quinta-feira, agosto 17, 2006

"Lula se vangloria de não ter feito nada", diz Alckmin

Folha Online
O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, atacou hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, ao dizer que o petista se "vangloria de não ter feito nada".

O tucano se referia ao discurso do petista sobre a estabilidade da moeda e da economia do país. Para Alckmin, a gestão Lula apenas manteve a estabilidade monetária alcançada com o Plano Real, lançado em 1994.

"Subestimar a capacidade de julgamento dos outros é um erro. A população sabe que a estabilidade monetária veio pelo Plano Real. A grande mudança que trouxe estabilidade monetária foi o Plano Real. O Lula se vangloria de não ter feito nada, de ter apenas mantido. Estabilidade sem crescimento é perversão, está errado", disse o tucano.

Na noite de ontem, em campanha em Montes Claros (norte de Minas), Lula e alguns de seus aliados, como o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, e o vice-presidente José Alencar, deram ênfase nos seus discursos ao trabalho do atual governo no campo econômico.

Falaram das quedas do risco-país, dos juros e da inflação, sempre comparando os números com os do final do governo do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

Ao citar que Lula assumiu o país com 12,6% de inflação anualizada e com trajetória de crescimento, Mares Guia disse que o controle da inflação feito pelo atual governo foi um trabalho "jamais visto na nossa história". E disse também que a inflação agora está "definitivamente domada".

Para Alckmin, no entanto, o país "perde oportunidades" porque Lula não visa o crescimento econômico, mas apenas a "manutenção" da conquista do Plano Real.

"O Brasil tem que crescer. E, no cenário de economia mundial excepcional, o mundo nunca cresceu tanto, e o Brasil não cresce. Está errado isso. Não é objetivo a estabilidade, estabilidade é pré-condição. Interessa é crescimento, para o Brasil voltar a ser um país de oportunidades", disse o tucano.

Ontem, no seu primeiro programa eleitoral na TV, o presidente disse que o Brasil, mesmo crescendo a taxas menores do que outros países, cresce "com qualidade".

Alckmin afirmou que não vai usar os seus programas eleitorais no rádio e na TV para atacar Lula. Disse que a sua campanha será "propositiva", com "convencimento e argumentos". Isso porque, segundo ele, pode fazer "mais pelo Brasil nos próximos quatro anos".

"O Brasil está perdendo oportunidades. Não é possível o Brasil crescer 2%, 3% [do Produto Interno Bruto]", afirmou.

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