrito
Do discurso de posse de Luiz Inácio Lula da Silva, dia 1º de janeiro de 2003: "O combate à corrupção e a defesa da ética no trato da coisa pública serão objetivos centrais e permanentes do meu governo. É preciso enfrentar com determinação e derrotar a verdadeira cultura da impunidade que prevalece em certos setores da vida brasileira".
Dos fatos, quatro anos depois: o procurador-geral da República denuncia como "organização criminosa" e "quadrilha" um punhado de pessoas do governo Lula, de seu partido e de sua base de sustentação parlamentar.
Do discurso de posse de Lula, dia 1º de janeiro de 2003: "Crimes hediondos, massacres e linchamentos crisparam o país e fizeram do cotidiano, sobretudo nas grandes cidades, uma experiência próxima da guerra de todos contra todos. Por isso, inicio este mandato com a firme decisão de colocar o governo federal, em parceria com os Estados, a serviço de uma política de segurança pública muito mais vigorosa e eficiente. (...) Se conseguirmos voltar a andar em paz em nossas ruas e praças, daremos um extraordinário impulso ao projeto nacional de construir, neste rincão da América, um bastião mundial da tolerância, do pluralismo democrático e do convívio respeitoso com a diferença".
Dos fatos, quatro anos depois: você anda em paz nas ruas e praças "deste rincão da América"? Do mesmo discurso, ainda: "A grande prioridade da política externa durante o meu governo será a construção de uma América do Sul politicamente estável, próspera e unida".
Dos fatos, quatro anos depois: caíram presidentes em penca, a prosperidade escapa à América do Sul e o conflito pelo gás com a Bolívia não parece ser propriamente demonstração de unidade, para não mencionar outras guerrinhas na vizinhança.
Lula terá de se defender na Justiça sobre cartilhas
Há suspeitas de que o presidente tenha cometido irregularidades. Quase um milhão de cartilhas foram impressas pela Presidência e entregues aos diretórios do PT
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi citado nesta quinta pela Justiça a se defender das suspeitas de que cometeu irregularidades no cargo por conta da confecção de cartilhas sobre feitos do seu governo. Quase um milhão dessas cartilhas, cuja impressão custou R$ 11,7 milhões, foram entregues aos diretórios do PT nos Estados para serem distribuídas a eleitores.
A juíza Candice Lavocat Galvão Jobim, da 2ª Vara Federal de Brasília, determinou a citação de Lula e de outros integrantes do governo, como o ex-ministro Luiz Gushiken, para que eles apresentem suas defesas. Também foram citadas empresas supostamente envolvidas na operação, como a Duda Mendonça e Associados Propaganda, do ex-marqueteiro de Lula, Duda Mendonça.
Além dessa ação, Lula é investigado em um procedimento aberto recentemente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para apurar se ele teve envolvimento com o episódio do dossiê contrário aos tucanos. Nesse episódio, dirigentes petistas e do comitê de campanha de Lula foram presos com R$ 1,75 milhões, dinheiro que seria usado para a compra do material.
A produção das cartilhas favoráveis ao governo é investigada também no Tribunal de Contas da União (TCU). Há estimativas de que o material tenha custado quase R$ 12 milhões em decorrência de supostos serviços superfaturados ou não prestados em contratos de publicidade.
Investigações recentes do TCU apontaram a existência de uma confusão entre as ações governamental e partidária, com o objetivo de promover o PT. Na ocasião em que a apuração foi iniciada, o hoje chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos do governo, Luiz Gushiken, defendeu e contestou o fato de a investigação ter sido aberta às vésperas da eleição.
A informação de que o Palácio do Planalto havia confeccionado 2 milhões de folhetos sobre as realizações do governo Lula e entregado as cartilhas para o PT foi divulgada no início de setembro. O TCU já vinha investigando a impressão das cartilhas, porque recebera denúncias de que houvera superfaturamento nos serviços gráficos.
A auditoria do TCU chegou a levantar a suspeita de que não havia comprovantes de que os folhetos tinham sido confeccionados. Por isso, o tribunal cobrou de agências de publicidade envolvidas a devolução de dinheiro gasto sem comprovação e em superfaturamento. Ao ser questionada pelo TCU, a Secretaria de Comunicação (Secom) do governo informou que as cartilhas tinham sido entregues diretamente ao PT.
Como o responsável pela Secom na época em que as cartilhas foram feitas era o ex-ministro Luiz Gushiken, a ação popular que pediu a citação de Lula também o inclui.
Foi um vexame: a "Síndrome Motorista de Táxi" derrubou Lula
Síndrome Motorista de Táxi
O leitor vai entender direitinho o que é isso. A maioria dos motoristas, cansados de conduzir os passageiros pra lá e pra cá o dia inteiro, ficam tendo idéias sobre como solucionar os problemas da humanidade: do buraco de rua à crise em Bagdá, eles sempre têm uma resposta. O Casseta & Planeta até aproveitou esse furor propositivo da categoria num quadro de humor.
Reparem que, na maioria das vezes, as coisas que dizem são irrespondíveis. Não que estejam certas. Ocorre que vêm formuladas de uma maneira, digamos, impenetrável. Olham para você e mandam ver: “Esse governo dá muito mole pra bandido, não dá?”. É claro que concordamos com ele. Mas vai saber o que ele quer dizer com isso... Pena de morte? Linchamento? Regime de Segurança Máxima? Ou então: “Vou falar pro senhor: política é uma merda. Se eu não ficar aqui 15 horas dirigindo, não ponho comida em casa”. De novo, ele tem razão. Mas o que será que ele quer? Ditadura? Revolução? Só reclamar da vida? É por isso que quase sempre nos limitamos a ouvir e a anuir com o que é dito. Entrar em detalhes pareceria difícil ou pernóstico. Ou imaginem: “Sabe o que é? Na democracia, a crise da representação...” Esqueça. Ele não quer saber o que você pensa. Quer dizer o que ele pensa.
O candidato que se diz popular, “do povo”, que conhece a linguagem da ruas, deu-se mal justamente com essas obviedades que se falam na rua. A Cristiane Santana, do Rio, por exemplo, afirmou conhecer um monte de gente desempregada. Um irmão seu está sem trabalho há um ano. Eis aí: um jornalista jamais faria uma pergunta como essa. Mesmo um candidato não a formalaria com tal crueza. De que valem os 7,5 milhões de empregos que Lula diz ter criado? O irmão da Cristiane o desmente. Aí, o Dêivison fala da violência. Muitos amigos já morreram. Os problemas ganham dimensão concreta.
Realidade atrapalha. E sem ficha
A realidade tomada em sua particularidade é sempre pior para um candidato da situação. Por uma razão simples: problemas sempre existirão. Se aqueles que estão ali são indecisos, sinal de que estão, quando menos, em dúvida na avaliação das respostas até agora apresentadas pelo governo. Em tese, Lula nadaria de braçada porque saberia falar aquela linguagem. Mas esqueceu. Ele se tornou uma espécie de idiota da macroeconomia, opondo sempre números gigantescos a questões muito particulares.
Pior: como os candidatos, a exemplo dos debates que acontecem nos EUA, são obrigados a ficar transitando no palco, gesticulando, falando, o petista não pôde consultar as suas fichas. Restou-lhe o recurso de acusar todo mundo por tudo. Chegou, como costuma acontecer, às caravelas de Cabral. Também tentou ser irônico e desqualificar as respostas de Alckmin. Caiu na grosseria pura e simples. Chamou o Programa Bolsa-Cidadão do governo de São Paulo de “cheque sei lá das quantas”.
Ultrapassagem
O tucano, ao contrário, soube lidar melhor com as minudências levadas pelos indecisos porque tem grande facilidade de memorizar números. Ao contrário de Lula, gosta de detalhes. Conseguia transformar os problemas privados em questões de administração pública. E fez pelo menos três grandes ultrapassagens (fosse uma corrida): quando exigiu respeito ao programa Bolsa-Cidadão; quando, aludindo à indagação de Lula sobre “de onde iria tirar o dinheiro” para seus programas, provocou: “Pensei que ele fosse dizer de onde saiu o dinheiro do dossiê”. E quando afirmou que os líderes do PCC estão na cadeia, mas os da quadrilha que operavam no governo estão soltos.
