Greve Política no Metrô de São Paulo
O Estado de São Paulo
A greve do Metrô
Teve caráter eminentemente corporativo a greve de 24 horas deflagrada ontem pelos metroviários de São Paulo. Seu único objetivo foi criar obstáculos para a licitação da Linha 4 do metrô (Amarela), uma parceria público-privada entre o governo do Estado de São Paulo e um consórcio de empresas para a conclusão de obras no valor de R$ 1,3 bilhão. Os metroviários cruzaram os braços “em defesa do patrimônio e contra a privatização”, conforme anunciou, na segunda-feira em entrevista coletiva à imprensa, o presidente do sindicato da categoria, Flavio Godoi. Segundo ele, o governo estadual não atendeu à categoria que fez, então, uma greve de “alerta”. Dos 7.600 funcionários do metrô, 6.800 são sindicalizados.
A manifestação de irresponsabilidade trouxe grande transtorno aos paulistanos. Às 8 horas, já havia 137 quilômetros de congestionamentos nas ruas da cidade, com reflexos em todas as principais rodovias que chegam a São Paulo. Às 9 horas, o congestionamento atingia 188 km – o triplo da média para o horário – e assim permaneceu durante a maior parte do dia. Os grevistas não respeitaram decisão do Tribunal Regional do Trabalho, que mandou os metroviários manter em circulação 100% dos trens em horários de pico e 80% no restante do dia, sob pena de aplicação de multa de R$ 100 mil diários. Nenhum trem circulou. Nenhuma estação foi aberta. A greve deixou 2,8 milhões de pessoas sem transporte.
Foi um protesto como todos os tradicionalmente promovidos pela CUT, à qual o Sindicato dos Metroviários é ligado, especialmente em períodos eleitorais. Primeiro, tentou bloquear na Justiça o processo de licitação. Não tendo conseguido, os metroviários castigaram toda a população.
Além de proteger interesses corporativos, a greve, deflagrada neste momento, adquiriu conotação política. O sindicato, que não se opõe às PPPs federais, tenta impedir, em plena campanha eleitoral, a parceria público-privada promovida pelo governo do Estado. Não importa que a primeira etapa da Linha Amarela, quando estiver concluída, em 2008, transportará 700 mil passageiros por dia. Nem que, quando estiver em operação plena, em 2012, a linha interligada a três outras linhas do metrô e a cinco da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, transportará diariamente 940 mil pessoas. O sindicato, filiado à CUT, braço sindical do PT, não quer que a obra prossiga, o que só é possível com a participação da iniciativa privada.
Sozinha, a Companhia do Metropolitano não tem recursos para investir na construção de novas linhas e compra de trens e equipamentos. A PPP poderá melhorar o desempenho da empresa, que hoje consegue apenas equilibrar suas receitas. Inchada, a companhia emprega 130 funcionários para cada quilômetro de linha. Em vários países industrializados, essa relação é de 30 funcionários por quilômetro.
O Sindicato dos Metroviários alega que a qualidade dos serviços do metrô, que têm aprovação de 90% dos passageiros, ficará sob risco com a concessão, que chamam maliciosamente de privatização. Segundo o presidente da entidade, o menor número de funcionários, com remuneração mais baixa e menos benefícios, criará uma subcategoria de metroviários, e comprometerá a operação do sistema. Na verdade, o novo modelo exporá as deficiências da gestão do Metrô, há muito transformado em cabide de empregos bem remunerados.
A greve foi deflagrada depois que a Justiça rejeitou um pedido liminar de suspensão da licitação. Os envelopes com as propostas foram, então, abertos e anunciados os vencedores da licitação. Um recurso do sindicato, porém, impede a assinatura do contrato da PPP até o julgamento do mérito da ação pelo Tribunal de Justiça.
A greve foi realizada para, segundo diretores do sindicato, “preservar o interesse público”. Há aí uma contradição fundamental. Uma entidade que paralisa de forma irresponsável uma cidade como São Paulo, contrariando determinação legal do TRT-SP e deixando milhões de pessoas sem transporte, por definição não pode ser considerada protetora do interesse público.
