Pressionado, Lula treme.
"Eu afastei Dirceu e Palocci", diz Lula, sob pressão no "JN"
Presidente admite pela primeira vez ter demitido auxiliares suspeitos de corrupção
Chamado de "candidato" por Bonner, petista comete ato falho e diz que "salário caiu" e que "combateu a ética'; audiência foi de 39 pontos
Em entrevista ontem ao "Jornal Nacional", pautada pelo escândalo do mensalão e por denúncias de corrupção contra seu governo e o PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou nervosismo em vários momentos. Cometeu duas gafes e foi, pela primeira vez, enfático ao afirmar que determinou o afastamento do então ministro José Dirceu da Casa Civil, em junho de 2005. Até então, ambos sustentavam que a saída havia sido negociada.
Lula afirmou também pela primeira vez no "JN" ter demitido Antonio Palocci do Ministério da Fazenda, em março passado. Na época, Palocci saiu sob elogios do presidente.
Questionado sobre a demonstração de solidariedade a ministros afastados, Lula primeiro disse: "Eu afastei todos. Todos os que estavam dentro do governo federal foram afastados, todos, sem distinção. Todos os funcionários públicos de primeiro, segundo e terceiro escalões foram afastados."
A seguir, questionado especificamente sobre Dirceu, o presidente disse: "Foi afastado. Foi afastado. Eu o afastei. Afastei o Zé Dirceu, afastei o Palocci, afastei outros funcionários que estavam envolvidos e vou continuar afastando." Segundo ele, "o governo não acusa, mas age".
"Querido" e "grande irmão"
Oficialmente, Dirceu foi exonerado "a pedido", dois dias depois de o autor das denúncias do "mensalão", o deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ), ter dito em cadeia nacional: "Sai daí, Zé".
"Durante esses dias eu tenho conversado reiteradas vezes com o presidente Lula e hoje pedi e comuniquei ao presidente Lula que quero voltar à Câmara", afirmou Dirceu, em 16 de junho de 2005. Sobre a reação de Lula, Dirceu disse na ocasião: "Ele aceitou meu pedido de afastamento do governo".
Chamando o amigo de "querido Zé", Lula escreveu: "Recebi seu pedido de afastamento das funções de chefe da Casa Civil. Decidi aceitá-lo, louvando seu desprendimento pessoal. Só pessoas da sua grandeza são capazes desses gestos".
Na saída de Palocci, derrubado como o principal suspeito pela quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, que o acusava de freqüentar a chamada casa de lobby em Brasília, Lula chegou a discursar e chamou o ex-ministro da Fazenda de "eterno companheiro" e "grande irmão".
Na entrevista ao "JN", esperada com ansiedade por assessores palacianos, que o treinaram nos últimos dois dias para encarar perguntas sobre corrupção, Lula disse ter criado a CGU (Controladoria Geral da União). Na verdade, o órgão foi criado em 2001, no governo Fernando Henrique Cardoso. Lula, ao assumir, deu status de ministério à CGU.
Dados preliminares do Ibope mostram que o "JN" de ontem teve 39 pontos de audiência. A entrevista de Alckmin teve 45 pontos. A de Heloísa Helena (PSOL), 40 e a de Cristovam Buarque (PDT), 42,5.
Sobre a dívida de R$ 29,5 mil com o PT que teria sido paga, na versão oficial, por Paulo Okamotto, amigo de Lula e atual presidente do Sebrae, o presidente disse ontem: "Eu não devo ao PT, portanto eu não deveria pagar". E acrescentou uma frase que teria dito a Okamotto: "Se você quiser pagar, você paga"
Lula ainda citou várias vezes a atuação da PF como uma marca de seu governo e procurou distribuir a culpa pela corrupção com governos passados. "Dá a impressão de que aconteceu ontem. Nunca foi presa tanta gente neste país. E de crimes que começaram em 85, 80, 90. São quadrilhas históricas no governo, que estavam embaixo do tapete e que resolvemos colocar os organismo públicos para funcionar".
Mais tarde, em entrevista ao "Jornal das 10", da GloboNews, questionado sobre sua declaração dos "300 picaretas", afirmou: "Você não pode querer que um presidente da República fale a mesma coisa que ele falou há 13 anos atrás em Rondônia, que eu estava em Rondônia quando disse isso".