Lula pode ter sido prejudicado também pelo salto alto. Por mais que ele mesmo tenha dito ser preciso evitá-lo, mal conseguia disfarçar a irritação. Ao ir para o debate com 20 ou mais pontos de vantagem nas pesquisas — segundo os institutos ao mneos —, transpirava impaciência. Alckmin também jogou bem melhor sem a bola, quando sabia que, mesmo sendo hora da resposta do outro, estava enquadrado pela câmera: alternava sinais de negativo com a cabeça com um rosto tranqüilo, um sorriso quase sempre amistoso, raramente um tanto cínico. Lula, ao contrário, fechava a cara, olhando por baixo, como quem está sendo desafiado e se prepara para dar um pito.
A eleição é amanhã. Em que esse debate pode alterar o resultado? Talvez leve para Alckmin uns pontos a mais, evitando que Lula fique na casa dos 60% dos válidos. Mas quem vai saber. Eu já disse o que penso sobre a avaliação dos debates. Se você fizer agora uma pesquisa, o resultado óbvio será o seguinte: Lula ganhou. Afinal, ele está na frente. As coisas se confundem. Mas não ganhou. Levou uma sova feia. Estando certos os institutos, no entanto, é claro que não dá pra reverter o resultado.
Mas é fato que quem viu o debate, e isso inclui os eleitores convictos de Lula, não teve como não constatar que o tucano tem mais preparo. Em 2002, o Brasil escolheu quem tonha menos. E, agora, tudo indica, fará o mesmo. Lula, quem diria?, levou o maior tropeção nos debates justamente quando o tal “povo” entrou na conta.
sexta-feira, outubro 27, 2006
A Reforma da minha casa. (Leia, vale a pena)
Encheu-me de promessas, falando que faria isso, que resolveria tal problema, que mexeria nos alicerces. Em suma, que tudo ficaria como novo. Mas, de uma hora pra outra, começaram a sumir coisas lá de casa. Uma caneta, alguns DVD's, um rádio. Depois as coisas desaparecidas foram ficando maiores. Quando dei por mim, tinham-me levado até o carro.
Confrontei o homem a quem havia contratado. Ele acusava seus ajudantes, dizendo que não sabia de nada. Segundo ele, estava focado apenas no trabalho. Descobriu, logo depois, que minhas suspeitas eram verdades. Seus funcionários estavam roubando de mim. Trocou de equipe.
Mandou todos embora e trouxe novos ajudantes. A reforma continuava, ainda que a passos curtos e lentos. Nesse momento, eu e minha família estávamos mais do que desconfiados. Mas demos outra chance, desta vez com olhos mais abertos.
No entanto, as coisas continuaram a sumir de casa, mesmo com a nova equipe. O chefe seguia se eximindo da culpa sempre que pegava algum dos seus roubando. "Não sabia de nada, como posso responder por eles?", dizia o homem. Um dia, acabou o prazo para entregar a casa pronta. Faltou muito para chegar ao menos perto do que havia prometido.
O pior é que, ao longo do tempo de trabalho, ele foi mudando tudo o que falara no início. Se tinha dito fazer uma coisa, ia lá e fazia outra. Se assumira compromisso com a minha família em relação a tal assunto, pouco depois parecia que esquecera completamente. Simplesmente parecia outra pessoa.
Mesmo com tudo isso, o safado ainda teve a cara-de-pau de vir me pedir por mais tempo de trabalho. Sim, depois de todos os seus ajudantes terem me roubado, tanto os velhos quanto os novos, depois de ter mentido descaradamente para mim, depois de me prometer coisas que não chegou nem perto de cumprir, depois de se fazer de inocente frente a todas as acusações, ele ainda queria continuar dentro da minha casa.
Claro que eu jamais aceitaria isso. Não sou idiota. Minha família veio dizer que nas outras reformas isso havia acontecido também, coisas haviam sumido. Tudo bem, pode ter acontecido, mas nunca tão descarado quanto agora. Nunca mesmo. E, de qualquer forma, desde quando os erros dos caras do passado justificam o roubo do cara de agora?
Era só o que me faltava: deixar um ladrão, mentiroso e ignorante na minha casa por mais tempo porque "outros também fizeram". Se dependesse só de mim, contrataria outro agora mesmo. E se esse outro roubasse de mim, contrataria outro. Até um deles me respeitar. Até eu achar alguém que faça o trabalho de forma decente e ética.
O problema é que combinei com a minha família que ninguém tomaria uma decisão dessas sozinho. O que a maioria decidir, será feito. A votação ficou pra domingo, dia 29. Só espero que as 180 milhões de pessoas que moram comigo mostrem-se mais inteligentes do que parecem.
quinta-feira, outubro 26, 2006
Coleta do dinheiro teria envolvido mais petistas
A Polícia Federal decidiu ampliar as investigações sobre o dossiê Vedoin para fora do eixo São Paulo-Cuiabá (MT). A nova linha de trabalho revela que há a suspeita de núcleo do PT com ramificações nacionais, partindo de Brasília. A PF acredita que a operação para a coleta do R$ 1,75 milhão que seria usado para adquirir o dossiê implica outros nomes do partido.
O delegado Diógenes Curado, que preside o inquérito, deu início a buscas e interrogatórios em ao menos três Estados - Rio, Minas e Santa Catarina. Sua primeira parada foi ontem na Baixada Fluminense, onde está sediada a Vicatur, de onde teria saído parte dos US$ 248,8 mil apreendidos com Valdebran Padilha e Gedimar Passos em 15 de setembro.
A principal meta dos federais é identificar o arrecadador do dinheiro. Eles desconfiam que um único agente ficou encarregado da coleta e deixou pistas ao se movimentar pelo submundo do mercado paralelo do dólar. 'Não existe crime perfeito, os caras sempre deixam marcas', disse um policial. 'Tudo funciona às mil maravilhas quando o grupo tem o controle da operação, mas o que fazem os ratos quando o barco começa a afundar?'
Com 40 dias de apuração, a PF se convenceu de que Jorge Lorenzetti, araponga do PT e churrasqueiro preferido de Lula, não tinha autonomia para cuidar da ação toda. Também acham que Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha de Aloizio Mercadante (PT), não ocupava o topo da organização. Segundo suspeita a polícia, Lacerda entregou o R$ 1,75 milhão a Valdebran e Gedimar, o que ele nega.
Os investigadores admitem que encontram dificuldades para rastrear a parte em reais do total apreendido - R$ 1,16 milhão, que pode ter saído da contravenção. De acordo com a PF, petistas não foram às ruas açodadamente para amealhar o dinheiro, que já estaria estocado em algum caixa do PT. 'Quem sabe da origem desse dinheiro é o PT', opinou um policial.
terça-feira, outubro 24, 2006
Cooperativa ligada a Lorenzetti quebra no Pará
Nova Amafrutas, que recebeu financiamento público e teve presença de Lua na abertura, deve R$ 20 milhões
A cooperativa Nova Amafrutas, ligada a Jorge Lorenzetti, 'articulador' da compra do dossiê Vedoin e churrasqueiro do presidente Lula, está com dívidas de R$ 20 milhões, produção paralisada,portas fechadas e à beira da falência. A empresa havia conseguido financiamento público para superar dificuldades anteriores graças a Lorenzetti e, na reabertura, em agosto de 2003, contou com a presença do presidente.
Na ocasião, Lula a apresentou como exemplo de que, graças a seu governo, 'nunca, neste país, foi tão fácil criar uma cooperativa'. (e jogar o dinheiro público no lixo) Além de Lula, a solenidade contou com três governadores e quatro ministros. Para o Planalto, tratava-se do lançamento do Pólo de Fruticultura da Amazônia.
O interesse político do governo federal e a influência de Lorenzetti e de Avelino Ganzer, ex-dirigente da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), permitiram que a Nova Amafrutas obtivesse empréstimos de R$ 15 milhões junto ao Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf). Lorenzetti, que é de Santa Catarina, na época foi escalado pelo PT para ser dirigente da cooperativa em Benevides, município na região metropolitana de Belém (PA).