A greve do Metrô
Teve caráter eminentemente corporativo a greve de 24 horas deflagrada ontem pelos metroviários de São Paulo. Seu único objetivo foi criar obstáculos para a licitação da Linha 4 do metrô (Amarela), uma parceria público-privada entre o governo do Estado de São Paulo e um consórcio de empresas para a conclusão de obras no valor de R$ 1,3 bilhão. Os metroviários cruzaram os braços “em defesa do patrimônio e contra a privatização”, conforme anunciou, na segunda-feira em entrevista coletiva à imprensa, o presidente do sindicato da categoria, Flavio Godoi. Segundo ele, o governo estadual não atendeu à categoria que fez, então, uma greve de “alerta”. Dos 7.600 funcionários do metrô, 6.800 são sindicalizados.
A manifestação de irresponsabilidade trouxe grande transtorno aos paulistanos. Às 8 horas, já havia 137 quilômetros de congestionamentos nas ruas da cidade, com reflexos em todas as principais rodovias que chegam a São Paulo. Às 9 horas, o congestionamento atingia 188 km – o triplo da média para o horário – e assim permaneceu durante a maior parte do dia. Os grevistas não respeitaram decisão do Tribunal Regional do Trabalho, que mandou os metroviários manter em circulação 100% dos trens em horários de pico e 80% no restante do dia, sob pena de aplicação de multa de R$ 100 mil diários. Nenhum trem circulou. Nenhuma estação foi aberta. A greve deixou 2,8 milhões de pessoas sem transporte.
Foi um protesto como todos os tradicionalmente promovidos pela CUT, à qual o Sindicato dos Metroviários é ligado, especialmente em períodos eleitorais. Primeiro, tentou bloquear na Justiça o processo de licitação. Não tendo conseguido, os metroviários castigaram toda a população.
Além de proteger interesses corporativos, a greve, deflagrada neste momento, adquiriu conotação política. O sindicato, que não se opõe às PPPs federais, tenta impedir, em plena campanha eleitoral, a parceria público-privada promovida pelo governo do Estado. Não importa que a primeira etapa da Linha Amarela, quando estiver concluída, em 2008, transportará 700 mil passageiros por dia. Nem que, quando estiver em operação plena, em 2012, a linha interligada a três outras linhas do metrô e a cinco da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, transportará diariamente 940 mil pessoas. O sindicato, filiado à CUT, braço sindical do PT, não quer que a obra prossiga, o que só é possível com a participação da iniciativa privada.
Sozinha, a Companhia do Metropolitano não tem recursos para investir na construção de novas linhas e compra de trens e equipamentos. A PPP poderá melhorar o desempenho da empresa, que hoje consegue apenas equilibrar suas receitas. Inchada, a companhia emprega 130 funcionários para cada quilômetro de linha. Em vários países industrializados, essa relação é de 30 funcionários por quilômetro.
O Sindicato dos Metroviários alega que a qualidade dos serviços do metrô, que têm aprovação de 90% dos passageiros, ficará sob risco com a concessão, que chamam maliciosamente de privatização. Segundo o presidente da entidade, o menor número de funcionários, com remuneração mais baixa e menos benefícios, criará uma subcategoria de metroviários, e comprometerá a operação do sistema. Na verdade, o novo modelo exporá as deficiências da gestão do Metrô, há muito transformado em cabide de empregos bem remunerados.
A greve foi deflagrada depois que a Justiça rejeitou um pedido liminar de suspensão da licitação. Os envelopes com as propostas foram, então, abertos e anunciados os vencedores da licitação. Um recurso do sindicato, porém, impede a assinatura do contrato da PPP até o julgamento do mérito da ação pelo Tribunal de Justiça.
A greve foi realizada para, segundo diretores do sindicato, “preservar o interesse público”. Há aí uma contradição fundamental. Uma entidade que paralisa de forma irresponsável uma cidade como São Paulo, contrariando determinação legal do TRT-SP e deixando milhões de pessoas sem transporte, por definição não pode ser considerada protetora do interesse público.
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