Presidente admite pela primeira vez ter demitido auxiliares suspeitos de corrupção
Chamado de "candidato" por Bonner, petista comete ato falho e diz que "salário caiu" e que "combateu a ética'; audiência foi de 39 pontos
Em entrevista ontem ao "Jornal Nacional", pautada pelo escândalo do mensalão e por denúncias de corrupção contra seu governo e o PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou nervosismo em vários momentos. Cometeu duas gafes e foi, pela primeira vez, enfático ao afirmar que determinou o afastamento do então ministro José Dirceu da Casa Civil, em junho de 2005. Até então, ambos sustentavam que a saída havia sido negociada.
Lula afirmou também pela primeira vez no "JN" ter demitido Antonio Palocci do Ministério da Fazenda, em março passado. Na época, Palocci saiu sob elogios do presidente.
Questionado sobre a demonstração de solidariedade a ministros afastados, Lula primeiro disse: "Eu afastei todos. Todos os que estavam dentro do governo federal foram afastados, todos, sem distinção. Todos os funcionários públicos de primeiro, segundo e terceiro escalões foram afastados."
A seguir, questionado especificamente sobre Dirceu, o presidente disse: "Foi afastado. Foi afastado. Eu o afastei. Afastei o Zé Dirceu, afastei o Palocci, afastei outros funcionários que estavam envolvidos e vou continuar afastando." Segundo ele, "o governo não acusa, mas age".
"Querido" e "grande irmão"
Oficialmente, Dirceu foi exonerado "a pedido", dois dias depois de o autor das denúncias do "mensalão", o deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ), ter dito em cadeia nacional: "Sai daí, Zé".
"Durante esses dias eu tenho conversado reiteradas vezes com o presidente Lula e hoje pedi e comuniquei ao presidente Lula que quero voltar à Câmara", afirmou Dirceu, em 16 de junho de 2005. Sobre a reação de Lula, Dirceu disse na ocasião: "Ele aceitou meu pedido de afastamento do governo".
Chamando o amigo de "querido Zé", Lula escreveu: "Recebi seu pedido de afastamento das funções de chefe da Casa Civil. Decidi aceitá-lo, louvando seu desprendimento pessoal. Só pessoas da sua grandeza são capazes desses gestos".
Na saída de Palocci, derrubado como o principal suspeito pela quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, que o acusava de freqüentar a chamada casa de lobby em Brasília, Lula chegou a discursar e chamou o ex-ministro da Fazenda de "eterno companheiro" e "grande irmão".
Na entrevista ao "JN", esperada com ansiedade por assessores palacianos, que o treinaram nos últimos dois dias para encarar perguntas sobre corrupção, Lula disse ter criado a CGU (Controladoria Geral da União). Na verdade, o órgão foi criado em 2001, no governo Fernando Henrique Cardoso. Lula, ao assumir, deu status de ministério à CGU.
Dados preliminares do Ibope mostram que o "JN" de ontem teve 39 pontos de audiência. A entrevista de Alckmin teve 45 pontos. A de Heloísa Helena (PSOL), 40 e a de Cristovam Buarque (PDT), 42,5.
Sobre a dívida de R$ 29,5 mil com o PT que teria sido paga, na versão oficial, por Paulo Okamotto, amigo de Lula e atual presidente do Sebrae, o presidente disse ontem: "Eu não devo ao PT, portanto eu não deveria pagar". E acrescentou uma frase que teria dito a Okamotto: "Se você quiser pagar, você paga"
Lula ainda citou várias vezes a atuação da PF como uma marca de seu governo e procurou distribuir a culpa pela corrupção com governos passados. "Dá a impressão de que aconteceu ontem. Nunca foi presa tanta gente neste país. E de crimes que começaram em 85, 80, 90. São quadrilhas históricas no governo, que estavam embaixo do tapete e que resolvemos colocar os organismo públicos para funcionar".
Mais tarde, em entrevista ao "Jornal das 10", da GloboNews, questionado sobre sua declaração dos "300 picaretas", afirmou: "Você não pode querer que um presidente da República fale a mesma coisa que ele falou há 13 anos atrás em Rondônia, que eu estava em Rondônia quando disse isso".
Um comentário:
Olá, boa noite.
Muito itneressante essa questão da audiência.
Será que indica que todos já sabiam que ele iria mentir como sempre e por isso a maioria não quis perder tempo ouvindo velhas mentiras?
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