Diante da desconfiança dos paraenses com a presença do catarinense, Lula fez um discurso em Benevides dizendo que deveriam confiar no 'companheiro' que chegara do 'estrangeiro'. Referindo-se a seu churrasqueiro, disse que o fato de ser desconhecido era irrelevante, o importante era estar ali 'para ajudar'.
Até o ano 2000, a Amafrutas era uma fábrica de processamento de maracujá, controlada por um empresário. Segundo Lorenzeti, a Nova Amafrutas nascia para ser um 'exemplo do bom cooperativismo'. Quatro anos depois, a cooperativa está à beira de uma intervenção do Banco da Amazônia (Basa), seu maior credor. O Basa deve concluir até o final do mês levantamento das dívidas e avalia a possibilidade de passar sua gestão a administradores profissionais.
Os atuais diretores não aparecem na fábrica há mais de uma semana. Ganzer, um dos dirigentes, não foi localizado. Outro diretor, Max Pontes, também evitou contato com a imprensa.
A política do apagão
O Brasil só poderá evitar um apagão, nos próximos anos, se continuar a crescer muito menos que as outras economias emergentes ou se realizar, com urgência, grandes e bem planejados investimentos em geração e distribuição de energia elétrica. Segundo recente estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre o problema energético no Brasil, o País poderá crescer 43,7% até 2015 e chegar a um Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de R$ 2,8 trilhões. Mas isso só acontecerá se não houver alteração no preço da eletricidade, diz o estudo, citado em reportagem publicada no Estado de sexta-feira. No pior cenário, por enquanto o mais realista, o crescimento acumulado até 2015 não passará de 32,7% e o PIB será R$ 214 bilhões menor do que seria na primeira hipótese, numa estimativa com preços de 2005.
Os economistas da FGV desenharam o pior cenário não por mau humor, mas com base na preocupante experiência dos últimos tempos. Nos últimos seis anos o custo da energia elétrica para as empresas mais que dobrou e tudo indica que vai continuar em alta, se os investimentos continuarem abaixo das necessidades.
Mesmo na projeção mais favorável - a de preços constantes -, o crescimento da economia será modesto: 3,69% ao ano até 2010 e 3,70% nos cinco anos seguintes. Nessas duas etapas, o PIB chinês deverá aumentar, de acordo com a tabela da FGV, 5,15% ao ano e depois 4,04% - estimativas obviamente muito conservadoras, se for levado em conta o desempenho da China nos últimos dez anos. Para a Coréia, um dos industrializados mais dinâmicos, as projeções são de 4,24% ao ano até 2010 e 4,20% até 2015.
Para manter aquela expansão econômica pífia, o Brasil precisará atender a um crescimento anual da demanda de energia elétrica de 4,61% na primeira etapa e de 4,19% na seguinte. Em todo o período até 2015 as importações aumentarão com o dobro da velocidade das exportações, estreitando a segurança do setor externo.
Na hipótese intermediária, com menor encarecimento da eletricidade, o PIB em 2015 será R$ 143 bilhões menor do que na primeira hipótese. Será uma evolução menos desastrosa, mas ainda assim muito ruim, tanto para a criação de empregos quanto para a redução da pobreza no País. E, de toda forma, estaremos muito atrasados em relação aos competidores.
O Brasil já paga um preço muito alto pelos erros da política energética nos últimos anos. Em 2003, segundo a reportagem publicada pelo Estado, 8 siderúrgicas brasileiras do Grupo Gerdau, que tem 37 usinas espalhadas pelo mundo, estavam entre as 10 com menor custo de eletricidade. Em 2006, a relação é inversa. Estão no Brasil 6 das unidades com maiores custos e apenas 2 daquelas com energia elétrica mais barata.
Esses dados permitem uma visão mais completa e mais preocupante do problema: as falhas da política brasileira estão convertendo uma velha vantagem competitiva, a energia barata, em grande desvantagem. Com essa mudança, amplia-se a lista, já muito longa, de fatores que afugentam os investidores estrangeiros e estimulam os empresários brasileiros a buscar outros países para trabalhar.
Os governos brasileiros foram capazes, durante décadas, de planejar a oferta de eletricidade com grande antecedência. A partir da crise externa dos anos 80 os investimentos diminuíram e, pior que isso, os velhos padrões de planejamento foram perdidos. Foi essa a causa principal do apagão em 2001. A seca apenas castigou a imprevidência diante de um perigo que era evidente.
A lição poderia ter sido suficiente para uma retomada do planejamento energético, mas não foi. O novo governo decidiu que seus preconceitos ideológicos eram mais importantes que a segurança econômica. A maior parte dos capitais teria de vir de grupos privados, mas não se ofereceram, na regulamentação do setor, condições suficientes para estimular os investimentos necessários.
Além disso, os organismos de controle ambiental decidiram sujeitar o Brasil a seus critérios de tempo. Investidores passaram a esperar longamente para saber se os projetos seriam ou não aprovados. Também isso retardou decisões que são urgentes e aumentou o risco de um novo apagão.
Dosiê era para favorecer o Lula.
Dossiê era para lesar campanha nacional do PSDB, diz Lacerda
Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha de Aloizio Mercadante, disse à Polícia Federal que o intuito de Jorge Lorenzetti e Expedito Veloso com a compra do dossiê era prejudicar o PSDB na eleição para presidente e também nos Estados onde houvesse candidatos tucanos.
"O declarante informa que, provavelmente na última semana de agosto, foi contatado por Jorge Lorenzetti e Expedito Veloso, afirmando que existiam documentos em Cuiabá relacionados à "máfia dos sanguessugas" e que poderiam ser utilizados na campanha em desfavor dos candidatos do PSDB, caso fossem verdadeiros; que o material existente teria um reflexo negativo na campanha nacional e estaduais onde concorresse o PSDB", disse Lacerda, no dia 19 do mês passado, na PF de São Paulo.
Lacerda foi identificado pela PF como o responsável por ter levado a Gedimar Passos o dinheiro para comprar o dossiê.
Segundo o advogado de Lacerda, a ação visava minar apenas a campanha de José Serra em São Paulo.
segunda-feira, outubro 23, 2006
Ah, Marco Aurélio... Então é assim?
Acho até engraçado quando os língua de trapo do petismo me acusam de ser tucano. Ah, se fosse... Marco Aurélio Sargento Garcia, presidente do PT e co-fundador do Foro de São Paulo (aquele que conta com as Farc), diz que é legítimo dizer que Alckmin pode privatizar a Petrobras porque a história do partido autoriza a ilação, já que FHC privatizou estatais — infelizmente, menos do que podia. Ah é? Marco Aurélio e boa parte dos petistas eram militantes comunistas. Os comunistas mataram quase 200 milhões de pessoas para impor o seu modelo. Alckmin privatizaria a Petrobrás tanto quanto Marco Aurélio sairá por aí fuzilando as pessoas. E com uma ligeira diferença. O tucano não fica marcando reunião secreta com ladrões de estatais. Mas o PT se reúne com ladrões da institucionalidade, além de narcotraficantes. Afinal, as Farc estão no Foro de São Paulo, e o PT também. Como se vê, não tenho, como direi?, paciência para ser tucano. Já teria chamado essa gente pelo nome. E não perguntaria ao meu marqueteiro se isso seria bom ou mau. O meu partido é dar porrada em quem merece. E, claro, também elogiar quem merece.
PT usa estratégia nazista, ataca FHC
SÃO PAULO - O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) acusou nesta segunda-feira o PT e o presidente e candidato à reeleição pelo partido, Luiz Inácio Lula da Silva, de utilizarem estratégia nazista nesta campanha eleitoral.
"Eles não se cansam de dizer mentiras. É a velha técnica nazista, de dizer uma mentira repetida até ela se transformar em verdade. Eles fazem o mesmo estilo de Goebbels (Joseph Goebbels, ministro da Propaganda nazista), que elegeu (Adolf) Hitler", destacou ele, em inflamado discurso realizado nesta segunda no ato em prol da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB).
Além de comparar a propaganda de Lula ao nazismo, FHC chamou o presidente da República de "Fanfarrão Minésio", apelido literário dado ao criticado governador mineiro Luís da Cunha e Menezes no poema satírico Cartas Chilenas, de autoria atribuída a Tomas Antônio Gonzaga.
O mau governo de Menezes é apontado como um dos fatores que levaram ao surgimento da Inconfidência Mineira. "Em 1994, eu saí (para o pleito) com 8% das intenções (de voto) e o fanfarrão tinha 40% (dessas intenções) e eu ganhei as eleições com votos dos ricos e dos pobres", ironizou FHC.
Ele lembrou que também já perdeu uma eleição, mesmo com projeções favoráveis dos institutos, que foi a disputa para a Prefeitura de São Paulo na década de 80. "A opinião pública é volátil e é fácil ganhar antes da hora", emendou.
No discurso, FHC conclamou os presentes, mais de mil pessoas, a trabalharem nesta reta final para que Alckmin possa chegar ao Palácio do Planalto.
"Temos de continuar lutando até o fim, pois queremos um Brasil decente. Ainda temos tempo para virar as eleições, pois há um sentimento no País de que, do jeito que está, não dá mais para continuar. O Brasil cansou", finalizou.
Amin vende alma pro diabo barbudo em SC.
PP e PT selam acordo em Santa Catarina
Pela primeira vez em 30 anos de vida pública, Esperidião Amin (PP) colou no peito um adesivo do PT. A cena, ocorrida sábado, marcou a aliança do PP com o PT na disputa pelo governo de Santa Catarina contra Luiz Henrique da Silva (PMDB). A informação é do Diário Catarinense.
"O meu voto para presidente é o mesmo do Hugo Biehl. É em Lula", disse Amin, se referindo ao voto do seu candidato a vice. Amin repetiu o gesto da mulher, a deputada federal eleita Ângela Amin, que já tinha confirmado o apoio do PT.
"Este acordo que aproximou PP e PT foi selado em legítima defesa de Santa Catarina. É um acordo sem distribuição de cargos, construído a partir das bases e sem troca espúria", afirmou Amin em Concórdia, durante campanha no final de semana.
Que vergonha Amin, que vergonha!!!
domingo, outubro 22, 2006
Blogger voltou a Funcionar
sábado, outubro 14, 2006
Lula vai fugir do debate.
Estadao.com.br
Lula não vai ao debate da TV Gazeta na próxima terça
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não participará do debate com o seu adversário Geraldo Alckmin (PSDB), previsto para a próxima terça-feira, dia 17, na TV Gazeta. A informação é do presidente em exercício do PT e coordenador de campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia. "O presidente não poderá ir", afirmou Marco Aurélio, alegando problemas de agenda.
Segundo a emissora, o candidato tucano já havia confirmado presença. Portanto, como não haverá confronto entre os presidenciáveis, será realizada uma entrevista de 40 minutos com Alckmin.(...)
O Comentário de Arnaldo Jabor censurado.
O comentário impugnado foi o seguinte: "Amigos ouvintes, o debate de domingo serviu para vermos os dois lados do Brasil. De um lado, um choque de capitalismo. De outro, um choque de socialismo deformado num populismo estadista, num getulismo tardio. De um lado, São Paulo e a complexa experiência de Estado industrializado, rico e privatista. De outro, a voz dos grotões, onde o estado ainda é o provedor dos vassalos famintos. De um lado, a teimosa demanda do Alckmin pelo concreto da administração pública, e do outro, o Lula, apelando para pretextos utópicos, preferindo rolar na retórica de símbolo (...)"
VEJA - Ficou ainda pior
Em sua edição de 13 de setembro, VEJA revelou a justificativa dada pelo governo ao Tribunal de Contas da União (TCU) para o desaparecimento de 2 milhões de encartes e revistas de propaganda institucional pagos com dinheiro público. O governo informou ao TCU que o material, sobre o qual não há registro nas repartições oficiais, havia sido entregue diretamente pelas gráficas ao Partido dos Trabalhadores. Segundo a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), responsável pela elaboração da propaganda, isso ocorreu porque o PT se dispôs a distribuir os encartes e revistas à população, com o objetivo de baratear os custos para os cofres do Estado. Diante da explicação do governo, o ministro Ubiratan Aguiar, relator do processo que investiga o caso, afirmou, em voto proferido no mês passado, ter havido uma confusão inadmissível entre os interesses do governo e os de um partido político. Ele determinou, ainda, que o ex-ministro Luiz Gushiken, na ocasião à frente da Secom, e outros nove funcionários devolvessem ao Erário o valor gasto com o material supostamente entregue ao PT, além daquele despendido com outros 3 milhões de exemplares efetivamente distribuídos, mas produzidos a preços superfaturados. O total do dinheiro a ser reembolsado alcança 11 milhões de reais.
Na semana passada, VEJA teve acesso às 32 páginas do relatório técnico do TCU sobre o assunto e descobriu que o caso é bem complicado. Para os auditores do tribunal, há a hipótese de que os 2 milhões de encartes e revistas não tenham sido sequer produzidos e que o dinheiro pago pela Secom às gráficas serviu, na verdade, para remunerar serviços eleitorais feitos por elas ao próprio PT. A versão de que as cartilhas foram entregues ao PT seria, portanto, apenas uma desculpa para encobrir o crime de desvio de dinheiro público. Ao todo, dos 25 pontos fornecidos pela Secom para tentar comprovar a existência do material gráfico e a sua conseqüente distribuição, dezenove foram rechaçados pelos técnicos do tribunal. Os outros seis são compostos apenas de dados acessórios.
A mixórdia de versões da Secom é grande. De acordo com a secretaria, 1.000 exemplares foram entregues diretamente ao escritório da Presidência da República em São Paulo. Os técnicos do TCU, no entanto, não encontram uma prova consistente disso. A nota fiscal emitida pela gráfica responsável pela confecção desses exemplares estava em branco no campo destinado ao receptor. Há irregularidades mais gritantes. Na suposta entrega para o PT de um lote de 48.000 unidades, a nota fiscal traz valor distinto daquele pago pela Secom para a impressão das cartilhas. A secretaria diz que pagou 2,49 reais por unidade, mas no documento está 1,61 real. No afã de conseguir qualquer documento para comprovar o envio das revistas, a Secom chegou a entregar ao TCU recibos que faziam referência a um material editado em espanhol. Com relação a outros lotes, a secretaria nem sequer se deu ao trabalho de explicar ou anexar documentos que provassem sua confecção e distribuição.
As agências de publicidade responsáveis por produzir os encartes e revistas têm relação antiga com o PT. Uma delas é a Duda Mendonça & Associados, do marqueteiro próximo ao presidente Lula. A outra é a Matisse, de Paulo de Tarso Santos, publicitário amigo do presidente e marqueteiro das duas primeiras campanhas de Lula ao Planalto, em 1989 e 1994. Não é novidade que, para o PT, não há fronteira entre Estado e partido. Essa confusão foi atestada pelo próprio ministro Ubiratan Aguiar em seu voto. Esperava-se apenas que, após os escândalos que envolveram a Secom no ano passado, como os contratos superfaturados com as empresas do lobista Marcos Valério, o governo promovesse uma limpa nos quadros do órgão. Mas o que se viu foi um desligamento apenas formal de Gushiken e de seu então braço-direito, Marcus Flora. Dos outros oito servidores responsabilizados pelo TCU no caso dos encartes e revistas desaparecidos, seis continuam na secretaria, firmes e fortes, mandando e desmandando. Esse é o governo da companheirada.
VEJA - Diogo Mainardi
"Todos os rastros apontam para o mesmo lugar: o Palácio do Planalto. Os golpistas que tramaram contra os tucanos eram da turma do presidente. E tudo indica que o dinheiro que eles usaram veio de lobistas e empresários que tinham interesse no governo federal"
Estou todo embananado. Lula. Freud Godoy. Naji Nahas. Daniel Dantas. Telecom Italia. Telemig. Marcos Valério. Duda Mendonça. Delfim Netto. O que une um ao outro? O que é verdade? O que é mentira?
Ordenando os fatos:
1. A CPI dos Sanguessugas quer descobrir se Naji Nahas depositou 396.000 reais na conta da empresa do gorila particular de Lula, Freud Godoy.
2. Isso teria ocorrido em 5 de setembro, poucos dias antes de o comando da campanha de Lula ter sido flagrado tentando comprar o dossiê contra os tucanos.
3. O dinheiro que Naji Nahas teria repassado a Freud Godoy estava aplicado em cotas acionárias da Telemig. Até recentemente a empresa era controlada por Daniel Dantas.
4. A Telemig foi uma das maiores pagadoras de Marcos Valério.
5. Marcos Valério deu dinheiro a Freud Godoy.
6. Duda Mendonça tinha a conta de publicidade da Brasil Telecom, outra empresa controlada por Daniel Dantas.
7. Duda Mendonça também deu dinheiro a Freud Godoy. E recebeu ainda mais de Marcos Valério, lá fora.
8. Daniel Dantas e Naji Nahas trabalham juntos. Naji Nahas é o plenipotenciário da Telecom Italia no Brasil. Ele intermediou o acordo entre os italianos e Daniel Dantas.
9. VEJA noticiou que, em maio de 2003, a Telecom Italia deu 3 200 000 reais em dinheiro vivo a Naji Nahas. O dinheiro foi entregue a deputados da base lulista, segundo fontes da própria Telecom Italia.
10. Aqui na coluna contei que Naji Nahas, em 2002, arrecadou dinheiro ilegal para a campanha de Lula. Na época, defini Naji Nahas como a figura mais extravagante do lulismo.
11. A ponte entre Naji Nahas e Lula era Delfim Netto. O mesmo Delfim Netto que, como declarou Lula na última terça-feira, não foi eleito por "vingança de um conjunto de elitistas, porque defendia a nossa política".
Perdeu-se? Eu também me perdi. Muitas perguntas precisam ser respondidas pela CPI dos Sanguessugas. O dinheiro que Naji Nahas supostamente entregou a Freud Godoy seria usado para comprar o dossiê? Quem era o dono do dinheiro? O próprio Naji Nahas ou um de seus empregadores? Qual é o elo com o valerioduto? Por que Freud Godoy recebe dinheiro de tanta gente?
Estou embananado. Mas todos os rastros, de 1 a 11, apontam para o mesmo lugar: o Palácio do Planalto. Os golpistas que tramaram contra os tucanos eram da turma do presidente. E tudo indica que o dinheiro que eles usaram veio de lobistas e empresários que tinham interesse no governo federal.
Votar contra Lula é salvar a América do castro-comunismo
por Alejandro Peña Esclusa
Dentro do Brasil, Lula é conhecido como um esquerdista “moderado”, salpicado pela corrupção de seu partido (PT) porém, com boas intenções; um homem popular, carismático, que vem de baixo e que progrediu graças ao seu próprio esforço. Entretanto, analisado internacionalmente, Lula tem outra cara, grave, preocupante e muito prejudicial.
Lula é o criador – junto com Fidel Castro – do Foro de São Paulo, organização que agrupa todos os movimentos de esquerda da região e que inclui entre seus membros Hugo Chávez, Evo Morales, as FARC e o ELN.
Desde a Presidência do Brasil, Lula apadrinhou todos os seus sócios do Foro de São Paulo. O faz de maneira muito sutil, porém sumamente eficiente. No caso de Chávez, é evidente que Lula o salvou cada vez que ele esteve em perigo, como expliquei em minha “Segunda carta ao povo brasileiro”. Justo agora, pretende lançar Chávez no Conselho de Segurança da ONU.
Embora quisesse, Lula não pode promover o castro-comunismo no Brasil porque, sendo a 11a. economia do Ocidente, as sólidas instituições brasileiras o impedem. Porém, em países mais vulneráveis, com instituições mais débeis, como a Bolívia, a Nicarágua e a Venezuela, Lula certamente pode respaldar com suas ações e omissões o castro-comunismo, como na verdade o tem feito.
O projeto do Foro de São Paulo expandiu-se com enorme força nos últimos meses: Chávez pensa em reeleger-se, cometendo fraude; Evo Morales pretende instaurar uma ditadura, usando como mecanismo a Constituinte; Rafael Correa pode ganhar as eleições no Equador, do mesmo modo que Daniel Ortega na Nicarágua; López Obrador e Ollanta Humala estão desestabilizando o México e o Peru respectivamente; Kirchner e Tabaré iniciaram uma perigosa perseguição contra seus adversários históricos, a qual reativa divisões há tempo superadas na Argentina e Uruguai. Todos eles contam com o apoio de Lula para alcançar seus fins.
Votar contra Lula nas próximas eleições não significa simplesmente uma mudança de governo – assunto que pode ser ou não ser atrativo para os cidadãos brasileiros – senão uma mudança na política internacional. Sem Lula na Presidência do Brasil, o castro-comunismo não terá um padrinho crível (Chávez não tem a credibilidade internacional de Lula), e o projeto do Foro de São Paulo virá abaixo.
Frei Betto, o “teólogo da libertação” diz que vai votar em Lula e explica sua decisão. Ele diz que enquanto Lula permanecer no poder se facilitarão “as coisas na Cuba de Fidel, na Bolívia de Evo e na Venezuela de Chávez”. Disse que Lula tinha uma “importância internacional para a atual geopolítica Latino-americana”.
Também expressou seus desejos de que um segundo mandato de Lula deveria ser mais “avançado” que o primeiro no social, e advertiu que, se Lula ganhar, a mudança necessária “dependerá muito da capacidade de pressão dos movimentos sociais, para levar a um maior progressismo, com uma política menos neoliberal e menos dependente do capital financeiro”. Diz ainda que o Brasil é chave no MERCOSUL e na relação com a Venezuela e pensa que “sem o Brasil, a integração se debilita”.
Os cidadãos brasileiros têm em suas mãos a possibilidade de neutralizar o terrível avanço do castro-comunismo na região. Votar contra Lula nas próximas eleições, é salvar toda a América das garras de Chávez e de Fidel Castro.
quinta-feira, outubro 12, 2006
PTnóquio
e clique em Estou com Sorte.
Você verá que até o Google já sabe a verdade.
Nem irmão vota no Lula.
'Vou com Alckmin', diz irmão de Lula
Jackson critica corrupção e acusa petista de 'comer no mesmo prato' de acusados
Jackson Inácio da Silva, um dos irmãos do presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já definiu seu voto. Ao contrário do que se poderia imaginar, o mestre de obras de 52 anos - nove a menos do que o irmão presidente - vai repetir no dia 29 o que já fez no primeiro turno: votar em Geraldo Alckmin (PSDB).
Dizendo-se decepcionado com a gestão do irmão, 'que não vê desde a posse (em 1º de janeiro de 2003), Jackson afirmou que a administração de Lula é marcada pela escolha de uma equipe ruim.
'Ele é muito mal assessorado. Começou errando quando não soube escolher sua equipe', avaliou. 'Não sou só eu quem está decepcionado com o governo Lula. É o Brasil inteiro', prosseguiu.
Jackson, que mora em Mongaguá, no litoral sul de São Paulo, com a mulher e três filhos, lamenta os escândalos de corrupção que marcaram o governo do irmão mais velho. Mas diz não acreditar que Lula 'não sabia' de nada.
'É impossível que ele não soubesse de nada. Seria muita ingenuidade acreditar nisso', disse ontem, em entrevista, por telefone, ao Estado.
'Não era isso o que esperávamos dele. Todos esperávamos um governo com mais coerência', observou. Para Jackson, o governo do petista merece, no máximo, 'nota 5 ou 6'.
O irmão do presidente-candidato vai além. Disse que Lula demorou para afastar os ministros envolvidos nos escândalos de corrupção e que continua tendo relacionamento estreito com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares - acusado de ser o operador do mensalão - e com José Dirceu, ex-chefe da Casa Civil e deputado cassado. 'Eles continuam todos comendo no mesmo prato', acusou.
Sobre a escolha de votar em Alckmin, Jackson disse que o tucano é, desde o início da campanha, a 'melhor opção' apresentada. 'Eu sou contra a reeleição, ainda mais no caso do governo Lula, que deixou a desejar.' Além do mais, disse ele, 'o Alckmin pode representar mudança'. Jackson contou que desde que assumiu a Presidência o irmão nunca mais procurou a família. 'Eu falo apenas com os meus irmãos de São Paulo, como o Frei Chico', disse.
'Mas agora acho que alguém vai me ligar para reclamar da minha decisão.' E logo avisa: 'Vou com o Alckmin. Não tem jeito.'
Um samba de muitas notas
Despreparado para enfrentar aquilo de que fugiu durante todo o mandato - a contestação face a face de suas alegações triunfalistas em relação a qualquer e a todos os aspectos de seu governo -, o presidente Lula saiu atordoado dos estúdios da TV Bandeirantes depois do debate em que o tucano Geraldo Alckmin já na sua primeira intervenção o levou às cordas. Pudera. Sorteado para abrir o confronto, o ex-governador foi direto à mais recente manifestação do problema em relação ao qual nem o seu adversário muito menos os petistas em geral conseguiram alguma vez oferecer uma resposta convincente: as investidas seqüenciais contra a lei e os princípios da ética na política, a que se entregou com gana incomum o esquema petista de poder.
Pegou tão fundo a cobrança de Alckmin sobre a origem da bolada com a qual agentes petistas iam comprar o desde logo desmoralizado dossiê antitucano que no dia seguinte Lula ainda continuava grogue. E, nesse estado de desorientação, em vez de ficar na muda, como aconselharia a prudência, resolveu partir para um revide infeliz, que decerto dará novas armas ao seu desafiante. De fato, em seus comentários sobre o comportamento do opositor, ele apenas escancarou o flanco que deixara aberto na noite de domingo. Com ares de vítima de uma ignominiosa onda de calúnias, a uma platéia de evangélicos que dizia amém às suas parábolas - como a direita cristã americana diante do presidente Bush -, Lula proferiu pelo menos duas enormidades.
A primeira foi chamar Alckmin de “samba de uma nota só”, por sua insistência em debater os atos sistemáticos de corrupção do petismo federal. Se Alckmin é o candidato de “uma nota só”, Lula pode ser chamado de candidato de 1 milhão e 750 mil notas.
Depois, misturando metáforas, como de seu feitio - no domingo sugeriu que o oponente fizera um “curso de psicodrama” para decorar as suas falas, como se essa fosse a serventia do método terapêutico -, Lula comparou Alckmin a um “delegado de porta de cadeia”. Pior do que se atrapalhar com a expressão “advogado de porta de cadeia”, quem sabe por um lapso freudiano, foi ele dar margem a que a oposição lhe dê o troco apropriado, lembrando que esse é o papel que vem desempenhando Márcio Thomaz Bastos como ministro da Justiça do governo petista.
Além disso, no caso específico do esclarecimento da Operação Tabajara, pouca dúvida pode existir de que Bastos advoga para a reeleição do chefe. Numa transparente tentativa de retardar os trabalhos da Polícia Federal, que lhe é subordinada, ele previu sossegadamente que a verdade sobre o negócio do dossiê de forma alguma poderia ser conhecida antes do segundo turno, tão extraordinariamente difícil seria a tarefa de reconstituir a trajetória do escândalo e identificar os fornecedores do alentado numerário - que o órgão, contrariando a praxe, não quis que fosse fotografado. Se isso não é advocacia de porta de cadeia, o que será?
A cartada da vitimização, traduzida nas acusações de Lula a Alckmin, só poderia ganhar a mesa se os 58 milhões de eleitores que no 1º de outubro se negaram a votar em Lula e sabe-se lá quantos dos que o fizeram formassem uma imensa legião de pascácios. O truque até que poderia funcionar se a malfeitoria do dossiê - que de fato ajudou a levar a disputa para o segundo turno, para infelicidade do presidente - tivesse sido um raio em céu azul, a proverbial exceção que confirmaria a regra da integridade moral do governo e do partido hegemônico. Mas o de que se trata não é de denúncias não confirmadas, mas sim de uma seqüência de fatos flagrados, a começar pelo pedido de propina de Waldomiro Diniz, passando pela cueca cheia de dólares e o caso do caseiro Francenildo, até o dossiê de 1 milhão e setecentas e cinqüenta mil notas. Ou seja, trata-se da “sofisticada organização criminosa” a que se referiu o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, nomeado por Lula.
E, diante desse lodaçal, o presidente apenas “cortou na carne”, como se gaba, apartando-se da verdade, impelido pela força dos fatos - e para se distanciar dos companheiros-aloprados. Por isso, pouco importa que o golpe do dossiê não lhe conviesse. O ato “abominável” foi coerente com o padrão ético do lulismo. Agora, Lula querer se passar por vítima de caluniadores já é demais.
terça-feira, outubro 10, 2006
Semelhanças são meras coincidências, ou será que não?
Vi isso lá no Fora Apedeuta!
O que mais nosso atual governo copia e pretende copiar do ditador e ídolo dos petistas Hugo Cháves?
Veja isso
Eles não cansam de mamar nas tetas da vaca que nós sustentamos.
depois entrem no link : Beneficios
e depois: Extrato de pagamento de benefícios
Uma vez lá, entrem com o seguinte número de benefício: 1025358780 e data de nascimento: 06/10/1945
Presidência gastou quase R$ 4 mi com cartão corporativo
Destino de 97,4% da despesa deste ano é guardado sob a rubrica 'informações protegidas por sigilo'
Ao prometer transparência absoluta na prestação de contas dos cartões corporativos do governo e cobrar do presidente Lula a mesma atitude, no debate da Bandeirantes, domingo, o tucano Geraldo Alckmin falou de uma caixa-preta que este ano já envolve R$ 3,583 milhões. Lula limitou-se a dizer que os cartões foram 'a única coisa boa que Fernando Henrique Cardoso criou no governo dele'.
Esses cartões de crédito permitem a alguns servidores sacar ou fazer pagamentos com recursos da União sem necessidade de autorização prévia. Na Secretaria de Administração da Presidência, que cuida de despesas do dia-a-dia do gabinete, foram gastos de janeiro a setembro R$ 3,678 milhões com os cartões. A prestação de contas no Portal da Transparência da Presidência, porém, revela o destino de menos de R$ 95 mil (2,6%) - são gastos com combustível, hotel e pequenos consertos feitos por nove funcionários que têm os cartões. O restante está guardado a sete chaves sob a rubrica 'informações protegidas por sigilo, nos termos da legislação, para garantia da segurança da sociedade e do Estado'.
'É inaceitável que esse tipo de gasto tenha tratamento de segurança nacional', protesta o deputado distrital Augusto Carvalho, eleito deputado federal pelo PPS, presidente da ONG Contas Abertas. Ele diz que na contabilidade da União já existe a rubrica 'despesa de caráter secreto ou reservado', que inclui parte dos gastos das Forças Armadas e do Itamaraty.
Os gastos totais do Gabinete da Presidência com cartões corporativos foram de R$ 6,839 milhões entre janeiro e setembro. Das seis unidades do gabinete, a Secretaria de Administração e a Agência Brasileira de Informações tiveram gastos secretos. Na Abin estão sob sigilo os R$ 3,097 milhões gastos.
Este ano, Presidência e ministérios gastaram com cartões R$ 20,756 milhões no total. É quase o valor de 2005 todo, R$ 21,706 milhões, e 46,6% maior que os R$ 14,1 milhões gastos em 2004.
O cartão corporativo foi criado em 1998 para facilitar pagamentos de rotina das autoridades. Por recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU), houve avanço na transparência, mas a prerrogativa do sigilo emperra a divulgação de dados. No ano passado, o TCU abriu investigação, que ainda está em curso. Dados sigilosos divulgados à época indicavam saques de mais de R$ 1 milhão por um único funcionário, em 2004. Especulava-se também sobre gastos indevidos para a primeira-dama.
'O que todo mundo quer saber é se está havendo compras indevidas. Quanto mais se sonega a informação, mais cresce a curiosidade e a preocupação', diz Carvalho.
A Casa Civil da Presidência informou, por meio da assessoria de imprensa, que o sigilo é necessário porque envolve gastos com segurança de autoridades, inclusive o próprio presidente e sua família, e também de comitivas internacionais. Lembrou, porém, que o TCU 'tem amplo acesso, a qualquer hora' às informações que solicitar.
Amplo acesso? Essa eu quero ver.
O que o debate deixou claro
Três anos e nove meses de governo Lula foram mais que suficientes para não deixar dúvidas sobre o seu escasso preparo para conduzir um país como o Brasil. Maquiavel diria que ele deve antes à Fortuna das circunstâncias do que à Virtù pessoal o que tiver a contabilizar como êxitos da sua gestão. As limitações do presidente eram ainda acentuadas pelo contraste com os atributos do candidato - a palavra fácil e a aptidão para projetar uma imagem de autenticidade. Daí a grande surpresa do debate de domingo: pela primeira vez desde o seu desastroso desempenho no confronto com Fernando Collor em 1989, Lula se mostrou despreparado para um duelo político em público.
Especialmente nos primeiros atos do espetáculo, a contundência, inesperada e persistente, do tucano Geraldo Alckmin, ao abordar os esquemas de corrupção postos em marcha pelo dispositivo petista de poder, o deixou desconcertado - como se ele e os seus treinadores tivessem imaginado, absurdamente, que o assunto passaria em branca nuvem. Quem desligasse o som do televisor para se concentrar unicamente na expressão corporal do petista, na sua incontida agitação e nas caras e bocas de sua fisionomia, decerto se espantaria com tamanha exibição de desconforto, sinal de que as cobranças do opositor, exatamente por se referirem ao que se referiam, pegaram no queixo de quem passou a vida se arrogando o monopólio da ética, deixando-o “grogue”.
Saltou à vista que Lula não tem defesa nesse quesito. Tanto não tem que o melhor que lhe ocorreu foi retrucar que “a compra espúria de votos” começou na votação da emenda constitucional que instituiu a reeleição em 1997. Nunca antes, desde que o deputado petebista Roberto Jefferson acrescentou ao léxico político nacional o termo mensalão, Lula se viu obrigado a reconhecer o que de fato foi o ultraje - não um episódio venial de uso de “recursos não contabilizados”, conforme o eufemismo delubiano para caixa 2, mas uma operação sistemática de suborno de deputados. Na mesma linha, ele se agarrou à palha de lembrar que o valerioduto foi inaugurado em território tucano em 1998, em Minas, apenas para receber o troco de que “um erro não justifica o outro”.
Lula fez uma boa frase - “não sou policial, sou presidente da República” - para tentar se desvencilhar do que mais o aperta no recente cipoal que o enlaçou, na baldada tentativa petista de comprar um imaginário dossiê antitucano: a origem do R$ 1,7 milhão apreendido em mãos de dois aloprados prontos para fechar o negócio. Mas teve uma pronta resposta de Alckmin: “Não precisa ser policial; basta perguntar para seus amigos mais íntimos.” Aliás, dado o retrospecto - do qual Alckmin não deixou pedra sobre pedra -, os protestos de inocência do presidente, no duplo sentido de não ser culpado e de não saber, soaram sempre flácidos, postiços.
Se assim não fosse, um jornalista não indagaria de Lula, candidamente, que garantias tem a dar aos brasileiros de que, em um novo mandato, outras falcatruas não serão perpetradas no seu entorno, precisamente porque ele, como alega, desconhecia as anteriores enquanto ocorriam. Sem falar que o presidente fez por merecer a reprimenda que lhe passou Alckmin - “não minta, Lula” - por haver atribuído ao tucano, em comício, a intenção de privatizar os Correios, o Banco do Brasil, a Petrobrás… Confrontado com a verdade de que Alckmin nunca disse isso, nem isso consta de seu programa, Lula buscou em vão abrir a saída de emergência, dizendo que, a julgar pelas privatizações no governo Fernando Henrique, é o que se poderia deduzir.
Debates em situações de reeleição dão aos antagonistas vantagens e desvantagens diferentes. Um tem o conforto de ser o desafiante; outro tem as suas realizações, amplificadas ou não, a ostentar. O primeiro só tem a perder as expectativas de alijar o segundo do governo. O segundo tem a perder a condição efetiva de detentor do poder. Isto posto, ficou claro ao longo de um duelo eleitoral emocionante do começo ao fim - concebido e levado ao ar com competência, profissionalismo e em horário civilizado, além do mais - que Alckmin se saiu melhor no seu papel do que Lula no dele. Ainda assim, é prematuro prever que o ex-governador tomará votos do presidente, ou, muito menos, vice-versa. Mas algo há de ter se movido no universo dos indecisos, bem como entre os eleitores de Heloísa Helena e Cristovam Buarque. Logo se saberá.
segunda-feira, outubro 09, 2006
O Debate na Band
Assista na íntegra o debate dos presidenciáveis na Band. Não precisa de senha.
Primeiro Bloco
Segundo Bloco
Terceiro Bloco
Quarto Bloco
Quinto Bloco
domingo, outubro 08, 2006
Lula deve estar tomando um calmante agora.
Lula saiu irritado, irritadíssimo do debate na Band com Alckmin.
Ele não se preparou tão bem como deveria. Achou que levaria Alckmin no bico. Ou então se preparou, mas não deu conta do recado.
Se tivesse dado um passeio em Alckmin a eleição poderia ter terminado esta noite. Como Alckmin foi melhor do que ele, a eleição continua.
Alckmin encurralou Lula muita vezes, foi mais contundente do que ele e passou inspirou mais confiança.
Resultado do Debate
Comparação com FHC embute risco para Lula
Opção por confrontar governo do antecessor alimenta polêmica sobre crescimento econômico que pode ser desfavorável para o petista
A arma mortífera do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno, segundo ele mesmo, é comparar o seu governo com o de Fernando Henrique Cardoso. Mas FHC conseguiu ser reeleito no primeiro turno e Lula, que alega ter feito um governo melhor, não. Especialistas consultados pelo Estado se dividem: alguns acham que Lula deixou de ganhar no primeiro turno por conta dos escândalos na reta final; outros opinam que ele vai ao segundo turno por não ter apostado numa agenda de crescimento.
Os dois governos, FHC e Lula, têm uma marca comum: ambos se esmeraram em manter a estabilidade econômica e promoveram pouco crescimento. Na média, Lula ganha por fração - 2,76% contra 2,57% -, mas o governo FHC ganha na comparação do crescimento brasileiro com o mundial e dos países emergentes. 'O Brasil não decolou no governo Lula por excesso de zelo no controle da política monetária', diz o economista Antônio Corrêa de Lacerda, da PUC-SP. Para ele, estabilidade era novidade em 1998, mas não é mais em 2006. 'Todo mundo quer estabilidade, mas com crescimento', comenta.
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) discorda e responde com algumas conquistas que ele realça no governo Lula - houve crescimento do emprego, da massa salarial e do acesso de pessoas de baixa renda ao crédito, além da redução do custo da cesta básica. Ele admite que o Brasil cresceu menos do que poderia ter crescido, mas argumenta que o indicador mais consistente do governo Lula é a redução da pobreza.
SEM CRISE
Lula teve uma vantagem que FHC não pôde desfrutar, registra o cientista político Bolívar Lamounier: 'Foram quatro anos sem nenhuma crise econômica. E mesmo assim ele teve medo de baixar os juros. FHC não teve isso em seu primeiro governo', assinala. Bolívar lembra que FHC enfrentou a crise do México, que explodiu pouco antes de sua posse, e depois, sucessivamente, as crises da Ásia e da Rússia, ambas encaixadas no roteiro das eleições de 1998.
Ele destaca que, ao enfrentar as crises, FHC criou condições objetivas para a estabilidade, o que lhe deu a popularidade que desaguou na reeleição. Mas a seqüência das crises e algumas medidas incompletas - como a privatização parcial do setor de energia - acabaram comprometendo seu segundo mandato, fazendo-o completar o oitavo ano de governo com um crescimento pífio de 0,13%, o que minou a sua popularidade. Lula fecha, não o segundo, mas o primeiro governo com níveis claudicantes de crescimento.
Mas FHC teve duas vantagens, diz o historiador José de Souza Martins, da USP: conseguiu organizar o País, que vinha de um impeachment e de um governo transitório, e administrou três crises internacionais. Martins destaca que ele foi ajudado pelo radicalismo que marcava, à época, as propostas de Lula, e que o petista amenizaria em 2002. Ele afirma que o povo não captava a gravidade das crises internacionais, mas postou-se contra o governo FHC quando sobreveio a crise de energia e faltou luz em casa.
Já o vice-governador eleito de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), acha que o grande diferencial entre o primeiro governo FHC e o governo Lula é o nível de decomposição política do segundo. 'O governo FHC tinha consistência política', opina Goldman, lembrando que o arco de aliados era bem mais amplo que o governo Lula. Ele lembra também que agora Lula perdeu em todo o Centro-Sul, enquanto em 1998 FHC perdeu apenas no Rio Grande do Sul.
MELHORES CONDIÇÕES
E, no entanto, as condições objetivas de que Lula dispunha agora eram melhores que as de FHC em 1998 para vencer no primeiro turno, salienta Márcia Cavallari, diretora do Ibope. Ela considera que a derrota de Lula se explica pelos fatores da reta final: a eclosão do escândalo do dossiê Vedoin, a decisão errada de não ir ao debate e, por último, a divulgação da foto do dinheiro que seria usado na compra do dossiê.
Ela computa os dados e lembra que FHC chegou às eleições com 40% de bom+ótimo, enquanto Lula agora tinha 44%. Ou seja, Fernando Henrique agregou mais 13 pontos porcentuais à sua avaliação positiva em 1998 e venceu no primeiro turno com 53,06% (Lula teve 31,71%); Lula, agora, agregou só 4,6 pontos, para chegar ao primeiro turno com 48,61% (Geraldo Alckmin teve 41,64%).
sábado, outubro 07, 2006
Domingo é dia de debate.
Aproveite e reveja as promessas feitas por Lula no debate com José Serra em 2002 e não cumpridas em 4 anos de desgoverno.
Veja - As duas faces de Lula
Tudo bem que a coerência férrea costuma ser atributo da burrice. Está certo que um político precisa de jogo de cintura e algum contorcionismo para moldar-se às circunstâncias. Mas o candidato-presidente anda exagerando nas afirmações contraditórias. Já se sabia que há um Lula de palanque, que vocifera contra "as elites", e um Lula de salão, que as apazigua. O dado inquietante é que, agora, suas idas e vindas retóricas são a respeito de aspectos fundamentais para a sociedade, como democracia, corrupção e imprensa. Pouco antes do primeiro turno, o candidato-presidente deixou escapar que tinha vontade de fechar o Congresso, deu a entender que o dossiêgate era um escândalo fabricado pela oposição para derrubá-lo e que, ao noticiar o festival de descalabros do seu governo, a imprensa queria "massacrá-lo". Com o segundo turno pela frente, Lula voltou atrás nessas opiniões, tentando reviver a linha "paz e amor" da campanha de 2002. Como certas convicções não deveriam estar sujeitas ao sabor dos ventos eleitorais, é legítimo perguntar: afinal de contas, no que será que o candidato-presidente realmente acredita?
Segundo turno
ANTES
"Nós vamos ganhar essas eleições domingo, e, se alguém achar que vai para o segundo turno, pode esperar para concorrer em 2010. Porque esta nós já matamos no primeiro turno. Dia 1º de outubro é dia de a onça beber água, e essa oncinha está com sede."
Em comício no interior de São Paulo, oito dias antes do primeiro turno
DEPOIS
"Não venci porque não venci. Não tinha eleição ganha. O fato concreto é que faltou voto para a gente ganhar no primeiro turno."
Em entrevista coletiva, um dia depois da votação
As fotos do dinheiro
ANTES
"Ou ele (Edmilson Bruno, delegado da Polícia Federal que divulgou as fotos do dinheiro do dossiêgate) fez de má-fé ou está mancomunado com alguém."
Dia 30 de setembro, em entrevista a jornalistas em São Bernardo do Campo
DEPOIS
"Se o fato (o dossiêgate) aconteceu, ele tem de ser mostrado. O fato concreto é que tinha o dinheiro, tinha a fotografia. Poderia ter sido mostrada no dia, poderia ter sido mostrada quando bem entendesse."
Dia 2 de outubro, na entrevista coletiva
Imprensa
ANTES
"Se a nossa querida imprensa brasileira tivesse tido comigo 10% da condescendência que teve com o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, hoje eu teria 70% dos votos nestas eleições. Poucas vezes na história do país um presidente foi tão massacrado como eu fui."
Dia 25 de setembro, em comício em Porto Alegre
DEPOIS
"Todo mundo se queixa da imprensa. Mais dia, menos dia o político tem uma queixa. A imprensa tem um papel muito importante na conquista da democracia."
Dia 2 de outubro, na entrevista coletiva
Collor
ANTES
"Muita coisa vai melhorar. O que não vai melhorar é a política. Se acontecer o que está parecendo, vai piorar. O Paulo Maluf se eleger deputado, o Fernando Collor se eleger, o Clodovil se eleger..."
Dia 18 de setembro, em entrevista durante viagem de campanha
DEPOIS
"Com a experiência que ele (Collor) tem de presidente da República, certamente poderá, se quiser, fazer um trabalho excepcional no Senado."
Dia 2 de outubro, na entrevista coletiva
Congresso
ANTES
"Staub (o empresário Eugênio Staub), não acorde o demônio que tem em mim, porque a vontade que dá é fechar esse Congresso e fazer o que é preciso."
Dia 14 de setembro, em um jantar com empresários em Brasília
DEPOIS
"O Congresso é a caixa de ressonância da consciência política da sociedade no dia da votação."
Dia 2 de outubro, na entrevista coletiva
"Candidato dos pobres"
ANTES
"Estou ganhando porque o povo descobriu que um igual pode fazer por ele o que um diferente não conseguiu fazer. (...) A única frustração que eu tenho é que os ricos não estejam votando em mim. Porque eles ganharam dinheiro como ninguém no meu governo."
Dia 18 de setembro, em entrevista durante viagem de campanha
DEPOIS
"Alguém quer vender isso: dividir o Brasil entre pobres e ricos. A sociedade brasileira e a cultura brasileira não aceitam essa divisão."
Dia 2 de outubro, na entrevista coletiva
Debate
ANTES
"Hoje estou convencido de que minha decisão (de não ir ao debate) foi certa. O povo assistiu e viu o nível do debate que meus adversários queriam fazer."
Dia 29 de setembro, em ato de campanha realizado em São Bernardo do Campo
DEPOIS
"Não tenho ainda uma aferição para medir se eu deveria ter ido ou não, não tenho pesquisa. (...) Vamos ter oportunidade agora de ter debate, vai ser mais esclarecedor."
Dia 2 de outubro, na entrevista coletiva
Dossiêgate
ANTES
"Primeiro, nós temos que levar em conta a quem interessa, nessas alturas do campeonato, melar o processo eleitoral no Brasil. (...) Por que alguém que quer me ajudar faria um ato insano desses? É importante lembrar que os que estão me acusando agora faz mais ou menos dois anos que não querem que eu participe da reeleição."
Insinuando a existência de uma suposta armação da oposição no caso do dossiêgate, em entrevista dada no dia 19 de setembro
DEPOIS
"Eu quero saber quem arquitetou essa obra de engenharia para atirar no próprio pé."
Assumindo que seu próprio partido estava por trás do escândalo, na entrevista coletiva do dia 2 de outubro